8º dia de greve: 86 unidades mobilizadas em 13 estados 

Imprensa da FUP – As medidas autoritárias e inconstitucionais da gestão da Petrobrás, na tentativa de enfraquecer a greve dos petroleiros, estão surtindo efeito contrário. A categoria segue forte e unida, resistindo à pressão e ao assédio das gerências. 

Neste sábado, 08, a FUP contabilizou 86 unidades em todo o Sistema Petrobrás cujos trabalhadores aderiram à greve nacional. São 13 estados do país mobilizados, cobrando a suspensão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho. Veja quadro no final do texto. 

A adesão à greve ocorre sem piquetes nas unidades. Pelo contrário. A gestão da empresa é que tem impedido a entrada dos trabalhadores, como fez ontem (07), na Repar e na SIX, no Paraná. 

Além disso, os sindicatos continuam aguardando informações da direção da Petrobrás para compor os quantitativos de trabalhadores necessários para atender a decisão do ministro do TST, Ives Gandra. 

Contratação de fura-greves 

O artigo 9° da Lei de Greve (7.783/89) afirma que patrão e empregados manterão “os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento”. 

Os petroleiros são os mais interessados na manutenção da segurança do ambiente de trabalho e na continuidade das operações após a greve. Quem quer fechar fábricas é a direção da Petrobrás. 

Mas, em vez de negociar com a FUP e os sindicatos, a gestão da empresa descumpre medidas judiciais e a própria legislação, anunciando que está providenciando “a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve”. 

Ao mesmo tempo, a empresa informa que “as unidades estão operando nas condições adequadas, com reforço de equipes de contingência quando necessário, e não há impactos na produção até o momento”. 

Gestão da Petrobrás quer politizar a greve 

A contradição da gestão evidencia o tratamento político que a direção da Petrobrás está dando à greve dos petroleiros ao apostar na tentativa de criminalização do movimento. Para isso, coloca em risco a segurança dos trabalhadores e das próprias unidades ao anunciar a contratação de “fura-greves”. 

Por que os gestores se negam a dialogar com a Comissão Permanente de Negociação da FUP segue há nove dias em plantão de 24 horas dentro da sede da Petrobrás, buscando interlocução com a empresa? 

Em vez disso, a gestão da Petrobrás continua tentando, sem sucesso, expulsar os cinco dirigentes sindicais que estão desde 31 de janeiro aguardando reunião no andar onde funciona a gerência de Recursos Humanos. 

“A permanência de 5 dirigentes em uma das salas do prédio da empresa, embora incômoda, não impede ou dificulta a continuidade do pleno funcionamento da Petrobrás, tampouco impede a livre movimentação de bens e pessoas”, assegurou a juíza Najla Rodrigues Abbud, do Tribunal da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro, ao negar o interdito proibitório da Petrobrás. 

Quadro nacional da greve – 08/02 

35 plataformas 

11 refinarias 

17 terminais 

7 campos terrestres 

5 termelétricas 

3 UTGC (processamento de gás)   

1 usina de biocombustível 

1 fábrica de fertilizantes 

1 fábrica de lubrificantes 

1 usina de processamento de xisto 

1 complexo petroquímico 

3 bases administrativas 

  

Nos estados:

 

Amazonas 

Terminal de Coari (TACoari) 

Refinaria de Manaus (Reman) 

 

Ceará 

Plataformas – 09  

Terminal de Mucuripe 

Temelétrica TermoCeará 

Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor) 

  

Pernambuco 

Refinaria Abreu e Lima (Rnest) 

Terminal Aquaviário de Suape 

  

Bahia 

UO-BA – 07 áreas de produção terrestre 

Refinaria Landulpho Alves (Rlam) 

Terminal Madre de Deus 

Usina de Biocombustíveis de Candeias (PBIO) 

  

Espírito Santo 

Unidade de tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC) 

Sede administrativa da Base 61 

  

Minas Gerais 

Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité) 

Refinaria Gabriel Passos (Regap) 

  

Rio de Janeiro 

Plataformas – 24  

Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB) 

Terminal de Campos Elíseos (Tecam) 

Termelétrica Governador Leonel Brizola (UTE-GLB) 

Refinaria Duque de Caxias (Reduc) 

Terminal Aquaviário da Bahia da Guanabara (TABG) 

Terminal da Bahia de Ilha Grande (TEBIG) 

Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) 

  

São Paulo 

Terminal de Guararema 

Terminal de Barueri 

Refinaria de Paulínia (Replan) 

Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap) 

Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap) 

Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC) 

Plataformas – 02 

Terminal de Alemoa 

Terminal de São Sebastiao  

Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA) 

Termelétria Cubatão (UTE Euzébio Rocha) 

Torre Valongo – base administrativa da Petrobras em Santos 

  

Mato Grosso do Sul 

Termelétrica de Três Lagoas (UTE Luiz Carlos Prestes) 

  

Paraná 

Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) 

Fábrica de Xisto (SIX) 

Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa) 

Terminal de Paranaguá (Tepar) 

  

Santa Catarina 

Terminal de Biguaçu (TEGUAÇU) 

Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ) 

Terminal de Guaramirim (Temirim) 

Terminal de São Francisco do Sul (Tefran) 

Base administrativa de Joinville (Ediville) 

  

Rio Grande do Sul 

Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) 

Rio Grande do Norte 

Polo de Guamaré, Base 34 e Alto do Rodrigues – mobilizações parciais