21º Congrenf: Mesa de abertura reforça compromisso com direitos, soberania e unidade diante dos desafios políticos

O teatro do Sindipetro-NF ficou lotado na noite desta terça-feira (10) durante a solenidade de abertura do 21º Congresso Regional dos Petroleiros do Norte Fluminense (CONGRENF) , organizado pelo Sindipetro-NF. Com a presença de lideranças sindicais nacionais,  a mesa reforçou o compromisso com a defesa da Petrobras, dos direitos da categoria e da democracia.

A mesa de abertura contou com nomes como Deyvid Bacelar (coordenador-geral da FUP), Rosângela Buzanelli (conselheira da Petrobras), Geralcino Teixeira (presidente da CNQ/CUT), Thadeu Porto (CUT Nacional), Raimundo Suzart (CUT-SP), Bárbara Bezerra (Coletivo de Mulheres da FUP), Tezeu Bezerra (diretor do Sindipetro-NF) e Sergio Borges (coordenador-geral do Sindipetro-NF).

Geralcino Teixeira destacou o papel estratégico do ramo químico e reforçou a importância da defesa da categoria e da soberania nacional, afirmando que “não existe soberania sem o ramo químico”. Em sua fala, fez um apelo enfático à união do campo progressista, em especial para a defesa da democracia e do governo Lula: “Enquanto nós tivermos o Lula, nós ainda temos guerreiro. A nossa democracia precisa ser preservada.”

Thadeu Porto enfatizou o movimento sindical como a última barreira contra o avanço do fascismo no Brasil, convocando a classe trabalhadora para se mobilizar continuamente, tanto nas ruas quanto nas redes sociais, para combater o discurso individualista da extrema-direita. O dirigente anunciou grandes plenárias estaduais rumo à Plenária Nacional da CUT em outubro e destacou a importância do plebiscito popular nacional com pautas como redução da jornada de trabalho, fim da escala 6×1, isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, taxação dos super-ricos e outras demandas fundamentais.

Raimundo Suzart da CUT SP reforçou a necessidade de renovação e democratização no movimento sindical, defendendo a inclusão das novas gerações para construir um sindicato mais coletivo e representativo. Ele chamou a atenção para os desafios trazidos pelas plataformas digitais e a informalidade, exemplificados pelos entregadores de aplicativos, que ainda carecem de interlocução sindical. Suzart encerrou destacando a resistência da classe trabalhadora frente às dificuldades dos últimos anos e manifestando confiança na reeleição de Lula em 2026.

Defesa da Petrobras e fortalecimento sindical

O Coordenador da FUP, Deyvid Bacelar destacou o papel do congresso como espaço democrático para a classe trabalhadora, homenageando as lideranças históricas que conduziram importantes conquistas, como a reestatização de ativos e a reabertura de unidades estratégicas, incluindo a Fafen-BA. Ele alertou para a persistente disputa interna na Petrobras, onde gestores ligados à extrema-direita ainda ocupam cargos-chave, e criticou setores da extrema-esquerda por contribuírem para a desinformação e enfraquecimento da luta coletiva. Para Bacelar, a união da categoria será decisiva no processo eleitoral de 2026 para garantir a continuidade dos avanços.

A representante dos trabalhadores no CA da Petrobrás, Rosângela Buzanelli reafirmou seu compromisso com a defesa dos trabalhadores em sua terceira gestão no Conselho, ressaltando o papel fundamental da mulher petroleira na luta sindical. Ela alertou para os riscos internos e externos à estatal, citando a influência de aliados disfarçados e o crescimento do discurso da “terceira via”, que representa uma ameaça ao campo progressista. Rosângela defendeu a reconstrução do “sistema Petrobras” e a mobilização popular como instrumentos essenciais para assegurar a soberania da empresa.

Lutas específicas e protagonismo feminino

Bárbara Bezerra, do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras, ressaltou a conquista da presença feminina na FUP, que hoje supera em 25% a representatividade das mulheres no sistema Petrobras, graças à luta por cotas e maior participação nas decisões. Ela destacou que a equidade de gênero é uma pauta central, já que as mulheres representam mais da metade da população brasileira e enfrentam desigualdades estruturais, sobretudo as mulheres negras. Bárbara defendeu que o movimento sindical deve incorporar as diferenças entre homens e mulheres, especialmente em relação às questões específicas das pensionistas.

Balanço

O ex coordenador do NF, Tezeu Bezerra fez um balanço da trajetória da categoria petroleira, enfatizando momentos cruciais como a greve de 2020 contra a privatização da FAFEN e a pandemia. Ele lembrou o protagonismo do sindicato na defesa dos trabalhadores embarcados, especialmente na luta por protocolos de segurança e vacinação. Tezeu também reforçou a importância da eleição de 2022 para a reconstrução da Petrobras, mas alertou que ainda há batalhas pela frente, como a reestatização da RLAM e o futuro das FAFENs. Destacou a necessidade de eleger trabalhadores comprometidos com o projeto popular e democrático e enalteceu as campanhas eleitorais coletivas.

Novo Coordenador assume compromisso com categoria

Sérgio Borges, por sua vez, enfatizou a prioridade do Sindipetro-NF na segurança dos trabalhadores, citando avanços importantes como a Norma Regulamentadora 37 (NR-37) e as melhorias nas políticas de transporte aéreo após acidentes graves. Reafirmou a luta contra a precarização, defendendo aposentados, pensionistas e trabalhadores terceirizados, e prometeu continuar a pressionar por melhores condições de trabalho.

Borges encerrou o discurso chamando à mobilização, reforçando que o sindicato está aberto ao diálogo, mas que manterá postura firme nas negociações. “Quem quiser somar encontrará aqui resistência e luta”, declarou. O coordenador também destacou a importância de valorizar as conquistas passadas, como a reabertura da Petros e as greves por direitos, afirmando que a mudança exige união e não apenas rupturas. “A Petrobras que queremos é aquela que gera desenvolvimento e respeita seus trabalhadores”, concluiu.