Petrobrás tenta desestabilizar trabalhadores e petroleiros seguem firmes no quarto dia de greve!

Da Imprensa da FUP

Neste domingo, 20, os petroleiros entraram no seu quarto dia de greve, que vem sendo marcado pelo endurecimento da Petrobrás na tentativa de desestabilizar o movimento de greve dos trabalhadores e, suas direções sindicais, com a presença de juizes, oficiais de justiça e até da polícia nas unidades operacionais, para tentar garantir a retomada de operações nos terminais e refinarias.

Apesar da pressão da empresa, os petroleiros continuam parados, sem realizar a troca de turno e, em algumas unidades, a greve tem ganhado mais adesões.  Segundo informações dos sindicatos, a adesão permanece entre 90% e 100% dos efetivos das unidades operacionais, com participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.

Na madrugada de hoje, após muita pressão, o Sindipetro Caxias conseguiu garantir o cumprimento da ordem judicial que ordenou a retirada dos trabalhadores que estavam há mais de 12h na Reduc. Cerca de 13 técnicos de operação entregaram a operação da refinaria à contingência e foram retirados da unidade. Segundo informações do sindicato, a Petrobrás deve pagar R$ 10 mil por hora, a cada trabalhador retido após às 15h15 de ontem (sábado, 19).

Na UO-BA, onde é concentrada 65% da produção de óleo do estado, a Petrobrás levou a polícia à unidade, para tentar garantir  a retomada pelo menos 1000 metros cúbicos de produção.

No Espirito Santo, a truculência foi semelhante na UTGC (Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas), no Norte Capixaba, onde a polícia chegou fortemente armada, acompanhada de um grupo tático da ROTAM, de um juiz e, oficiais de justiça, para retomar a abertura dos portões da unidade e garantir o carregamento das carretas de GLP.

Na manhã de hoje, um grupo de 15 trabalhadores que embarcariam na P-55, na Bacia de Campos, aderiram à greve. Segundo informações do Sindipetro NF, a plataforma recém construída está navegando para a Bacia de Campos e está se somando a greve da nacional dos petroleiros.

No Rio Grande do Sul, além dos trabalhadores da refinaria e dos terminais, agora, cerca de 40% dos petroleiros da UTE-Sepé Tiaraju, em Canoas, estão aderindo ao movimento nacional de greve.

Apesar das ações antissindicais da Petrobrás, que insiste em desrespeitar o direito de greve, com interditos proibitórios, cortes nas comunicações das plataformas, cárcere privado nas unidades, entre outras arbitrariedades, os petroleiros seguem parados. A operação tem sido mantida na maioria das unidades do Sistema Petrobrás por equipes de contingência da empresa, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades.

Reivindicações

Os petroleiros lutam pela suspensão do leilão de Libra, previsto para acontecer nesta segunda-feira, 21, contra o PL 4330, que trata da regulamentação da terceirização com ataques aos direitos trabalhistas, e por avanços na campanha reivindicatória.

QUADRO NACIONAL DA GREVE NAS BASES DA FUP

Plataformas e campos terrestres

Bacia de Campos: 42 plataformas;

Bahia: campos de produção terrestre de Miranga, Balsamo, Araçás, Buracica e  22 poços do Ativo Norte.

Rio Grande do Norte: 22 plataformas marítimas e campos terrestres de Alto do Rodrigues, Campo do Amaro, Riacho da Forquilha, Base 34 e Campo de Estreito.

No Espírito Santo: estação Fazenda Alegre

Refinarias

Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (Pernambuco), Potiguar Clara Camarão (RPCC/RN) além da SIX (usina de Xisto/PR) e da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA).

Transpetro

Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Jaboatão (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), Guarulhos (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).

Gás, Biodiesel e Termoelétricas

Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC/ES);  malha do gás de São Paulo; usinas de Biodiesel da Bahia e de Montes Claros (MG); Termorio (Duque de Caxias) e Termoeletrica Aureliano Chaves (MG).