Alguns trabalhadores chegaram a gravar vídeos, acessando a plataforma com chaves de outros funcionários e senhas inexistentes, comprovando, assim, a possibilidade de fraudes na votação (assista no final da matéria). A Transpetro reagiu retirando o sistema do ar, alegando problemas técnicos, e informando a suspensão temporária do pleito.
Desde antes da divulgação do edital, a eleição para o CA da subsidiária vem sendo marcada por uma série de problemas. Para restringir as candidaturas dos petroleiros, a Transpetro se aproveitou do decreto 8945, assinado pelo presidente golpista Michel Temer em dezembro passado, anulando as salvaguardas que os trabalhadores conseguiram garantir na Lei 13.303/2016, que regulamenta os estatutos das empresas estatais.
Tomando como base o decreto presidencial, a subsidiária impôs uma série de limitações para participação dos trabalhadores na eleição do CA. Das 17 candidaturas inscritas, quatro foram inabilitadas em função das restrições criadas. O representante da FUP na Comissão Eleitoral, Leandro Baesso, não só denunciou as manobras dos gestores para tentar controlar o processo, como também já havia alertado sobre falhas recorrentes no sistema de votação, desde a eleição passada, o que pode ter possibilitado a ocorrência de fraudes.
Por várias vezes, foi solicitada a suspensão da eleição até que tudo fosse averiguado e esclarecido. No entanto, a Transpetro insistiu em dar continuidade ao processo. Entre os dias 16 e 24 de março, foi realizado o primeiro turno de votação e nesta terça-feira, 04, quando teve início o segundo turno, as suspeitas de fraudes se evidenciaram com as falhas absurdas na plataforma de votação eletrônica.
A FUP exige uma perícia rigorosa e independente dos sistemas eletrônicos e métodos de fiscalização que de fato garantam a lisura do processo. A eleição de representantes dos trabalhadores para o CA das empresas estatais é uma importante conquista que deve ser garantida, com transparência e respeito ao processo democrático.
Federação Única dos Petroleiros