O pessoal da meritocracia, da gestão, da eficiência, gosta muito de falar em números. Mas há um tema para o qual as suas cabeças de planilha parecem não funcionar: o da saúde e da segurança. Neste campo, para eles, tudo parece muito abstrato, tudo é possível, tudo pode ser postergado e alertas podem ser negligenciados. É como se nada tivesse consequência real.
Os números do PIDV (Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário) só fazem sentido para a gestão quando apontam para o atendimento da meta neoliberal de cortar, cortar e cortar. Mas estes mesmos números mostram aquele outro lado que eles fingem não ver: não é infinita a capacidade que um trabalhador tem de realizar as funções de dois, três ou até mais colegas. A conta não fecha.
Somente na versão do PIDV concluída em setembro de 2016, de acordo com a própria Petrobrás, a adesão foi de 11.704 empregados. Cada um destes fará falta, sem que nenhum plano de reposição esteja em curso.
Não há semana que o Sindipetro-NF passe sem que os diretores da entidade recebam relatos sobre condições cada vez mais inseguras e estafantes nas áreas operacionais da empresa, associadas diretamente à falta de pessoal.
O plano desmonte da companhia, que inclui a venda de ativos e a dispensa de funcionários, está fazendo a empresa retroceder de modo alarmante aos anos 90 e início dos 2000, que tem como principal ícone a tragédia da P-36.
Esta política antipatriótica e assassina precisa ser enfrentada por todos com extremo senso de urgência. Os petroleiros e as petroleiras não abaixarão a cabeça. A luta se impõe e não há espaço para a omissão. Os tempos são difíceis, mas são especialmente nestes que fazemos história. Fora Mishell, seu Parente e toda a política que eles representam.
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