Os golpistas estão entregando hoje a última das grandes áreas de petróleo com alta produtividade e baixo custo do mundo

Roberto Moraes*

Muito pior do que o leilão do pré-sal que a ANP realiza hoje são as regras impostas pela vendida ANP.

O volume das reservas que estão sendo vendidas são estimadas potencialmente em 4 bilhões de barris de petróleo.

Isto equivale à um terço das reservas provadas de 12 bilhões de barris, embora, as estimativas de todas reservas do pré-sal sejam muito maior que isto.

O pré-sal, segundo centenas de geólogos respeitados, pode ser a última (ou uma das últimas) grandes áreas de petróleo com alta produtividade e baixo custo do mundo.

Assim, o pré-sal já é, há uma década, a maior fronteira de exploração de petróleo do mundo. Seis dos dez maiores campos de petróleo descobertos nesta década estão no Brasil.

90% das reservas de petróleo do mundo estão nas mãos das petroleiras estatais. As petroleiras privadas procuram pouco petróleo, preferem investir contra os Estados-nações que as possuem.

As reservas de petróleo estão se escasseando e está cada dia mais caro achar petróleo no mundo.

O Ministério das Minas e Energia, a ANP, IBP, etc. todas agem em favor das petroleiras estrangeiras, da mesma forma, que a própria Petrobras.

Todas as gestões destas empresas e instituições estão entregues aos antigos gerentes destas corporações, que hoje controlam por completo, o poder político no governo golpista.
Não há ninguém neste governo golpista defendendo a Nação que segue sendo dilapidada.

O quadro e o ambiente agora no auditório da ANP é de final de xepa na feira, com os poços sendo entregues a preços de banana madura, quase sem nenhum tipo de exigência, como as contrapartidas de conteúdo nacional, reduzidas ao mínimo, apenas sobre aquilo que não faz sentido trazer lá de fora.

A Nação exigirá, no seu tempo, a revisão destas medidas que estão entregando a rendas originárias de nossa riqueza nacional.

O governo golpista receberá como bônus do leilão de hoje da ANP pela entrega de parte do nosso petróleo do Pré-sal, a metade, do que o Temerário usou para comprar deputados (com o Refis, emendas e outros) – só nesta 2ª denúncia – para se manter no poder.

E o deus-mercado deseja ainda que você creia que não havia outra saída, que não fosse esta de entregar a nossa riqueza como uma colônia silente.

O Brasil, como Estado-nação tem a riqueza mineral e assim, vai abrindo mão, da maior parte daquilo que a sua renda poderia auferir.

Sim, porque é a renda que está em jogo. É ela que foi disputada hoje na xepa da ANP entre o Estado e as corporações.

Assim, as petroleiras e os fundos que as controlam e financiam avançaram sobre a renda que seria para o nosso Fundo Soberano.

Não há como não trabalhar por um referendo revogatório para rever estas entregas.

Não há que se falar abstratamente, em segurança jurídica, sobre aquilo que foi obtido de maneira espúria.
Voltando ao início, é duro demais ver que aquilo foi obtido hoje no leilão com os “espelhinhos” banca apenas metade da farra do golpista-temerário para se manter no poder.

Difícil crer que ainda exista alguém que possa bater palmas para isto.

Sigamos em frente e em luta!

* Professor e engenheiro do IFF. Publicado originalmente no blog do autor, aqui.