Editorial do Nascente: Questão de caráter e consciência

Na quarta, 5, quando a Petrobrás completou 63 anos, o Sindipetro-NF publicou carta aos petroleiros chamando a atenção para a iminente entrega do pré-sal, alerta que o sindicato faz desde 2015, quando as tramas golpistas se tornaram evidentes pouco após a posse da presidenta Dilma. A categoria fez uma greve histórica em novembro do ano passado, abrindo mão de priorizar as suas reivindicações mais específicas, para abraçar a Pauta Pelo Brasil, justamente por compreender a gravidade do que se anunciava e acabou por se confirmar.

No texto aos trabalhadores, o sindicato relembra que “a história da exploração do petróleo no Brasil é, desde o início, a história do povo brasileiro contra os entreguistas. Primeiro, diziam que o País não tinha petróleo — até laudo de técnico estrangeiro “atestou” isso. Depois, diziam que não tínhamos condições de explorar o nosso próprio petróleo. E mesmo após da criação da Petrobrás, que hoje completa 63 anos, não houve momento em que a empresa não sofresse o ataque dos que, seja em razão da síndrome de vira-lata ou seja por serem vendidos ao capital internacional, sempre quiseram ver a privatização da empresa ou até mesmo o seu fim”.

Por isso, continua a carta, cada aniversário da companhia “é uma oportunidade para lembrar que a saga que a ergueu e a defende é permanente. E que os petroleiros têm um papel estratégico nisso”.
“Esta categoria tem comprovado, com o seu trabalho e com a sua atuação altiva na boa política, que são falsos todos os argumentos que procuraram enfraquecer a empresa ao longo dos anos. Agora, em momento semelhante ao vivido na década de 1990, a companhia está exposta à aplicação do receituário neoliberal de desmonte, fatiamento e venda. Mais uma vez, os petroleiros se levantam e fazem história para impedir que este ataque contra um dos maiores patrimônios e motivo de orgulho do País tenha sucesso”, também destacou o documento.

Mesmo com o golpe duro desta semana, seguiremos na luta. Não temos outro caminho a não ser o de enfrentar. Defender a Petrobrás e o País não é uma escolha, é uma obrigação dos que têm caráter e consciência política. Sigamos firmes.

 

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