Tezeu Bezerra*
Há exatos 16 anos eu assinava contrato de trabalho como OPERADOR I na maior empresa do Brasil, a Petrobrás, empresa essa que eu achava que conhecia, mas como filho de petroleiro e não como trabalhador.
Com apenas 18 anos de idade, no primeiro semestre da faculdade de Engenharia de Produção e cheio de sonhos e projetos, onde via com meus amigos de faculdade que entrava naquele momento na “Empresa dos sonhos dos brasileiros”.
Comecei em um momento onde eu tinha vivido nos anos 90 o terror da Privatização, onde tinha visto meu pai e seus companheiros de empresa e de Sindipetro em listas de demissões lutando nas greves e nas ruas para que a Petrobrás continuasse servindo ao povo Brasileiro e não ao mercado financeiro.
Vi em 2006 quando cheguei na LUBNOR, a menor refinaria da Petrobrás localizada em Fortaleza-CE a empresa crescendo, construindo novas unidades, naquela em específico uma nova unidade de Lubrificantes(ULUB-2), plataformas, navios, termelétricas, dutos, terminais, refinarias, complexos petroquímicos, Fábricas de Fertilizantes, sondas e por aí vai.
Depois fui transferido para Bacia de Campos, o lugar dos sonhos da Peãozada, onde pude viver anos de muito aprendizado acompanhando a obra da P-56 no estaleiro de Angra dos Reis, estagiando na P-50 e depois partindo o primeiro óleo da P-56, à época eu e meus companheiros de plataformas brincávamos que era “A melhor da Bacia”.
Já em 2014 fui convidado pelo companheiro e amigo Zé Maria Rangel para compor a diretoria do Sindipetro-NF e aceitei com muito orgulho, pois sabia que as coisas não estavam fáceis e eu poderia ajudar na construção de todas as lutas que estavam por vir.
Hoje em 08 de junho de 2022 vejo o quão acertada foi minha decisão de vir para o maior Sindicato dos Petroleiros da América Latina, o Sindipetro-NF, o sindicato fiel da balança até hoje nas lutas da categoria, não imagina em 2006 que chegaríamos ao buraco que estamos na Petrobrás e no país, fruto de uma invertida dada pelos poderosos para pegar a riqueza do pré-sal e tirar do povo.
Eles tentam vender nossa empresa, retiraram alguns direitos, tentam destruir nosso sonho de Petroleiro que é ver uma empresa forte, nacional, pujante e servindo ao nosso povo.
Hoje ela serve aos ricos, mas não por muito tempo, pois uma coisa que nós Petroleiros não costumamos fazer é desistir, nós não baixamos a cabeça, não deixamos nenhuma luta de lado, não largamos de mão nosso ACT, mas principalmente não desistimos nunca de lutar por uma PETROBRÁS PARA O BRASIL. Afinal, quando defendemos a Petrobrás, defendemos o Brasil e está no nosso sangue e não cansamos de gritar “Petroleiros e Petroleiras, LUTA E RESISTÊNCIA.
Deixo minha gratidão ao Presidente Lula, que junto com o companheiro Sergio Gabrielle, meu pai Wanderley Bezerra, o companheiro Zé Maria Rangel e milhares de outros petroleiros e brasileiros lutaram e continuarão lutando e inspirando as futuras gerações para não só terem orgulho da Petrobrás, mas de garantir que ela sirva ao nosso povo.
* Coordenador geral do Sindipetro-NF.