Diretoria 2017/20 toma posse no NF em cerimônia que reforça a disposição para a luta

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O Sindipetro NF (Sindicatos dos Petroleiros do Norte Fluminense) deu posse hoje, em atividade política e festiva em Macaé, aos integrantes da Diretoria e do Conselho Fiscal da entidade para o triênio 2017/2020. Cerca de 700 pessoas participaram da cerimônia, que contou a participação de convidados da categoria petroleira, centrais sindicais, movimentos sociais, estudantis, e de lideranças políticas em parlamentos, como o Senador Lindberg Farias (PT), o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) e o vereador do município de Macaé, Marcel Silvano (PT).

Além dos parlamentares, compuseram a mesa o presidente da Junta Eleitoral que conduziu as eleições sindicais, Marcelo Abrahão; o presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues; o representante da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Norton Almeida, também diretor do NF; o representante do MST, Antônio Carlos Barsotine, mais conhecido como Paulista; o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel; o coordenador geral do Sindipetro-NF no mandato 2014/17, Marcos Breda; o novo coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra; além de toda a nova diretoria e conselho fiscal eleitos.

Importância estratégica do NF

Para o senador Lindberg Farias, um sindicato como o Sindipetro-NF tem uma importância estratégica na defesa da democracia e da soberania no país. Segundo ele, o setor petróleo é um dos elementos centrais para entender o golpe parlamentar de 2016, e os petroleiros, que conhecem os interesses envolvidos na geopolítica da disputa pela energia do planeta, conhecem bem as pressões envolvidas, especialmente das empresas petroleiras norte-americanas.

“A história ainda vai entender melhor o papel dos Estados Unidos nesse golpe”, disse Farias, destacando que “quem descobriu o pré-sal fomos nós, os trabalhadores, os técnicos da Petrobrás. E quando o presidente Lula fez o anúncio dessa descoberta, os Estados Unidos colocaram uma frota da Marinha no nosso Atlântico”.

Raciocínio semelhante viria a fazer o coordenador da FUP, José Maria Rangel, que em sua fala no evento afirmou que o petróleo está “no coração do golpe”, como um dos principais elementos motivadores da ofensiva da Direita no Congresso, na grande mídia e no Judiciário. “É preciso que fique bem claro. O golpe foi dado contra a Democracia, pela retirada dos direitos dos trabalhadores, pelo aumento da corrupção, pela criminalização dos movimentos sociais e contra a soberania do País”, alertou.

O papel da Petrobrás, o cenário de enfrentamento ao golpe, os ataques aos trabalhadores e o desmonte do estado Brasileiro também foram destaques nas falas do deputado Luiz Sérgio e do vereador Marcel Silvano, assim como nas dos presidentes das centrais, Marcelo Rodrigues e Norton Cardoso, e do líder do MST, Antônio Carlos Barsotine.

Troca de comando

Os momentos mais emocionantes do evento, no entanto, ocorreram durante os pronunciamentos dos diretores sindicais que hoje trocam o bastão de mão no comando do Sindipetro-NF. Marcos Breda, que deixou a coordenação, e Tezeu Bezerra, o novo coordenador, fizeram discursos que deram ênfase ao espírito coletivo do sindicato, onde todos os diretores têm igual importância, destacando ainda a participação dos funcionários da entidade na vida sindical.

Breda lembrou que entrou no NF em 2002, um ano após a tragédia com a P-36, e em boa medida motivado por uma bandeira prioritária do sindicato: a luta contra a insegurança no trabalho. “Foram 15 anos de muita dedicação ao sindicato, muitas vezes faltando com a minha família”, lembrou. Aos novos diretores, ele desejou “coragem, pois é difícil, é duro, mas também é gratificante fazer o bom combate”.

Durante o evento, o sindicalista recebeu homenagens dos funcionários da entidade, estendidas também a outros diretores que estão deixando o mandato sindical, Marcelo Abrahão e Valter de Oliveira. Sobre Breda, representando os funcionários, a assistente social Maria das Graças Alcântara salientou o perfil afetuoso e de abertura ao diálogo. Foi exibido um vídeo com imagens do sindicalista em atuação e em momentos de descontração, além de distribuídas placas e flores. Uma camisa vestida por todos os empregados do NF resumiu o agradecimento aos ex-diretores: “Vocês fazem parte dessa história”.

Novo coordenador

O novo coordenador, Tezeu Bezerra, explicou que, mesmo em um cenário adverso, o sindicato procurou marcar a posse com a cerimônia, mas dando à festa um caráter político. “A festa é porque cada um que está aqui merece confraternizar e nós precisamos nos fortalecer. Esse aqui é um ato político em defesa da democracia, em defesa da Petrobrás, em defesa dos trabalhadores. Por isso nós fizemos questão de marcar este momento, ainda que de forma mais simples”, afirmou.

Ele agradeceu aos familiares presentes, dele e dos demais diretores e diretoras, lembrando que, muitas vezes, o sindicalista precisa do suporte familiar para suportar a luta. O novo coordenador também falou do desafio de assumir, tão jovem, a coordenação geral de um dos maiores sindicatos petroleiros da América Latina.

“As pessoas têm me perguntado, por ser tão jovem, 29 anos, como será assumir a coordenação geral. Isso seria difícil se eu estivesse sozinho. A representação da coordenação geral é simbólica, quem faz a luta somos todos nós, e eu não podia deixar de estar prestigiando toda a diretoria eleita [que foi convidada por ele a subir ao palco desde o início do evento]”, disse Tezeu.

O novo coordenador encerrou a sequência de falas da cerimônia com um aviso à categoria petroleira: “Tenho falado isso repetidamente. Uma coisa que todo mundo pode ter certeza é do compromisso de luta da diretoria eleita para o triênio 2017/20. É uma tranquilidade que vocês vão poder ter. Porque nós vamos estar sempre na luta para defender a Petrobrás, para defender cada trabalhador, primeirizado, terceirizado, porque é o papel do sindicato, é a casa do trabalhador. E nós vamos fazer isso com muita veemência, com muita coragem, e muita disposição de luta”.