Quando, em 2013, o movimento estudantil em São Paulo reagiu a um reajuste de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus, houve quem tivesse desprezado o potencial das mobilizações por um motivo supostamente menor. Logo, então, espalhou-se nas redes sociais a campanha espontânea que explicou que não eram apenas vinte centavos, muito mais estava em jogo. E deu no que deu, uma das maiores ondas de protestos da história recente do País, que viria a ser desvirtuada em seguida pela apropriação que dela fizeram a direita e os grandes meios de comunicação.
Agora, entre os petroleiros, o raciocínio se aplica. Durante as assembleias desta semana surgiram questionamentos sobre as motivações para a paralisação chamada para ser realizada, a qualquer momento, a partir de hoje. Não é apenas por uma cláusula que a categoria vai cruzar os braços, mas contra todo um cenário de retrocessos que tendem a ser ainda maiores se os trabalhadores não demonstrarem disposição para resistir.
Uma das maiores greves da história da categoria petroleira, a de 1995, foi feita essencialmente em razão de o governo FHC não ter honrado um compromisso assumido pelo governo anterior com os petroleiros. O resultado daquele enfrentamento foi o de ter impedido que aquele ciclo neoliberal arrastasse a Petrobrás para o mesmo ralo privatizante que sugou outras grandes estatais, como a Companhia Vale do Rio Doce.
Agora, mesmo quando o clima em nossas famílias é de festas de fim de ano, é preciso manter elevada a temperatura no trabalho, visto que a gestão da Petrobrás e o governo também não arrefeceram os seus ímpetos entreguistas e de destruição de direitos dos trabalhadores.
Não tem trégua, não tem pausa, não tem Natal e nem Réveillon para quem insiste em destruir a Petrobrás e atacar a sua força de trabalho. Vamos para cima deles!
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