A diretoria da FUP e de diversos sindicatos petroleiros, entre eles o Sindipetro-NF, ocuparam na manhã de hoje a sala de controle da Fábrica de Fertilizantes (Fafen) de Araucária, no Paraná, em protesto contra a venda deste ativo da Petrobrás. A ocupação começou um pouco antes das 6h e durou duas horas.
Os dirigentes sindicais mobilizaram os trabalhadores e dialogaram sobre as razões da ocupação. De acordo com o coordenador geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), José Maria Rangel, o protesto na Fafen é mais um sinal de que a Petrobrás não vai entregar os seus ativos sem enfrentar uma grande resistência da categoria petroleira.
“Esse é um momento em que nenhum de nós tem o direito de abaixar a cabeça. Porque é exatamente isso que os golpistas querem. Eles querem passar pra gente uma desilusão, de que não existe mais esperança para o País, e que portando temos que abaixar a cabeça e nos submeter a tudo o que eles querem”, disse José Maria, aos trabalhadores, na sala de controle da Fafen.
De acordo com a FUP, a fábrica está sendo privatizada por meio de uma negociação de venda casada, que inclui também a Fábrica de Fertilizantes do Mato Grosso do Sul (UFN-III), uma planta que não entrou em operação, pois teve a obra paralisada em dezembro de 2014, com 80% do projeto concluído.
“Devido aos impairments realizados pela atual gestão da Petrobrás, a unidade Paraná vale contabilmente zero reais (R$ 0,00). Através de uma Ação Civil Pública, a FUP está contestando na Justiça a entrega deste importante ativo, que tem capacidade de produzir anualmente cerca de 700 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia, além do valioso e estratégico Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32)”, informa a Federação.
Na fala à categoria na Fafen, José Maria também destacou o desmonte geral que está sendo empreendido na Petrobrás, mostrando o paralelo entre o desempenho da empresa até 2002 e após o primeiro governo do ex-presidente Lula — que recuperou um norte para a companhia, voltando a sua missão para o desenvolvimento nacional e a promoção da justiça social, reergueu a indústria naval, voltou a investir em pesquisa e descobriu o pré-sal.
“O jogo é muito pesado e nós estamos fazendo a boa resistência. Estar aqui significa que não vamos aceitar passivamente que o patrimônio público seja entregue”, disse o coordenador.
O coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, e o também diretor da entidade, Antônio Carlos Bahia, participaram do protesto na Fafen. Segundo Tezeu, o movimento sindical “vai brigar por cada uma” das Fafens, assim como por todos os ativos da Petrobrás, luta que também foi destacada por Bahia.