Nascente 951

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Nascente 951

 Editorial

Protestos Olímpicos

Durante a recente Ditadura civil-militar brasileira, era comum na esquerda a presença de um debate sobre como se relacionar politicamente com as Copas do Mundo. De um lado, os que priorizavam o combate à manipulação do espetáculo esportivo que legitimava o regime. De outro, os que não deixavam de perceber e apontar esta manipulação, mas também entendiam que o futebol é de tal forma presente na cultura brasileira que seria preciso fazer uma espécie de pausa na luta.
Essa discussão sempre aparece na iminência e durante eventos esportivos que atraem grande atenção popular e cobertura da imprensa. Agora, ocorre com os jogos olímpicos que começam nesta sexta, 5.
Houve quem tivesse considerado antipático e até mesmo contraproducente a realização de protestos durante a passagem da tocha olímpica pelas cidades, como aconteceu nesta semana no Norte Fluminense.
Mas o fato é que protestar não é oposto de confraternizar. O conflito é inerente às relações sociais e expô-lo apenas é a confirmação de toda a nossa humanidade.
A própria história das Olimpíadas está repleta de episódios marcantes de protestos fundamentais que ajudaram a dar passos civilizatórios, como, entre tantos outros, foi o caso dos jogos do México em 1968. Naquele ano, na entrega das medalhas, atletas negros norte americanos abaixaram levemente a cabeça e ergueram o punho com luva preta, fazendo a saudação dos Panteras Negras, grupo que lutou contra o racismo nos Estados Unidos. Inúmeros foram os boicotes, as tochas apagadas, as faixas estendidas.
Por isso, o Sindipetro-NF saúda os movimentos sociais que deram os recados das suas lutas específicas durante a passagem da tocha olímpica na região, como fez o próprio sindicato em relação à entrega do pré-sal, e também àqueles que denunciaram o momento de golpe político vivido pelo País.
Que tenhamos as Olimpíadas, mas não à custa do silêncio dos lutadores do povo.

 

Espaço aberto

Obra da elite conservadora

Marcio Kieller**

Todas as causas são justas. Todos sem exceção tem o direito de se manifestar para verem seus intentos realizados. Mas não podemos admitir que o Big Brother (termo cunhado no livro 1984, de George Orwell) dite para a sociedade toda o que é ou não certo. Ou seja, um oligopólio de comunicação que no Brasil não passam de seis grandes conglomerados familiares ditarem regras, costumes, tendências e vontades, tirando a capacidade de organização e da escolha social racional, aplicando um profundo processo de alienação.
Por isso as manifestações pró Impeachment que aconteceram de forma orquestradas por esses grandes conglomerados de comunicação, em nomes das elites empresarias, latifundiárias não nos preocupam em seu caráter popular, pois não vimos trabalhadores assalariados e nem mesmos os desempregados protestando por causa do emprego.
A que pese que o discurso midiático de que o governo é o culpado por todas as mazelas da sociedade, como principal objetivo desse processo de alienação midiática a lá George Orwell, cumpre o seu papel, pois muitos dos incluídos fazem o discurso contra os benefícios e programas sociais que eles mesmos se utilizam. As manifestações foram patrocinadas pelas forças mais conservadoras da sociedade que dependem da pobreza e do desemprego, que são as elites empresarias, latifundiárias e midiáticas, elites que no caso, tem como discurso que não iriam pagar o pato e o empurraram para os trabalhadores pagarem. Mas alguém pagou as manifestações das elites, que não queriam pagar o pato? Para termos essa resposta basta olhamos o grau de retrocessos políticos que tivemos nesses poucos meses de interinidade do governo golpista de Temer e seus representantes nas Câmara e no Senado para sabermos quem foi que financiou o golpe institucional. E que está exigindo a contrapartida, que é a entrega dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores e a aplicação dos retrocessos sociais.

*Versão editada em razão de espaço. Publicado originalmente no Portal da CUT, sob o título “O impeachment: obra das elites mais conservadoras do Brasil”. Íntegra disponível em bit.ly/2aINeCj. ** Secretário Geral da CUT-PR.

 

Capa

P-54 É NOVO ALVO DOS ABUSOS E PERSEGUIÇÕES

Sindicato mantém indicativo de Operação Padrão em todas as unidades que passam por casos de arbitrariedade dos gerentes. Entidade exige retirada das punições autoritárias

O Sindipetro-NF recebeu nesta semana, dos petroleiros da plataforma P-54, documento que relata um caso de arbitrariedade na punição a um trabalhador. A entidade orientou os petroleiros a avaliarem indicativo de início de Operação Padrão permanente, como está em curso na P-31 por motivo semelhante.
Os trabalhadores descrevem o ato abusivo da gerência contra um operador remoto, que por uma falha altamente justificável e incomum em sua carreira, acionou por curto tempo um equipamento que não deveria. Em razão disso, foi aplicada ao trabalhador uma suspensão de cinco dias.
A punição revoltou os colegas da plataforma, que testemunharam a competência profissional do colega punido e o exagero autoritário da gerência.
Além de indicar a Operação Padrão na plataforma e em todas as demais onde estão ocorrendo perseguições, atos arbitrários e práticas antissindicais na Bacia de Campos — além de P-54 e P-31, há relatos também sobre ocorrências na P-43 e na P-56 — o sindicato exige da Petrobrás a imediata retirada das punições abusivas em todas as unidades denunciadas.
Ameaças na P-18
Na semana passada, o boletim Nascente também trouxe o caso da plataforma P-18, onde a perseguição acontece por meio da utilização do GDP-SO. A gerência ameaça com punição casos de erros no preenchimento de PTs (permissões de trabalho). O sindicato também indicou Operação Padrão para a unidade.
Os trabalhadores da P-18 denunciaram que a gerência está jogando toda a responsabilidade da PT sobre o operador emitente, desconsiderando outros profissionais envolvidos. O caso está ocorrendo também em outras plataformas.
“Não é a primeira vez que este tipo de comportamento acontece na região e a resposta da categoria voltará a ser enfática: os trabalhadores não aceitam que, ao contrário de tomar ações educa-tivas, a empresa opte pelo caminho fácil e arbitrário da punição”, registrou o boletim.
O NF tem alertado sobre o recrudescimento das gerências, o que vai levar a uma resposta com intensificação da mobilização.

 

Categoria unida

Greve na Bahia tem NF presente

A greve dos petroleiros nas áreas com Campos Maduros entra hoje no quarto dia com forte adesão da categoria. Na Bahia, onde estão os diretores do Sindipetro-NF Tadeu Porto e Alessandro Trindade para contribuir na mobilização, o quadro é de forte participação dos trabalhadores. Em Miranga, os trabalhadores das empresas terceirizadas retornaram para as suas residências. Não há troca de turno e uma equipe de emergência está no local realizando o serviço de reparo e substituição do trecho gasoduto que apresentava vazamento.
As estações Parque São Paulo, Socorro e Marapé estão paradas. Em Buracica permanece apenas uma equipe mínima para atender emergências extremas. Em candeias, também está tudo parado, sem troca do efetivo de operadores. Na área, somente a segurança patrimonial e enfermeiros.
A direção do Sindipetro Bahia está preocupada com os trabalhadores mantidos em cárcere privado e procurou a gerência em Candeias para alertar sobre a ilegalidade de manter o efetivo preso nas unidades. Nas áreas norte e sul, os caminhões continuam parados, não entram e nem saem das unidades. A greve segue até sexta-feira, dia 05/08.
A greve
A categoria dos petroleiros está unida em uma paralisação por cinco dias, em diversos estados do Brasil, contra a venda dos Campos Terrestres de Petróleo. Os petroleiros repudiam a colocação à venda de 104 concessões, com 98 delas produzindo. Todas estão divididas por cinco estados brasileiros: Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Espírito Santo.

Entreguista

FUP pede renúncia de Parente

Das Imprensas do NF e do Sindipetro-BA

Depois de o presidente interino da Petrobrás, Pedro Parente, ter doado o Campo de Carcará, estimulando a privatização e o desmonte da empresa, que representa um dos maiores bens públicos brasileiros, o coordenador geral da FUP, Zé Maria, repudiou a negociação, dizendo que essa entrega foi um absurdo, em vídeo publicado no site da FUP na terça, 2.
Zé Maria comparou a política de Parente com a de FHC, e deixou o recado para o presidente atual da Petrobrás: “Parente, já que o senhor quer estabilidade, você deveria retirar sua fala a favor de mudanças na lei da partilha e também deveria renunciar ao cargo de presidente, já que você chegou a ele a partir de uma instabilidade jurídica”, afirmou Zé Maria.
Assista a íntegra do vídeo em bit.ly/2avKqcu.

Fora entreguismo

Tocha passa sob protestos

Manifestações em Campos, Macaé e Rio das Ostras “recepcionam” símbolo

O domingo, 31, e a segunda, 01, foram de protestos na passagem da tocha olímpica por cidades do Norte Fluminense, com as presenças de diretores do Sindipetro-NF. Na capital fluminense também houve manifestação com participação de sindicalistas da entidade.
Em Campos dos Goytaca-zes, no domingo, houve gritos de “Fora Temer” em pelo menos dois pontos do trajeto, nas avenidas 28 de Março e Alberto Lamego — nesta, em frente à Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense), com participação do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) e do movimento estudantil
No protesto da Alberto Lamego, estudantes da Uenf e militantes sociais atiraram papéis com a reprodução de notas de dólar com a imagem do ex-governador Sérgio Cabral. O diretor Tezeu Bezerra representou o Sindipetro-NF.
Em Macaé, também no domingo, o protesto começou às 18h e chegou a alterar a cerimônia. A tocha precisou ser mantida dentro de uma van em um trecho próximo ao prédio histórico da Câmara de Vereadores. Cerca de 80 pessoas participaram da manifestação, com palavras de ordem e faixas contra o governo interino golpista de Michel Temer e em defesa do pré-sal e da educação, também com presença do Sepe e estudantes. O NF foi representado pelo diretor Marcelo Nunes.
Na manhã da segunda, em Rio das Ostras, faixas de “Fora Temer” foram estendidas e também houve protesto dos estudantes da UFF (Universidade Federal Fluminense) contra a cultura do estupro, em função do grande número de ocorrências na cidade. O sindicato foi representado pelo diretor Wilson Reis.
Capital
No centro do Rio de Janeiro, petroleiros marcaram presença no domingo no Ato Nacional da Frente Brasil Popular, contra o golpe, o corte de direitos e em defesa da Petrobrás e do pré-sal. No Museu do Amanhã, os manifestantes estenderam uma grande faixa “Temer Golpista”. Cerca de mil pessoas participaram do protesto. O NF foi representado pelos diretores Alessandro Trindade e Flávio Borges.

 

Agora só falta a bola rolar

Sorteio define confrontos do 12º Torneio de Futsal do Sindipetro-NF, que tem como tema “Luta e resistência”

O Sindipetro-NF realizou na noite da terça, 2, o sorteio dos times que se enfrentarão na primeira fase do 12º Torneio de Futsal do sindicato (veja tabela em bit.ly/2aINeCj). Dezesseis times se inscreveram: Cartoleiros, Baserv, FEA Futebol Clube, SMS Futebol Clube, Albacora, Submarino, Atmeq, Guerreiros de Imbetiba, Velha Guarda, Baker Hughes Lagomar, CABP, Normatel, Expro Group, Amigos da Servimar, Sindipetro-NF e União da Produção.
Os jogos da primeira fase acontecem nos dias 9,11,16 e 17 de agosto, sempre às 19h30 e 20h30, no Ginásio do Juquinha, do Tênis Clube de Macaé. A final está prevista para o dia 26.
Luta e resistência
A atividade de integração do sindicato, que reúne aproximadamente 200 petroleiros, tem como tema neste ano a máxima “Luta e Resistência”. Para a entidade, além de promover o esporte, o torneio é uma ferramenta de conscientização e aproximação dos trabalhadores à vida sindical.

Normando

Impeachment: suicídio político

O atual momento político brasileiro trouxe à tona o que há de pior em nossos políticos. Temos um golpista usurpador na Presidência, um ex-presidente da Câmara dos Deputados que dispensa comentários, e um Senado no qual 60% dos políticos respondem a processos na Justiça.
O iminente julgamento do processo de impedimento, marcado para os dias 25 a 29 de agosto, da Presidenta pelos “nobres” membros do Senado Nacional, muito provavelmente culminará no injusto afastamento de Dilma Rousseff.
O afastamento da Presidenta, eleita democraticamente por 54 milhões de votos está intrinsicamente ligado às conquistas adquiridas pelos trabalhadores nos últimos treze anos, e pela política social adotada no governo Lula e continuada por Dilma. A saída desta, caso seja consumada pelo Senado, significará grave retrocesso nas políticas sociais brasileiras.
Importante destacar que o governo “de esquerda” brasileiro possui diversas falhas e cometeu erros. Entretanto temos que ter a clareza de que a Presidenta está sendo julgada não pelo que fez ou deixou de fazer, mas sim porque ousou em sonhar com a conciliação de classes. Infelizmente o capitalismo é um parceiro ciumento, traiçoeiro e ambicioso, e agora cobra o preço pelos “anos perdidos”.
O governo golpista de MiShell Temer é uma piada de extremo mau gosto, e reflete o que há de pior na política brasileira. Suas primeiras atitudes após usurpar o poder se assemelham em muito às práticas adotadas pela Ditadura de 1964, muito celebrada pelos “coxinhas” por sinal, como, por exemplo, a extinção da Controladoria Geral da União – CGU e dos ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial, e dos Direitos Humanos, este rebaixado ao status de secretaria junto ao Ministério da Justiça e Cidadania, sob a tutela do advogado do PCC, grande defensor dos Direitos Humanos…
Porém o usurpador é quem irá colocar a economia nos eixos e acabar com essa história de justiça social colocada em prática por um barbudo há treze anos atrás, servindo fielmente ao todo poderoso Deus Mercado.
Aliás, a relatoria do processo de impeachment está sob a batuta do Senador Anastasia que, inclusive, de acordo com o Tribunal de Contas mineiro – TCE-MG, foi autor de 972 decretos de suplementação orçamentária em seu mandato como governador.
Estamos vivendo um momento histórico do suicídio da política brasileira, como dito por Joaquim Nabuco: “a história não chegou a ir e já está voltando”.

Curtas

Transpetro
Petroleiros da Transpetro participam desta sexta, 5, ao domingo, do II Seminário da categoria, em Salvador. O evento tem caráter formativo, organizador e mobilizador, ondem são debatidos assuntos de extrema importância. Confira a programação completa em bit.ly/2axZQeY. A primeira edição do seminário nacional dos petroleiros da Transpetro foi realizado em maio de 2015 em Macaé, no Teatro do Sindipetro-NF.

Últimas Vagas
Até a tarde de ontem, 45 trabalhadores estavam inscritos no curso “Benzeno na indústria do petróleo”, que o Sindipetro-NF promove de 23 a 25 de agosto, na sede de Campos dos Goytacazes. Segundo o Departamento de Saúde, ainda há vagas abertas. As inscrições são feitas somente online, em área do site do sindicato. Inscrições através do link sindipetronf.org.br/curso.

Fora Mishell
Nesta sexta, 5, o Rio de Janeiro vai abrir a primeira Olimpíada em solo brasileiro. Um ato partirá de Copacabana para alertar ao mundo o golpe em curso no Brasil. Organizado pelas Frentes “Brasil Popular”, “Povo sem Medo” e “De Esquerda”, a manifestação terá participação de militantes do Norte Fluminense. A concentração será em frente ao hotel Copacabana Palace, às 11h. Todos os filiados ao NF que quiserem participar podem fazer contato por [email protected] até às 15h de hoje.

Perbras
O NF orienta aos trabalhadores da Perbras que não receberam as verbas rescisórias até agora, que procurem o Departamento Jurídico do sindicato. O Departamento do Setor Privado continua recebendo denúncias de que a Perbras está pagando errado o índice de reajuste, menor que os 7% pactuado, e também não está quitando as diferenças e retroativos do ACT 2015/2016 para alguns trabalhadores.