Na manhã de sexta, 8, aconteceu o Painel 2 – “Perspectivas de enfrentamento para resistir ao golpe jurídico e midiático no Brasil” com o Deputado Federal Wadih Damous, Laura Capriglione dos jornalistas livres e o jornalista do Brasil 247, Paulo Moreira Leite.
“Nunca esperei viver tempos sombrios como os de hoje, um verdadeiro golpe” – afirmou Wadih Damous ao inciar sua fala. Lembrou que os golpistas não gostam de assumir o golpe, mas que é necessário a população dizer isso.
“ Usam como contra argumento o fato de que não tem exército na rua por isso não é golpe, mas não é verdade”. Para Wadih o golpe atual tem um novo formato, operacionalizado pelo parlamento. Semelhante ao que aconteceu em Honduras, Paraguai e o que tentaram fazer na Argentina e insistem na Venezuela e no Equador.
Damous define como atores do golpe o empresariado brasileiro, os banqueiros, setores das igrejas pentecostais e a grande mídia. “O poder judiciário, Ministério Público e a Polícia Federal estão no golpe. Sendo que a PF está sendo usada como milícia, consolidando um estado policial no Brasil”.
Sobre o processo de impeachment, faz uma reflexão: “O impeachment para acontecer tem que ter uma série de requisitos. O que vimos no Brasil foi uma quadrilha de bandidos julgando uma mulher honesta, que não tem nada contra ela. O povo mesmo, nem sabe o que é pedalada fiscal. Para tirar a presidente por impeachment, Dilma teria que ter cometido um crime gravíssimo” – disse.
Conclamou a sociedade organizada a exigir o cumprimento da Constituição e defender a legalidade. “Sou contra o plebiscito, pessoalmente acho que o mandato tem que ser cumprido até o fim. Só o povo pode tirar o mandato da Presidenta” – afirmou. Em relação ao processo de sucessão na Câmara, Damous reforçou que não haverá apoio a candidatos golpistas. Ao final de sua fala colocou seu mandato a disposição da FUP e dos petroleiros.
O jornalista Paulo Moreira Leite do blog Brasil 247 também concorda com Damous sobre o controle do poder judiciário no país. “Hoje quem controla o que acontece no país é o judiciário. O direito das pessoas não está sendo respeitado e estão destruindo o estado democrático” – comentou.
Sobre o governo Temer, Moreira Leite, considera um governo fraco e de base conspiratória, cujo plano principal é destruir o poder econômico e a possibilidade do Brasil ser mais igualitário. “Esse governo não quer ampliar as bases de produção da riqueza e preocupa ter um povo que levanta a cabeça”.
Laura Capriglione dos Jornalistas Livres ressaltou o golpe midiático das empresas de comunicação que são comandadas por apenas seis famílias. Laura entende que a grande disputa agora nesse campo é como a história será contada e por isso acha importante fazer a contranarrativa da mídia.
“Não basta só ir para a rua lutar, é preciso contar o que está acontecendo do nosso ponto de vista, porque a mídia quando nos cobre é para criminalizar os movimentos sociais” – afirmou Laura, que avalia como desafio treinar a militância nas novas tecnologias para documentar a luta e divulgar isso nas redes sociais.
Para todos os debatedores a prioridade a prioridade agora é defender o mandato da presidente Dilma e denunciar o golpe encabeçado por Temer.