Editorial do Nascente: Operação Quebra Brasil

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Apenas um corrupto defende a corrupção. Ainda assim, apenas diante daqueles que frequentam o seu submundo. Nunca publicamente. Somos contra a corrupção você, leitor, como pessoa física, e o seu sindicato, como pessoa jurídica. É contra a corrupção, de modo formal e institucional, a empresa que o emprega, a igreja que eventualmente você frequenta, a escola dos seus filhos. 

De modo que ninguém, a não ser os potencialmente atingidos, podem ser contra a Operação Lava Jato no que ela tem específicamente de combate à corrupção. O problema é que, de combate à corrupção, ela tem bem pouco. Cada vez mais, dado todo o histórico de relacionamento do juiz Sérgio Moro com os Estados Unidos e com o tucanato entreguista brasileiro, está evidente que a operação tem como objetivo desde o início quebrar a sequência de governos progressistas no Brasil e criar o ambiente político propício para a desnacionalização de várias riquezas, notadamente as relacionadas ao petróleo.

Os maiores prejudicados pela Lava Jato não foram os portadores das tornozeleiras eletrônicas. Na verdade, foram os mais de 1,5 milhão de trabalhadores que perderam seus empregos como consequência direta da operação, de acordo com levantamento da CUT.

Como se diz popularmente, “jogaram fora a banheira junto com a água de banho”. Minaram a credibilidade de grandes empresas nacionais, o que significa obstáculos à obtenção de créditos e à continuidade de projetos, e levaram a um retrocesso econômico inimaginável. O desemprego caiu de 12,2%, em 2002, para 4,8%, em 2014, o menor da história. E depois dos primeiros efeitos da Lava Jato o índice voltou a subir, até voltar aos mesmos 12%¨em 2016. Em vários países, em casos de corrupção nas empresas, são punidos os executivos envolvidos e preservadas as organizações nacionais em acordos de leniência.

Esvaziar as panelas dos trabalhadores dos bairros mais pobres foi o que conseguiram os batedores de panela dos bairros mais ricos.

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