Greve e manifestações públicas contra o leilão de Libra marcam o aniversário da Petrobrás

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O aniversário de 60 anos da Petrobrás foi marcado por greve, protestos e atos públicos em diversos estados do país em defesa do campo de Libra, a maior descoberta de petróleo dos últimos anos, que o governo pretende leiloar no próximo dia 21. Na maioria das bases operacionais da Petrobrás e subsidiárias, os petroleiros atenderam ao indicativo da FUP e pararam por 24 horas, unificando a luta com a campanha reivindicatória.
Em São Paulo, o Comitê Estadual de Defesa do Petróleo realizou uma grande manifestação contra o leilão de Libra em frente à sede da Petrobrás, na Avenida Paulista, de onde saíram em passeata até a Assembléia Legislativa. Em Curitiba, o Comitê Popular em Defesa da Petrobrás protestou contra a entrega do nosso petróleo às multinacionais na tradicional “Boca Maldita”, local de manifestações históricas da esquerda paranaense e dos movimentos sociais.
No Rio de Janeiro, os movimentos sociais que integram a campanha “O petróleo tem que ser nosso” realizaram um Ato-Show, com a presença de artistas, intelectuais e bambas do samba, que se manifestaram em defesa da soberania nacional. O ato foi realizado na Praça XV, com apresentação do ator Paulo Betti, que também encena a campanha de mídia que a FUP lançou contra o leilão de Libra.

Novas manifestações e Conselho Deliberativo

As mobilizações do dia 03 de outubro foram as primeiras das várias ações preparadas pelos petroleiros e movimentos sociais para denunciar à população o crime de lesa pátria que significará a entrega de Libra, cujo valor estimado é de 1 trilhão de dólares. Na terça-feira, 08, a FUP e os movimentos sociais realizam um grande ato nacional em Brasília, exigindo a suspensão do leilão. Ações jurídicas e várias outras manifestações também estão sendo articuladas. 
Na quarta-feira, 09, o Conselho Deliberativo da FUP volta a se reunir em Brasília para discutir o indicativo de uma nova greve dos petroleiros a partir do dia 17, quando será realizado mais um dia nacional de luta contra o leilão de Libra. 
Os trabalhadores brasileiros exigem que o petróleo de Libra fique integralmente sob o controle da Petrobrás, para que o Estado possa transformar essa riqueza em benefício para a população, como saúde, educação e transportes públicos de qualidade, preservação ambiental, reforma agrária, moradias e geração de emprego e renda no Brasil.

Petroleiros , Via Campesina e MAB ficarão acampados em Brasília e no Rio até a suspensão do leilão

Desde quarta-feira, 02, os petroleiros em conjunto com diversos movimentos sociais e a juventude organizada, estão acampados em Brasília, em frente à Esplanada dos Ministérios, onde permanecerão até que o leilão de Libra seja suspenso pelo governo.
O espaço que até sábado, 05, também serviu de cenário para o II Encontro da Juventude Petroleira, tem sido cada vez mais ocupado por sindicalistas, militantes do MAB e da Via Campesina, que compõe a Plataforma Operária e Camponesa de Energia, campanha que a FUP também integra.
Para os trabalhadores do campo e da cidade, o acampamento na Esplanada representa uma das principais ações de repúdio ao leilão, que se for realizado, será o maior crime lesa pátria, já que Libra representa o maior campo de petróleo já descoberto pela Petrobrás e, um dos maiores do mundo, avaliado em um trilhão e quinhentos bilhões de dólares .
Para a integrante do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleiras da FUP, Anacélie Azevedo, a iniciativa do acampamento contra o leilão de Libra coloca em xeque não só mais um protagonismo histórico dos petroleiros na luta contra a privatização do petróleo, mas a reinserção da juventude nas mobilizações e na integração com os movimentos sociais. “Toda a categoria precisa ter em mente que este é um momento de intensificarmos a unidade em torno desta batalha que, através da pressão popular, vai forçar o governo e a Petrobrás a suspenderem o leilão de Libra”, enfatizou a petroleira e sindicalista.
Representando o Movimento dos Atingidos por Barragens do estado do Pará, Cristiano Medina ressaltou que o acampamento contra o leilão representa não apenas a luta pela soberania energética, mas de intensificação da unidade da classe trabalhadora do campo e da cidade. “Discutir e pautar soberania é uma das principais formas de se apropriar da riqueza do nosso país. Nós do MAB, estamos aqui porque esta luta também é nossa e a sociedade precisa entender esta mensagem”, afirmou o militante.
Para o Leôncio da Silva, da Via Campesina, o acampamento representa um passo a mais na aliança dos movimentos do campo com os trabalhadores da cidade, principalmente para debater e defender questões tão importantes para o desenvolvimento do país, como o caso da soberania nacional e o uso dos nossos recursos naturais em pró do país e não do capital.
Os petroleiros, assim como todos os movimentos sociais, exigem que o campo de Libra fique integralmente sob o controle da Petrobrás para que gere empregos e investimentos no Brasil.
No Rio, o acampamento está em frente à sede da Petrobrás, sob a organização do Sindipetro-RJ.

II Encontro Nacional Juventude Petroleira esquenta acampamento da FUP em Brasília

Por iniciativa da Juventude Petroleira da FUP, o II Encontro Nacional, deliberado na última Plenafup e, antes previsto para ser realizado no Norte Fluminense, ocorreu entre os dias 02 e 05, no acampamento da Federação e dos movimentos sociais, em frente à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, local que desde o início da semana tem sido um dos cenários de repúdio ao Leilão de Libra.
Com aproximadamente noventa jovens, entre trabalhadores do Sistema Petrobrás e integrantes de movimentos sociais, que permaneceram acampados durante cinco dias, o encontro teve a participação de representantesdos coletivos de Juventude da CUT, da CNQ, do MST e defiguras importantes para o movimento sindical, que falaram sobre o marco regulatório da mídia,  formação política-ideológica e comunicação sindical contra a opressão no trabalho, reforma política, assédio moral e suas consequências, sobrecarga e adoecimento no trabalho, questões gerais do setor petróleo e suas formas de organização e exploração.
O Encontro discutiu questões primordiais para a juventude petroleira, como a realização de  cursos de formação sindical, que possibilite a aproximação dos sindicatos aos jovens petroleiros, já que hoje, esta é uma das necessidades mais urgentes da categoria. Também foi deliberada a construção de um coletivo de jovens petroleiros, que futuramente possa aprofundar as principais demandas dos trabalhadores mais jovens das empresas e, que tenha maior inserção nos movimentos sociais e frentes em defesa da soberania, como MAB, MST e Via Campesina, por exemplo.
É possível saber como foi II Encontro da Juventude Petroleira e o acampamento na Esplanada, acessando a página da FUP no Facebook, onde estão disponíveis alguns vídeos com a transmissão de alguns momentos do evento.

Jurídicos da FUP e sindicatos debatem PL 4330 e condições de trabalho na indústria de petróleo

Nesta sexta-feira, 04, as assessoria jurídicas da FUP e de seus sindicatos filiados reuniram-se em Brasília para discutir ações e estratégias de luta no campo jurídico para buscar melhores condições de trabalho e  segurança na indústria de petróleo. Entre os temas debatidos, foram destaque a Súmula 391 do TST e a reforma da Lei 5.811/72, a recente decisão do TST sobre a RMNR na Petrobrás e o PL 4330. Além de assessores do movimento sindical petroleiro, participaram do debate representantes da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (ANAMATRA) e o ex-presidente da OAB, Cézar Britto.

Trabalhadores vencem mais uma batalha contra o PL 4330

O Projeto de Lei 4330, do deputado e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), não foi colocado em votação na primeira das cinco sessões ordinárias da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJC). Foi mais uma vitória da CUT e demais centrais sindicais, que há mais de cinco meses, se mobilizam no Congresso Nacional para derrotar esse projeto, que na prática significa  a regulamentação da precarização do trabalho.  O PL 4330 escancara a terceirização para as atividades-fim e o setor público, acabando com a responsabilidade solidária das empresas contratantes e atacando diversos direitos garantidos na CLT.

Em função da pressão e das mobilizações dos trabalhadores, o Projeto extrapolou o prazo de 40 sessões ordinárias da CCJC para ser votado. Com isso, o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) estabeleceu prazo de cinco sessões ordinárias na Comissão para que o texto seja votado. Após esse trâmite, o PL 330 seguirá para o Plenário da Câmara e aguardará na fila de votação.

Para pressionar os parlamentares, a CUT voltou a ocupar os corredores do Congresso com a sua militância nesta última semana e arrancou do presidente da CCJC, deputado Décio Lima (PT-SC), e de toda a bancada do PT e do PCdoB na Câmara dos Deputados o compromisso de impedir que o PL 4330 seja votado na Comissão. A batalha continua e as manifestações contra o Projeto darão o tom do Dia Mundial de Luta Pelo Trabalho Decente, celebrado na segunda-feira, 07 de outubro. Os petroleiros participam ativamente das mobilizações contra o PL 4330 e seguirão acampados em Brasília, resistindo contra a entrega do campo de Libra e a precarização imposta pelo Projeto.

Petroleiros engajados no Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno

Ao longo da semana, a FUP e seus sindicatos distribuíram nas bases um boletim especial feito em conjunto com os químicos e metalúrgicos, denunciando os riscos da exposição ao benzeno. Essa é uma luta que passou a ter ainda mais visibilidade desde que 05 de outubro passou a ser o Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno. A data foi celebrada pela primeira vez no ano passado e, entre outros objetivos, visa divulgar entre os trabalhadores a importância do cumprimento do Acordo Nacional do Benzeno, que vem sofrendo sucessivos ataques por parte da Petrobrás.
O dia 05 de outubro foi criado pela Comissão Nacional Permanente de Benzeno (CNPbz) em homenagem ao operador da RPBC, Roberto Krappa, que morreu nesta mesma data, em 2004, vítima de leucemia mieloide aguda, em consequência da exposição ao benzeno. Krappa trabalhou durante 11 anos na refinaria sem saber que seu organismo estava sendo contaminado por uma substância altamente cancerígena. Silenciosa, a doença o separou da esposa e de seus dois filhos num intervalo de apenas 22 dias. Sua história se tornou símbolo da luta dos petroleiros contra a tentativa da Petrobrás em querer impor limites de tolerância ao benzeno em suas unidades.
Acesse o boletim no portal da FUP: www.fup.org.br/2012/saude-do-trabalhador/2221904-petroleiros-engajados-no-dia-nacional-de-luta-contra-a-exposicao-ao-benzeno