Do Boletim Nascente – O País volta a se mobilizar hoje em protestos contra as reformas de Mishell Temer. Em Macaé, haverá concentração a partir das 15h, na Praça Washington Luiz, seguida de passeata pelo Calçadão até a Praça Veríssimo de Melo, com encerramento em ato no Terminal Central. Em Campos, também às 15h, haverá ato no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, no Centro. No Rio, o ato será na Candelária, a partir das 16h. Nas plataformas, os petroleiros estão reunindo hoje assinaturas em um manifesto contra as reformas.
O movimento de hoje está sendo considerado um “esquenta” para uma grande greve geral. Para o Sindipetro-NF, é mais uma oportunidade para que a categoria petroleira também demonstre a sua indignação com relação aos ataques trabalhistas e previdenciários que estão em curso.
“Não se trata apenas de solidariedade de classe, o que já seria o suficiente, mas também de perceber que ninguém está imune. Quem hoje é primeirizado estará a um passo de ser terceirizado. E a reforma da Previdência também atinge a quem tem o Plano Petros”, afirma o coordenador geral do Sindipetro-NF, Marcos Breda, citando as duas ameaças mais próximas, da terceirização e da previdência.
De acordo com estudo do Dieese sobre a proposta do governo para a Previdência, os trabalhadores mais sujeitos à rotatividade no trabalho e os mais pobres serão os mais atingidos, mas também haverá retrocesso para empregados de empresas como a Petrobrás, com plano próprio de previdência.
Quem está vinculado ao Plano Petros 1, terá acesso à aposentadoria apenas “sob a condição de já ter obtido a aposentadoria via INSS, o que irá impor a mesma necessidade de mais anos de trabalho para se aposentar também na previdência privada da categoria”. Para quem está no Petros 2, não há dependência da aposentadoria do INSS para retirada do fundo, mas “essa parte do fundo ficará restringida, a não ser que se cumpra as regras mínimas exigidas pela reforma”, de ter 65 anos ou mais e 49 anos de contribuição.
O estudo mostra que os danos são nefastos, até mesmo para a própria sobrevivência da previdência pública, pois a previsão é de que haverá desestímulo para a contribuição dos mais jovens, que tenderão a correr para planos privados.
Para o presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, “os projetos de desmonte da aposentadoria e da CLT de Temer não geram emprego nem resolvem o ‘suposto’ rombo da Previdência, como diz o governo. O que gera emprego é um projeto de desenvolvimento inclusivo, com investimentos em infraestrutura, inovação tecnológica e aumento de produtividade”.