Editorial do Nascente: Ano ainda impõe a luta

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Nem sempre a dinâmica política obedece ao calendário gregoriano. Como ocorreu em anos recentes, volta a ocorrer o descolamento entre as datas de final de ano que sugerem certa descompressão, ambiente de festas e congraçamentos, e a realidade árida de um cenário conflagrado. Em meio às compras apertadas do Natal, os brasileiros convivem com a necessidade de enfrentar um dos momentos mais dramáticos da história do País após a redemocratização.

Sucessivas quedas de ministros, prisões de ex-governadores, quedas de presidentes de casas legislativas — Renan Calheiros ainda agoniza, mas parece iminente a sua destituição após ter se tornado réu, como ocorrera na Câmara com Eduardo Cunha —, repressões violentas a manifestações em Brasília e no Rio de Janeiro, ataques orquestrados contra os trabalhadores nas áreas de Previdência, Direitos Trabalhistas e investimentos sociais, são algumas das pautas que pululam nos jornais e não deixam o ano acabar.

Desde o momento em que a ordem democrática foi quebrada, por meio de um golpe parlamentar de inspiração reacionária para implementar uma agenda de retrocessos contra os trabalhadores, toda a institucionalidade foi abalada e não há prognóstico seguro possível para o País.

Na Petrobrás não tem sido diferente. Os petroleiros continuam com uma campanha salarial em aberto e não há perspectiva de que ela possa ser concluída sem uma grande luta a ser empreendida ainda dentro deste calendário de 2016. 

Com a sua intransigência, a companhia está pagando para ver e acabará mesmo por enfrentar o acirramento da reação da categoria a uma série de desmandos, assédios e desrespeitos em uma ambiência de trabalho cada vez mais degradada, associada ao entreguismo criminoso do Parente de Mishell.

O Sindipetro-NF entende o peso e a simbologia das datas festivas que se aproximam. Mas a entidade não se furtará a cumprir a sua obrigação política de mobilizar a categoria, caso a Petrobrás insista na postura desrespeitosa que tem adotado nas negociações da campanha salarial.

O ano pode não acabar em 31 de dezembro. Estejamos prontos para a luta.

 

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