Hibernações: Castello Branco se aproveita da desgraça causada pelo Covid 19 e tenta desmontar a Petrobras mais rápido do que já planejava

A direção da companhia está perdendo o ativo mais importante que ela tem, seus trabalhadores, principalmente os mais experientes. Qual o futuro da empresa sem esses trabalhadores? As hibernações das unidades deixam sem local de trabalho centenas de petroleiros próprios e terceiros e de maneira oportunista, a atual gestão da empresa acelera o desmonte da estatal e credita essa façanha à conjuntura provocada pela guerra de preços do petróleo e consequente queda no preço do barril e também, pela pandemia do COVID-19.

A FUP enviou pedido de informações (listado abaixo) sobre as hibernações de unidades da Petrobrás e recebeu uma resposta genérica, “a Petrobras tem implementado gestão ativa de portfólio e este processo de venda ou compra de ativos faz parte da rotina da empresa”. Além de naturalizarem os processos de desinvestimentos, que correm como sempre na companhia, afirmam que diariamente os cenários são reavaliados para tomada de decisão para cada um dos ativos. Ou seja, fica a cada dia mais visível a falta de capacidade para gerir uma estatal e escancara o fato dos trabalhadores não estarem nas suas prioridades.

Deyvid Bacelar, diretor da FUP esclarece “Se os motivos da hibernação fossem a crise, a gestão da empresa optaria por paralisar grandes plataformas. O que está acontecendo, de fato, é que está sendo promovida a redução do efetivo de trabalhadores com o pretexto da crise. A gestão da empresa vai pagar caro por ignorar a responsabilidade social que a estatal tem.

  1. Em relação aos ativos e unidades
    • Lista de unidades, por área (campos de E&P, Refinarias e outras), por local, que estão sendo hibernadas, com possibilidade de retorno no médio prazo (pós pandemia);
    • Lista de unidades, por área (campos de E&P, Refinarias e outras), por local, que estão sendo hibernadas ou paradas a produção e não há expectativa de retorno com controle da Petrobrás;
    • Volume de produção atingido com as paradas de produção, por unidade;
    • Definição dos motivos para a decisão pela parada, por unidade. Tipo, custo de produção, custo de refino, queda na demanda e etc.;
  1. Em relação aos trabalhadores
    • Quantidade de trabalhadores afetados (direta e indiretamente) pela hibernação, por unidade;
    • Quantidade de trabalhadores transferidos das unidades hibernadas e local para onde estão sendo transferidos (dê, para); Também a quantidade de trabalhadores impossibilitados destas transferências (licença, PDV, cipistas, diretor de sindicato e outros);
    • Quantidade de trabalhadores terceirizados impactados com as hibernações, por unidade;
    • Lista de critérios e opções indicadas pelo RH para os trabalhadores em transferência:
    • Efeitos na redução (ou não) na remuneração dos trabalhadores transferidos;
  1. Outros atores envolvidos
    • Efeitos de arrecadação para os municípios e estados afetados com a parada/hibernação, por unidade;
    • Qual a posição de empresas concessionárias onde a produção é compartilhada? Como isso está sendo tratado pela Petrobrás?
    • Número de empresas prestadoras de serviços impactadas pelas hibernações, por unidades.