* Claudio Nunes
Hoje recebi noticia que mais de mil petroleiros da UTC Engenharia foram para demitidos em Macaé/RJ. O Sindipetro-NF, mesmo não sendo o representante legal destes trabalhadores, tem tomado iniciativa para que a Petrobrás garanta que a empresa terceirizada não deixe de pagar os direitos dos trabalhadores, respeitando a independência do sindicato dos mesmos.
E percebi que muitos petroleiros que trabalham na UTGCAB, ficaram tristes e chateados porque os companheiros estão passando por esta situação, que são frutos de uma crise que foi aprofundada pela crise política que a direita alimentou durante o governo da presidenta Dilma, e depois pela fatura do golpe que foi cobrada deste o inicio do governo golpista do Temer com a privatização do pré-sal (atingiu diretamente a educação e a saúde que seriam beneficiados do fundo soberano, lei aprovada durante o governo Dilma), privatização das empresas públicas, como por exemplo a Petrobrás.
Mas isto todos sabemos. Mas o que está de errado?
Não diria errado, mas no mínimo vale uma reflexão dos trabalhadores, pelo menos aqueles que se enxergarem enquadrados pela minha visão da conjuntura.
Porque é mais facil os petroleiros sentirem e se comoverem pelos problemas dos de “fora”, porém não enxergam (ou não querem exergar) que os ataques está sendo também em cima deles?
- Assédio,
- punição,
- movimentação unilateral;
- demissão.
Sim, demissão. Ou esquecemos que estamos debaixo do regime de CLT? Na UTGCAB estamos nós petroleiros vivendo uma receita de algo que não é nada bom. Medo de participar das setoriais (bate papo com o sindicato), medo de enviar denúncias de questões de segurança e saúde para o sindicato, medo de participar de eventos no sindicato, medo de particiar de mobilizações, medo de defender seus próprios empregos e do colega do lado, medo…
Esta receita que é inserida pela gestão da empresa nos petroleiros de Cabiúnas tem objetivo claro: Colocar um cabresto nos petroleiros e assim afastar qualquer perigo de afetar drasticamente a produção da bacia (UORIO e UOBC) como também o pré sal (hoje mais de 50% do gás que chega na unidade é do pré sal, sendo que 100% do gás da bacia chega na unidade).
- O medo que cala,
- O medo que cega,
- O medo que derruba,
- O medo que mata.
O trem da incorporação dos petroleiros da Transpetro para a Petrobras que laboram na UTGCAB ainda está disponivel para o embarque. Mas é necessário de dar um pulo, um pequeno pulo, para poder sair da plataforma para o carro. Mas é necessário dar o pequeno pulo, é necessário vencer este medo.
Não deixemos de lutar pelos nossos companheiros petroleiros de outras empresas, mas não nos tiremos nosso olhar no trem, não deixemos de romper com este medo para poder dar o pulo para embarcarmos na luta.
Espero todos para as setoriais!
* TO da UTGCAB; Diretor do SindipetroNF; Diretor Suplente da FUP.