13° Congrenf: Impactos nocivos dos golpes contra os trabalhadores são destacados por expositores em mesa sobre conjuntura

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Primeira mesa de debates no 13° Congresso dos Petroleiros e Petroleiras do Norte Fluminense discute, nesta noite, a conjuntura nacional, com exposições das lideranças sindicais de sociais Junéia Batista, da CUT (Central Única dos Trabalhadores), e Ricardo Gebrim, da FBP (Frente Brasil Popular), moderados pelo diretor do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.

A dirigente da CUT destacou os impactos das reformas trabalhista e previdenciária contra os trabalhadores. Ela demonstrou o modo como esses ataques se articulam com a agenda que foi lançada ao País pelos golpistas por meio da “Ponte pelo futuro”, pelo PMDB de Temer ainda quando este era vice-presidente.

Essa agenda golpista, de acordo com Junéia Batista, está baseada na noção de redução do papel do Estado, congelamento dos investimentos sociais, revisão nas estratégias de desenvolvimento, limitação da democracia – com criminalização dos movimentos sociais -, redução da participação popular na discussão de políticas públicas, extinção da política de valorização do salário mínimo, isenção das dívidas do grande capital e articulação entre grande mídia, congresso e judiciário.

Na questão previdenciária, uma preocupação apontada pela sindicalista é a de haver uma quebra do compromisso inter-geracional pela manutenção da Previdência. O risco, segundo ela, é de a juventude não querer mais contribuir, uma vez que precisaria de 49 anos de contribuição para ter direito a integralidade.

Na área trabalhista, algumas das consequências da reforma – também chamada “contrarreforma” em algumas das intervenções – destacadas por Junéia são o enfraquecimento dos contratos de trabalho e da entidades sindicais, redução do papel da Justiça do Trabalho, aumento da terceirização no setor público e um efeito nocivo maior para as mulheres.

Dirigente da FBP, Gebrim iniciou a sua análise fazendo uma relação entre três momentos com cenários golpistas no Brasil: 1954, quando o golpe foi adiado pelo suicídio de Getúlio Vargas; 1964, quando o golpe se consumou contra João Goulart; e 2016, contra Dilma Rousseff.

Ele mostra como as forças que protagonizaram esses momentos são basicamente as mesmas, envolvendo interesses estratégicos dos Estados Unidos, das grandes corporações transnacionais, o capital financeiro internacional e a burguesia nacional articulada a este capital. Gebrim também destaca que a base social dos golpistas tem sido a mesma nestes três períodos: a classe média alta, com a utilização dos discurso de combate à corrupção.

“Ouvimos o mesmo nestes três momentos: que Getúlio é o mais corrupto. Que Jango é o mais corrupto. Que Lula é o mais corrupto”, comparou Gebrim.

No cenário atual, o expositor utilizou uma imagem para afirmar que há uma unidade de ação entre setores da Polícia Federal, setores do Ministério Público Federal e setores do Judiciário, formando o que ele chamou de “Partido Lava Jato”. Estes comporiam um segmento do golpe, que está entrando em choque com a bancada parlamentar golpista, demonstrando que mesmo movimentos de golpe estão sujeitos divisões internas.