Blog zemarianoca.org.br: Até quando?

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Leia o texto do Conselheiro Representante dos Trabalhadores e Coordenador Geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, sobre o incêndio na P-20 – o mais recente grande acidente na Petrobrás:

Salvo raríssimas exceções, as empresas só se movem para praticar segurança quando acontece uma grande tragédia. A partir deste momento , são criados uma série de programas de prevenção de algo que normalmente já vinha sendo anunciado há muito tempo.

Aprender com os acidentes é uma das melhores maneiras de evitar novas tragédias , encarar de frente a gravidade da situação e cada ator assumir a sua parcela de responsabilidade é sem dúvida nenhuma um passo importante na busca da preservação da vida.

O que leva a maior empresa do país, acidentes após acidentes, utilizar sempre as mesmas frases de efeito para justificar o injustificável? Porque a Petrobrás ainda insiste em usar frases como:
“Operamos dentro dos mais rígidos padrões de segurança”
“Petrobrás lamenta o ocorrido e está solidaria com as famílias das vítimas”
“Todos os equipamentos de segurança operaram”
“O acidente foi de pequenas proporções”

Age como se os últimos acidentes não estivessem intimamente ligados com a os números do PROEF. E o que é o PROEF? Nada mais é do que o atestado de incompetência da Petrobrás em fazer segurança , aliás este programa deveria se chamar PROIG (Programa da Incompetência Gerencial) , pois ele só existe devido a insistência da empresa em tratar segurança com frases de efeito e tentar desqualificar as denúncias dos trabalhadores.

Como acreditar que a Petrobrás se preocupa com segurança , se no caso das plataformas da Bacia de Campos que foram sucateadas , os grandes operadores deste sucateamento ainda hoje continuam ocupando altos cargos na empresa?
Cerca de sete ocorrências graves em menos de um mês em Refinarias e agora na Plataforma P-20 , onde segundo relatos dos trabalhadores que estavam na frente do combate , nada foi pequeno , por pouco não estamos chorando mais uma vez os nossos mortos e tome chavão:
“Operamos dentro dos mais rígidos padrões de segurança”

Para nós do movimento sindical , não se faz política de segurança de cima para baixo e sim ouvindo os trabalhadores e seus legítimos representantes que são os sindicatos.

Várias propostas já foram apresentadas pelo movimento sindical para a direção da Cia e nada , não há vontade política e o importante é produzir , o importante são os números do PROCOP , que levam por exemplo as paradas programadas a serem encurtadas para produzir rápido.

Os avisos estão sendo dados é só olhar com atenção , pois caso contrário novos EPIs passarão a ser utilizados no sistema Petrobrás : Pé de Coelho , Trevo de Quatro Folhas e Ferradura .

Nós trabalhadores não queremos e não merecemos mais ler notas do tipo:
“A Petrobrás lamenta o ocorrido e está solidaria com as famílias das vítimas”

José Maria Ferreira Rangel