Mais um aumento nos combustíveis: o que a Petrobrás disse e o que deixou de dizer

FUP – A Petrobras voltou a reajustar nesta terça (20) o preço médio da gasolina e do diesel nas refinarias.

Ontem (19), matéria do jornal Folha de São Paulo, intitulada “Refinarias respondem por 1/6 do aumento da gasolina, diz Petrobras”,  tentou afastar da gestão da empresa a responsabilidade pelo peso dos reajustes no bolso do povo.  A matéria repercute a nota que a Petrobrás divulgou, comunicando o aumento dos preços nas refinarias.

Quem lê a matéria fica com a impressão de que a Petrobras está certa e que não são seus gestores, e principalmente quem os escolheu, o golpista Mishell Temer, os algozes dos altos preços dos combustíveis.

O que a Petrobrás esconde na divulgação é que faz uma manipulação nos dados, escolhendo o período analisado para reforçar ideias positivas sobre a gestão dos reajustes dos preços na refinaria. Caso o período analisado tivesse sido fechado no fim de 2017 e não em fevereiro a Petrobrás responderia pelo dobro do aumento que divulgou.

Na mesma divulgação, a Petrobras também não diz que o seu presidente está tentando jogar toda a responsabilidade sobre o elevado custo dos combustíveis no Brasil para os impostos que o governo Temer cobra dos consumidores, como se isso não fosse uma decisão do mesmo governo golpista que manda na política de preços da empresa. Ou seja, o povo fica nas mãos da política de reajustes de Parente e também da política de impostos de Temer, um jogando a culpa no outro, mas o projeto golpista é um só.

Por fim, não menos importante, e também a Petrobras não diz em sua nota, é que enquanto o povo enfrenta estes reajustes, a empresa está cedendo espaço no refino e perdendo receitas nesta área. Sua política de preços alinhados com os preços internacionais que o governo golpista implantou somada e a redução de carga nas refinarias estão causando o crescimento nas vendas das concorrentes e sobra de estoques nas refinarias da Petrobras, isso forma um ciclo vicioso que leva recuar ainda mais no refino, como por exemplo a decisão de parar a Rlam na Bahia duramente criticada pela FUP.

Tudo isso foi pensado para tornar a Petrobrás uma empresa menor e justificar a sua privatização, que sempre foi um dos objetivos centrais do golpe.