Plenária dos movimentos sociais convoca luta contra leilões de petróleo

Nos dias 19 e 20, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) realizou sua 11ª Plenária Nacional em São Paulo, com participação da FUP, CUT, UNE, MAB, MST e diversas outras organizações sociais e populares. Um dos principais temas tratados na plenária foi a necessidade de intensificar a luta contra os leilões de petróleo. Os movimentos sociais também apontaram a importância de se ampliar ainda mais a unidade e a mobilização para contra o superávit primário e os monopólios de mídia.

Líderes e militantes sociais alertaram para a necessidade do governo e do Congresso Nacional ouvirem a voz das ruas, que “clamam por mais Estado, por mais investimentos na saúde, na educação e no transporte público, na reforma agrária e urbana”. Nesse sentido, destacaram a urgência do país “romper com a lógica do superávit primário, que sangra a população em benefício do capital especulativo”.

Barrar as privatizações e defender a soberania nacional são tarefas imediatas dos movimentos sociais, a começar pela luta contra os leilões de petróleo. O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, destacou que na 11ª rodada de licitação feita pela ANP em maio deste ano, dos 142 blocos leiloados, apenas 12 serão operados pela Petrobrás. Ele alertou para o risco que representa à soberania nacional a continuidade dos leilões. “O que estamos vendo em todo o mundo é justamente o contrário. A nível mundial o capital privado detém apenas 6% das reservas de petróleo. Os Estados controlam cada vez mais esse patrimônio que é estratégico para o desenvolvimento soberano de qualquer nação”, destacou.

A ANP licitará no dia 22 de outubro o Campo de Libra, um dos principais reservatórios do présal, que pode conter até 15 bilhões de barris de petróleo. “O pré-sal deve responder ao interesse do Brasil e não pode ficar à mercê dos interesses privados, muito menos do cartel transnacional.
Quem descobre não faz leilão, pois à medida que o petróleo for escasseando, quanto mais raro,mais caro “, frisou o coordenador da FUP.