Do Brasil 247 – O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirma, em entrevista publicada neste domingo (4), no Correio Braziliense, que “acabou a bandalheira” na estatal. Segundo ele, não há nenhuma possibilidade de ocorrer novos casos de corrupção envolvendo a empresa. Ao falar do pré-sal, Parente afirma que “se não é a melhor, é uma das melhores províncias petrolíferas do mundo em águas profundas”.
“Implantamos, nesse período, uma série de procedimentos e rotinas, por exemplo, só para dar uma ideia: todos os fornecedores passam por uma avaliação de integridade. Se eles não têm uma avaliação positiva, nem entram no processo de compras. Outro exemplo: você não tem mais nenhuma decisão individual na empresa. O que podia acontecer antes, que eram contratos de valores muito expressivos serem decididos por uma única assinatura, de um único diretor, não tem hipótese de acontecer na empresa hoje. Não vai nem sair do lugar. Várias questões foram mudadas. Aspectos que estão no estatuto da empresa seguem a nova lei de governança das estatais. Isso realmente cria um sistema de controle interno e tem vários mecanismos de prevenção”, diz.
Parente afirma que “há mecanismos estabelecidos que deixam a Petrobras como uma companhia benchmarking em sistema de controle interno”. “Responsavelmente, nenhum dirigente pode ir além de dizer que está realmente organizando a sua empresa para ter os melhores sistemas de controle interno, de conformidade e de compliance, de tal forma a tornar extremamente difícil qualquer possibilidade dessa natureza. Vamos lembrar que, nas coisas que aconteceram, acima de tudo, a Petrobras foi vítima”, frisa.
Para reequilibrar as contas da estatal, o presidente defende o seu feirão. “Temos quatro pilares que vão nos fazer alcançar os objetivos. Um deles é nosso programa de parcerias de desinvestimentos, cuja meta é atingir US$ 15,1 bilhões até o fim do ano. Já anunciamos transações que totalizam perto de US$ 11 bilhões. E mantemos nossa meta. O que significa dizer que, se tudo der certo, anunciaremos novas transações até o fim do ano. Eu digo, se tudo der certo, porque vai depender da negociação. Tem os russos e não podemos aceitar condições que não sejam as ideais só para cumprir um prazo e uma meta. É preciso negociar olhando o melhor interesse da empresa. Além dos US$ 15,1 bilhões em 2016, nós temos a meta de US$ 19,5 bilhões para 2017 e 2018. Portanto, o programa de desinvestimentos é de US$ 34,6 bilhões em quatro anos”, afirma.
Sobre o pré-sal, ele diz que “é caro, mas é cada vez menos”. “Por causa dos ganhos de produtividade, o preço que torna economicamente viável explorar um campo, é cada vez menor. Hoje, é abaixo dos US$ 40. O custo de extração — que é o custo uma vez perfurado o poço — é abaixo de U$ 8. Isso é uma vantagem importante”, ressalta.