Editorial
Cuidados redobrados na BR-101
Semana de Carnaval. País paralisado no esquindô esquindô. E não há momento mais oportuno para a conversa tradicional de verão deste espaço editorial do Nascente. Sim, os leitores mais fieis sabem que se trata do trânsito. Neste período, estima-se que o fluxo nas rodovias aumenta em 40%.
Não há como negar: a imprudência do motorista é a maior causadora de mortes nas estradas. É possível considerar muitos outros culpados, da indústria automobilística às concessionárias que administram rodovias, da indústria de bebidas aos governos. Mas precisamos reconhecer que nenhum destes atores mata tanto quanto o indivíduo que se acha um semi-deus ao volante (ou o próprio Deus, quando está bêbado).
E o Sindipetro-NF insiste neste assunto, ao menos uma vez por ano, para lembrar todos aqueles colegas petroleiros que ainda poderiam estar conosco, vítimas que foram desta carnificina viária. Em 2012, perdemos mais companheiros na região em acidentes de trajeto do que por mortes no local de trabalho.
Todos os dias, centenas de petroleiros estão expostos, na roleta russa que há entre Campos e Macaé, aos riscos criminosos oferecidos pela BR 101, sem que a Petrobrás pense em ampliar a sua atuação administrativa em Campos, como defende o sindicato, e sem que governos criem formas e vias alternativas de ligação entre os municípios.
Fingir que o problema não existe tem sido uma reação comum. Mas a verdade é que em cidades de porte médio para cima, é difícil haver uma família que já não tenha perdido um parente em um acidente de carro. No mínimo, há uma história de uma sobrevivência milagrosa em meio aos destroços.
Dados têm demonstrado que o Brasil mata, no trânsito, o equivalente a algumas das mais sangrentas guerras. Em 2011, foram 42 mil mortos. A previsão para 2014 é a de que ultrapassaremos 50 mil, se for mantida a média de crescimento anual nestes números verificada nos últimos dez anos, em torno dos 4%.
O Ministério das Cidades tem anunciado medidas e lançado campanhas para tentar colocar freio nesta tendência. Dados de feriadões recentes até são animadores em termos proporcionais, mas a situação ainda é alarmante.
Além disso, digam o que disserem os números, para estraçalhar uma família, uma morte trágica no trânsito já é o suficiente.
Cuidado ao dirigir nas rodovias da região, mas principalmente na BR-101.
Espaço aberto
Descaso total em P-18
Petroleiros de P-18 **
Necessitamos com urgência de interferência do sindicato para ação junto a gerência da UO-BC em relação a falta de habitalidade na plataforma P-18. A situação é grave que carece inclusive de denùncia junto a DRT e outros. A unidade apresenta diversas não conformidades. Banheiros entupidos, Cozinha com equipamentos danificados, Lavanderia com uma máquina de lavar, escritórios sem piso , quase todos ambientes com ruído intenso e um calor infernal .
Isso porque o sistema de ar condicionado está ruim há muitos anos. Piorou há uma quinzena e estamos sofrendo com um calor infernal, pois uma das máquinas quebrou de vez e a segunda está operando com mais ou menos 50%. A situação está insuportável. Estamos dormindo mal em torno de 1 a 3 horas por noite e no outro dia temos que trabalhar com um cansaço enorme. Alguns trabalhadores já levaram o fato ao Geplat Francisco de Assis Silva Monteiro de Castro e esse nada respondeu e fez deboche dos trabalhadores. Sabemos de conversas da manutenção Petrobras que a previsão mais otimista para a chegada de um novo compressor é um torno de 90 dias. Não estamos aguentando pessoal, não há nem ventiladores para amenizar a situação. Os Geplat,s nada falam a força de trabalho.
Outras não conformidades:
– Guindastes vivem fora de operação. O moitão caiu três vezes; Condições sub-humanas nos camarotes onde residem os contratados – corredor da morte (sem piso, vazamento, fungos, calor, ruído, vibração,etc). Um deles foi interditado pelo Enfermeiro, mas pelo menos uns sete que deveriam ser interditados; – Vestiários e banheiros coletivos caindo aos pedaços; – Quiosque do comissário em uma sala que abrigou uma compactadora de lixo; – Laboratório químico é uma salinha de mais ou menos 2m x 2m, com a mesa de trabalho ao lado da capela e Sistema de vácuo danificado, entre outros.
Temos problemas com o Geplat Francisco Castro (conhecido como Chicão) que assume uma postura truculenta e de deboche. Já faltou com o respeito com diversos empregados e constrange trabalhador em auditorias comportamentais, ficou seis meses na base por conta de atrito com pessoal em um momento de greve e pratica assédio moral a todo momento. Contamos com a interferência do sindicato diante de tantos problemas na unidade.
* trabalhadores próprios e contratados.
Figuraça da semana
Fora, Renan Calheiros!
Cinquenta e seis senadores entronaram Renan Calheiros na presidência do Senado e do Congresso Nacional. Com isso a questão da corrupção e da impunidade na vida política brasileira voltou à tona. Um movimento de indignação nas redes sociais está pedindo impeachment imediato de Renan, que foi acusado de receber ajuda de lobistas de construtoras, dinheiro que ele usava para pagar pensão para uma filha.
Na semana passada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou Calheiros por crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. O presidente do Senado poderá, se o Supremo aceitar a denúncia, responder a um processo criminal.
Categoria vai intensificar luta pela PLR
Conselho Deliberativo da FUP indica a realização de uma greve de cinco dias pelo pagamento da PLR 2012 de forma justa e igualitária. Sindipetro-NF divulgará indicativos e calendário de assembleias após o carnaval.
O Conselho Deliberativo da FUP definiu o indicativo de greve de cinco dias, entre 20 e 24 de fevereiro, para exigir da Petrobrás que a PLR 2012 seja paga de forma justa e igualitária, bem como a definição de critérios transparentes e democráticos para o provisionamento e distribuição das próximas PLRs. As assembleias já começaram nas bases de Duque de Caxias, Ceará, Amazonas, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, onde os trabalhadores estão aprovando a greve. No Norte Fluminense os indicativos e o calendário de assembleias serão divulgadas após o carnaval
Um movimento nacional de 24 horas convocado pela FUP aconteceu no dia 28, cobrando da empresa regras claras, democráticas e justas para o provisionamento e pagamento dos lucros e resultados construídos pela categoria. Na Bacia de Campos, 34 plataformas aderiram ao movimento e paralisaram PTs e serviços rotineiros. Na entrada do Terminal de Cabiúnas e outras bases de terra ocorreram atrasos de duas horas.
A pressão da categoria fez com que a empresa chamasse a FUP para uma reunião que acontece hoje, 7, às 9h30, no Edise para dar continuidade às negociações da PLR.
CA da Petrobrás
Último dia para votar em Zé Maria Rangel
Termina hoje o primeiro turno da eleição para representante dos trabalhadores ao Conselho de Administração da Petrobras.
Na Bacia de Campos votaram na última eleição cerca de 2.500 pessoas de um total de mais de 11 mil , um grupo muito pequeno diante do número de petroleiros que podiam votar. O Sindipetro-NF reafirma a importância dos petroleiros da Bacia de Campos participarem do processo eleitoral.
As diretorias dos sindicatos petroleiros do NF, BA, MG, RS, PR/SC, Unificado de São Paulo, PE/PB e Caxias já definiram apoio pela candidatura do Coordenador do Sindipetro-NF e diretor de SMS da FUP, Zé Maria, por entender que ele conhece o dia a dia dos trabalhadores do setor petrolífero e segue a trajetória de luta em defesa da categoria e da classe trabalhadora.
A diretoria do NF esclarece aos companheiros da Bacia de Campos que manifestaram a preocupação com a continuidade das lutas caso Zé Maria seja eleito para o CA da Petrobrás, que ele irá vai reforçar ainda mais a luta na Bacia de Campos e em todo o Brasil. Uma reunião mensal do CA em nada atrapalha a organização e a condução das lutas nas plataformas, nas refinarias, nos terminais e em todos os locais de trabalho hoje sucateados e perigosos.
Veja como votar em Zé Maria:
– Acesse a página inicial do Portal Petrobras.
– Clique no banner “Conselho de Administração Petrobras” no canto superior direito.
– Na janela do CAEL digite sua chave e senha de acesso à rede . Clique no botão Entrar.
– Os(as) candidatos(as) são exibidos em ordem alfabética de nomes. Selecione JOSÉ MARIA FERREIRA RANGEL.
– Desça a barra de rolagem e clique no botão VOTAR.
– O sistema irá solicitar a confirmação do seu voto.
Para confirmar clique em SIM.
RH
Sindicato critica não pagamento de horas extras em reunião com RH da UO-BC
A diretoria estabeleceu o prazo de até 6 de março como limite para soluções
Diretores do sindicato estiveram reunidos na manhã da sexta, 1, com a nova gerente de RH da UO-BC Dilza Taranto. A pauta da reunião foi o não pagamento de horas extras realizadas para o pessoal embarcado pelo perverso critério do “ciclo” e distorções em relação ao horário flexível e controle de frequência do pessoal em regime administrativo.
Nos dois casos o sindicato apresentou exemplos de situações em que o critério adotado pela UO-BC está prejudicando os trabalhadores e foi destacado que as reclamações estavam concentradas na BC, mas ocorrem também em outras unidades desde agosto de 2011. A diretoria deixou claro que a solução deve envolver a retroatividade.
Administrativo
Em relação a situação do pessoal administrativo o sindicato criticou a prática da empresa de não pagar as horas extras que ocorrem no trabalho administrativo que são realizadas nas viagens a serviço. As horas extras realizadas em função do horário flexível são simplesmente descartadas no mês seguinte à sua realização, o que é flagrantemente ilegal.
Nesse caso a gerente também solicitou um período (até a próxima reunião no dia 6 de março) para analisar as situações apresentadas pelo sindicato.
“Ciclo”
A nova gerente alegou que está chegando à unidade e vai precisar de um período para dar respostas definitivas para esta questão. Para o sindicato a demanda é antiga e precisa de uma definição no âmbito da BC, já que em reuniões com o RH do E&P Coorporativo no fim de 2012 já havia sido fechado o compromisso de cumprir o ACT e do Acordo do Dia de Desembarque. A diretoria estabeleceu o prazo de até 6 de março (data da próxima reunião) como limite, encerrando nessa data a via negocial. Enquanto isso os trabalhadores devem usar o email [email protected] para denunciar os prejuízos.
Desrespeito
INSS recua e suspende convênio com a Petrobrás/Petros
Imprensa da FUP e NF
A Petrobrás enviou documento à FUP nesta sexta-feira, 01/02, informando que o INSS voltou atrás em sua decisão de prorrogar até janeiro de 2014 o convênio para pagamento dos seus benefícios através da Petros. Segundo o documento da empresa, o INSS encerrou no último dia 31 o convênio, recuando em sua decisão anterior, divulgada, inclusive pela própria Petrobrás, de que manteria o convênio até janeiro de 2014. A FUP e seus sindicatos continuarão mobilizados, utilizando todas as formas de interlocução e pressão junto ao governo e à Petrobrás para que o convênio volte a ser restabelecido e para que não haja qualquer tipo de prejuízos para os aposentados, pensionistas e trabalhadores da ativa, em função desta decisão do INSS.
No dia 27 de novembro, o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, reuniu-se com o secretário executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, e a secretária adjunta, Elisete da Silva Iwai, para explicar os impactos negativos que o cancelamento do convênio traria para todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás, principalmente para os aposentados e pensionistas.
O convênio da Petrobrás com o INSS existe desde 1984 e possibilita a manutenção da AMS para os aposentados e pensionistas. O fim do convênio causa mudanças na forma de pagamento dos valores que ultrapassam a margem consignável do benefício Petros. Através deste convênio que foi possível garantir aos aposentados e pensionistas o pagamento e o adiantamento dos benefícios da parcela do INSS nas mesmas datas da ativa; empréstimos com cálculo e desconto na parcela do INSS, entre outras cláusulas nos ACTs.
Habitabilidade
Unidades atendidas pela empresa Dall estão em situação crítica
O Sindipetro-NF tem recebido denúncias sistemáticas sobre problemas na hotelaria das plataformas de P-38, P-40, P-52, P-53 e PRA-1, atendidas pela empresa Dall.
Os problemas vão desde a falta de alimentos e materiais de limpeza à submissão do corpo gerencial da Petrobrás.
No final do ano passado a gerência local de SMS da UO-Rio afirmou que fez reunião com os gerentes de contratos das respectivas plataformas e seus prepostos. O resultado foram promessas do pagamento imediato da ultima parcela do 13º, a regularização dos planos de saúde dos funcionários da empresa e a reposição de materiais (higiene e alimentos). Tudo prometido e não cumprido, segundo relatos.
Os trabalhadores da Dall estavam prontos para fazer uma greve, mas foram convencidos pelos chefes da Petrobrás a não fazer porque tudo iria se resolver.
O NF apurou que a situação persiste e que o contrato da respectiva empresa vai até dezembro desse ano. A Petrobrás bloqueou os pagamentos e vem liberando aos poucos de acordo com a demanda para a efetivação dos salários.
O sindicato já cobrou providências à gerência de SMS da UO-Rio e convoca trabalhadores dessas unidades a realizarem setoriais para elaborar manifestos coletivos a serem encaminhados aos órgãos de fiscalização.
Curtas
P-18
O Sindipetro-NF já cobrou providências imediatas em relação às denúncias publicadas no Espaço Aberto desta edição à gerência de SMS da UO-BC. O NF orienta aos trabalhadores de P-18 a realizarem setorial incluindo trabalhadores próprios e contratados para fazer um manifesto coletivo sobre a situação na unidade para ser encaminhado aos órgãos de fiscalização.
Falecimento
O Sindipetro-NF lamenta o falecimento no dia 2 de fevereiro do técnico de manutenção lotado na P-20, Antônio José COBUCI, que lutava contra um câncer no pâncreas há três anos. Morava em Campos e deixou esposa e dois filhos.
Enquete
O site do Sindipetro-NF publicou uma enquete nos últimos meses que questionava sobre as condições de vivência nas plataformas. Consideram as condições ruins e insuficientes para o bem estar – 44% e péssimas que atentam contra a dignidade – 37% dos participantes. 15% avaliam as condições de vivência como regulares e apenas 4% ideais.
Curtinhas
** O Departamento Jurídico do Sindipetro-NF segue pedindo aos petroleiros que já foram sindicalizados ao NF e possuem ações no jurídico do sindicato que atualizem seus endereços com o departamento.
** Sábado, 9, às 11h, na Praça do Centro de Rio das Ostras e no domingo, 10, 11h, na Praça da Baleia em Costa Azul acontecem panfletagens da Campanha “Chega de estupros em Rio das Ostras”. Segundo os organizadores, dia sim, dia não uma mulher é estuprada na cidade e o movimento cobra resposta das autoridades.
Normando
O que mata é a mentira, não o Benzeno
Segundo a Presidenta da Petrobrás a produção caiu em 2012 por conta da manutenção em plataformas. Faltou dizer que isso ocorreu por incompetência gerencial e negligência sistemática, anos a fio, em detrimento da segurança dos trabalhadores, do meio ambiente, e do patrimônio da Companhia.
Não é difícil, porém, imaginar que a Presidenta não tenha noção dos fatos e responsáveis. Pela simples razão de que a cultura predominante na empresa é a da MENTIRA. Não existem, em sua estrutura organizacional, mecanismos eficazes de combate às mentiras sobre orçamentos, preços, GDP, promoções, contratos, etc.
Mentira que se estende a laudos técnicos falsos e documentos assinados criminosamente, atestando a inexistência de riscos no ambiente de trabalho. Quem assina tais laudos faria o mesmo caso o ambiente fosse, por exemplo, a escola de seus filhos?
Mentira que levou o Sindipetro/NF a ingressar com Ação Civil Pública contra a Transpetro, sobre o benzeno no Tecab.
A ação visa à adoção de um programa de saúde à altura do risco; à emissão de PPP’s e laudos que contem a verdade sobre a exposição ao benzeno; ao recolhimento da GFIP com código 04 para todos os trabalhadores expostos; e à contribuição adicional para o financiamento da aposentadoria especial; além de uma indenização por dano moral coletivo.
O processo tramita na 1ª Vara do Trabalho de Macaé, mas sua existência já é, em si, reveladora: ter que ajuizar uma ação para que a Petrobrás fale a verdade sobre um agente tão perigoso quanto o benzeno é, em si, a constatação de que algo de muito podre, nessa empresa, resiste a quaisquer mudanças.
