Editorial do Nascente: Um brado retumbante

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A organização da Classe Trabalhadora tem um recorte de pertencimento internacional. “Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!” é o chamado do Manifesto do Partido Comunista desde o século XIX. No entanto, a dimensão nacional ainda ocupa grande presença no imaginário e, quando bem utilizada pelos movimentos sociais, contribui como ferramenta de luta anti-imperialista.

Quando os petroleiros e petroleiras defendem a Petrobrás enquanto projeto nacional, com protagonismo em um modelo de desenvolvimento inclusivo e socialmente justo, o fazem por entender que a companhia é uma conquista do povo dessa parte do mundo e em seu favor, do povo, deve ser administrada. Assim como toda a riqueza produzida pela humanidade deve estar a serviço de todos, e não de alguns. Não há incompatibilidade, portanto, com a concepção internacional de pertencimento.

Contrário disso é o que faz a atual gestão da empresa, que busca a sua internacionalização pelo viés concentrador, elitista, para saciar interesses de um grupo restrito de corporações petroleiras mundiais. Não há, neste caso, nenhuma preocupação com os “trabalhadores do mundo”. Há um encolhimento subserviente aos interesses estrangeiros na área do petróleo. É o modelo “Petrobrax”.

Esse debate do papel da Petrobrás e da presença da ideia do nacionalismo nos movimentos sociais precisa ser revigorada, especialmente nestes tempos em que símbolos nacionais foram sequestrados por movimentos fascistas, que tomam as ruas de verde e amarelo para bradarem pela adoção de receitas autoritárias para o país. É preciso disputar esses símbolos e até mesmo ressignificá-los.

Algumas das imagens mais bonitas produzidas pela categoria petroleira, em suas mobilizações na Bacia de Campos, foi a de petroleiros formando um mapa do Brasil no heliponto de uma plataforma. Os petroleiros e petroleiras amam o Brasil e querem a Petrobrás a serviço do País.

Neste 13 de abril, Dia do Hino Nacional, os trabalhadores e trabalhadoras lançam seu “brado retumbante” pela recuperação de um projeto de nação que tenha o povo com protagonista. Nestes tempos em que o País foi tomado por entreguistas e vendilhões, lutar em defesa da Petrobrás é um chamado cívico. “Verás que um filho teu não foge à luta”.

 

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