Vermelho 1 envia Carta Aberta para denunciar insegurança a bordo

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Em Carta Aberta enviada na segunda, 22, os trabalhadores de PVM-1 denunciam a insegurança que está sendo imposta pela gerência mantendo operador sozinho à noite na unidade. Imediatamente após, os trabalhadores das outras vermelhos enviaram apoio nas denuncias da PVM-1.

O sindicato já denunciou e cobrou da Petrobras em diversas outras ocosiões essa exposição dos trabalhadores. A decisão da diretoria reunida nesta terça no sindicato foi  protocolar os documentos enviados pelas plataformas nos orgãos fiscalizadores para provocá-los a se manifestar sobre a situação.

Leia abaixo a integra dos documentos:

Carta aberta dos trabalhadores de PVM-1

Nós trabalhadores de PVM-1 por meio desta carta aberta aprovada em assembléia viemos até o Sindipetro-NF formalizar denuncia de desrespeito e descumprimento a NR-10 e acordo entre gerencia e Cipa,  sobre a não permanência de apenas um operador durante o turno da noite.
Em conversa informal com os três Geplats, foi externada à necessidade da não permanência de apenas um operador no turno da noite, a justificativa apresentada a gerencia foi:
Item 10.7.3 da NR-10 cita que o trabalhador não pode trabalhar individualmente no Sistema elétrico de Potência (SEP), e o Padrão PE-5E7-01176-E cita que em caso de ausência do operador da SCR a sala de controle local (SCL) deverá assumir o controle, logo chega-se a conclusão que é indispensável à presença de dois operadores no turno da noite, pois em uma emergência com perda da comunicação com o SCR será necessário dois operadores, um para assumir a ESC local e outro para executar o serviço necessário no campo, e ainda assim sendo necessária a presença do SUMAN da noite para acompanha o operador no campo, caso seja necessário serviço no sistema elétrico de potência.”

Esse argumento foi citado e registrado na reunião da Cipa de 19/04/2013, que diante da postura demonstrada pelo Geplat Dimas foi seguida de um elogio, pois o mesmo solicitou a embarque de um segundo operador para atuar no turno da noite, acontece que o operador em questão seria enviado de PVM-2, ou seja, iriam cobrir a cabeça para descobrir o pé.

A Cipa de PVM-2 solicitou da mesma forma que a daqui a não permanência de apenas um operador no turno da noite, o que foi prontamente atendido e a vinda do operador pra cá foi cancelada, o que diante das circunstancias está completamente correto por parte da unidade de PVM-2.

Diante desse fato, caberia ao Geplat Dimas providenciar a vinda de outro operador, pois aqui ele tem acesso à escala de todos eles no APLAT, telefones para contatos e a RT de embarque pode ser feita aqui pela unidade, pois quando é de interesse da gerencia é feito, e feito de forma rápida e sem problema algum, portando justificativas que venham a comprometer a equipe de terra responsável pela RT de embarque e desembarque da equipe de profissionais das plataformas de vermelho não se aplica, pois essa mesma equipe não tem autonomia para autorizar embarque ou desembarque de profissionais, essa solicitação deve partir da gerencia, permanecendo apenas um operador no turno da noite desde sábado até o dia de hoje (22/04/2013).

Essa atitude fez com que nós trabalhadores nos sentíssemos enganados, pois, decisões como essa que depois de firmada, registrada em ata da Cipa e confirmando o compromisso de que isso não mais ocorreria, mostra o descaso com a segurança, total desrespeito a Cipa e plena confiança na impunidade dos gestores da empresa.

Esse mesmo Geplat no passado da mesma forma que no presente já tentou desrespeitar acordo firmado entre Cipa e gerencia de que seriam retirados os beliches excedentes dos camarotes que possuíam seis camas, tendo com testemunha presente nessa reunião o diretor do Sindipetro-NF Breda, e no dia seguinte a reunião e após a retirada dos beliches excedentes, sem negociação ou mesmo a cortesia de um simples aviso, foi feita a tentativa por parte desse Geplat a instalação de um terceiro beliche em um dos camarotes dessa unidade, tentativa essa que não foi cumprida mediante intervenção da Cipa.

Diante de mais essa demonstração de desrespeito, nós trabalhadores entendemos que não cabe mais negociações sobre o assunto exposto nessa carta entre a gerencia e trabalhadores com o apoio da Cipa, que mesmo muito atuante e focada com o compromisso de zelar e garantir a segurança dos trabalhadores e a integridade física da unidade, não foi capazes de tocar a gerencia sobre a importância de zelar pela segurança em primeiro lugar.

O padrão citado acima foi revisado mediante solicitação dos trabalhadores off-shore, porem não houve a participação de nenhum trabalhador off-shore na revisão, e se forem questionados sobre a participação dos operadores nessa revisão, alegam em sua defesa que os operadores da SCR (sala de controle remota) participaram, mas eles não estão a bordo, exigimos que se faça uma nova revisão e com a participação de representantes de bordo indicados pelos próprios trabalhadores, e não pela gerencia.

Não foi apenas o desrespeito demonstrado nesse episódio atual que nos mostrou que não tem efeito algum a opinião dos trabalhadores sobre alguns gestores, diríamos até a maioria deles, esse assunto já foi pauta de discussões na época de quem implantou essa atrocidade, lembram do Pavesi? Então, esse senhor perseguiu pessoas que levantaram esse assunto, que infelizmente se arrasta a mais de cinco anos e entra gerente e sai gerente nada é mudado.

Podem argumentar que o embarque de outro operador tem custos com horas extras, não somos contra uma melhor gestão dos recursos gerados por essa gerencia, mas comecem por onde está o erro, vamos dar uma dica, temos gastos com aluguel na unidade, gastos com aluguel de alojamento dos que pertencem a unidade, e as três unidades PVM-1, PVM-2 e PVM-3 já possuem a anos comprados, e por ficaram parados anos e anos foram gastos milhões para reparo e até hoje continuam parados sendo danificados pelo tempo, alguém sabe do que estamos falando?

Geradores de emergência, não somos burros como nos julgam e temos sim capacidade de entender que esse gasto citado acima mensal é muito mais prejudicial a saúde financeira dessa gerencia do que cumprir com o item 2 do anexo II da NR-30, segue abaixo:

DAS OBRIGAÇÕES GERAIS-RESPONSABILIDADES E COMPETENCIAS.

2.1 Cabe ao operador da instalação: (Esse é o Geplat)

I. Cumprir e fazer cumprir o presente anexo;

II. Interromper toda e qualquer atividade que exponha os trabalhadores a condições de risco grave e iminente para sua saúde e segurança no trabalho;

IV. Zelar pela segurança e saúde dos trabalhadores e de terceiros que estejam a bordo;

VI. Informar aos trabalhadores sobre os riscos existentes no local de trabalho;

Não há nada que impeça um gestor de cumprir as obrigações citadas à cima, apenas a sua falta de comprometimento com a segurança, saúde e bem estar dos trabalhadores, e a certeza de que eles possuem imunidade dentro da Petrobras.

Repudiamos atitudes como essa e solicitamos a nossos representantes legais que intercedam por nós junto a Petrobras para que fatos como esse não voltem a se repetir aqui, ou em qualquer unidade da Petrobras.
Agradecemos pelo espaço cedido para externar nossa indignação.

Trabalhadores de PVM-1

 

CARTA ABERTA DOS TRABALHADORES DE PVM-2 E PVM-3
Nós, trabalhadores de PVM-2 e PVM-3, viemos por meio desta manifestar total apoio aos companheiros de PVM-1 em todos os itens e problemas citados pelos mesmos em sua Carta Aberta.

A luta é de todos, e sendo assim, estaremos sempre unidos.

Trabalhadores de PVM-2 e PVM-3.