Editorial do Nascente: O sócio de FHC

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O que o mercado andou chamando de “perfil técnico” para assumir empresas públicas como a Petrobrás não sobreviveu a uma pesquisa no google. As relações escancaradas de Pedro Parente com FHC, denunciadas nesta semana pela FUP, mostram que o presidente da companhia integra a cota do PSDB no governo Mishell e faz parte do plano de retomada entreguista que o partido implementou nos anos 1990. Por enquanto, se contentam com a expectativa de que Temer cumpra o seu receituário, mas se for necessário derrubam também este no início do próximo ano para fazerem uma eleição indireta. Querem, de toda forma, implementar o programa derrotado nas urnas em 2014.

Como mostrou a federação, em texto (bit.ly/2eB1jAM) repleto de links para insuspeitas publicações do próprio PIG (Partido da Imprensa Golpista) com as devidas relações expostas, Pedro Parente é sócio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em uma empresa de investimentos imobiliários.

Ou seja, não bastasse o atual presidente da Petrobrás ter sido, nos anos FHC, secretário executivo no Ministério da Fazenda, titular em quatro outros ministérios – Orçamento e Gestão, Casa Civil, Planejamento e Minas e Energia -, coordenador da Câmara de Gestão de Energia Elétrica, e membro por quatro anos o Conselho de Administração da Petrobrás, chegando a presidi-lo, em 2002, ainda havia o dado nada dispensável desse interesse financeiro comum nos negócios “particulares”.

FHC, junto a Parente e outros ex-ministros do seu governo, criaram em 2013 a Sarlat Empreendimentos e Participações Ltda, com capital social de R$ 1,94 milhão. Requinte de crueldade: o escritório da empresa fica no mesmo endereço, em São Paulo, da Prada Assessoria, que também tem Parente como sócio — inclusive fundador —, que se destina a fazer consultoria empresarial para tornar milionários ainda mais milionários. Que tipo de espírito público pode ter essa gente?

A cegueira destes tempos torna difícil fazer com que toda a sociedade perceba a gravidade destas relações e seus impactos para o País. Mas os petroleiros, que verdadeiramente amam a Petrobrás, seguirão na trincheira expondo estas mazelas e lutando pela reversão desse momento sombrio da gestão da companhia e do Brasil.

 

[Publicado na edição 965 do Nascente, boletim do Sindipetro-NF que circula hoje nas bases petroleiras da região]