Petroleiros em greve de 24 horas por uma PLR justa e democrática

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Os trabalhadores do Sistema Petrobrás fizeram em greve nacional por 24 horas, cobrando da empresa regras claras, democráticas e justas para o provisionamento e pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) construídos pela categoria. A greve foi realizada nacionalmente, na grande maioria das bases representadas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), com intensa participação dos petroleiros, tanto nas unidades operacionais, como nas administrativas.

A paralisação começou na tarde de domingo, 27, com o corte da rendição nos turnos das refinarias Recap (Mauá/SP) e Repar (Araucária/Paraná). Às 23 horas, foi a vez dos trabalhadores da Refinaria de Manaus (Reman) aderirem a greve. Nas demais unidades da Petrobrás e subsidiárias, a greve convocada pela FUP teve início à zero hora de segunda-feira, 28, e segue forte até a meia noite, unificando os petroleiros na luta por uma PLR justa e democrática.

Na quarta-feira, 30, a FUP e seus 12 sindicatos voltam a se reunir para avaliar a greve  e discutir os próximos indicativos a serem dados aos trabalhadores. Os sindicalistas não descartam a realização de uma greve por tempo indeterminado, caso não haja avanços nas negociações com a Petrobrás e o governo.

QUADRO ATUALIZADO DA GREVE

Em São Paulo, a greve teve início às 15h de domingo, com corte de rendição do turno da Recap, prosseguindo ao longo da madrugada e pela manhã também nas demais bases do Sindipetro Unificado-SP. Na Replan, os trabalhadores iniciaram a greve pela manhã, com 100% de adesão do pessoal do turno e do administrativo. Nos terminais de Guarulhos e Guararema, a greve também contou com 100% de participação dos trabalhadores dos turnos e do administrativo. Nos terminais de Barueri e São Caetano do Sul, a participação foi de mais de 90% da categoria. No escritório EDISP II (sede administrativa da Petrobrás em São Paulo), 95% dos petroleiros também aderiram à greve.

Em Manaus, os petroleiros da Reman cortaram a rendição do turno às 23h de domingo. Pela manhã, os trabalhadores do administrativo aderiram à paralisação. No Terminal de Coari, também no Amazonas, os petroleiros suspenderam a emissão de Permissões de Trabalho (PTs).

No Paraná, os trabalhadores da Repar também cortaram a rendição do turno às 15h30 de domingo. A greve prosseguiu ao longo do dia, até a troca do turno das 15h30 desta segunda, com adesão de 95% dos trabalhadores operacionais e 60% do administrativo. Na SIX, a greve teve início à zero hora, com participação total dos trabalhadores do turno. No OPASC, 90% dos trabalhadores aderiram à paralisação e interromperam o carregamento dos terminais terrestres da Transpetro em Guaramirim e Itajaí, em Santa Catarina. No Tefran, em São Franscisco do Sul, a paralisação começou às 07h30 e conta com 50% de adesão da categoria.

Em Minas Gerais, os trabalhadores de turno da Regap cortaram a rendição a zero hora e prosseguem no movimento até a meia noite. Pela manhã, houve adesão também do pessoal administrativo.

No Espírito Santo, os trabalhadores da P-57 suspenderam a emissão de PTs e no Terminal de Vitória (TAVIT) e na UTG-SUL, estão sendo realizados atrasos na entrada do expediente, com os petroleiros realizando apenas os serviços emergenciais. Na Base 61, os trabalhadores permaneceram concentrados do lado de fora da unidade.

No Norte Fluminense, 34 plataformas da Bacia de Campos aderiram à greve, desde a zero hora. Os trabalhadores suspenderam todos os tipos de Permissão de Trabalho (PT) e paralisaram também os serviços de rotina. A greve atingiu também as principais bases terrestres da região. No Terminal de Cabiúnas, os trabalhadores realizaram uma concentração de duas horas em frente à unidade.

No Rio Grande do Norte, a greve envolve os trabalhadores de Mossoró e Pólo de Guamaré, que estão de braços cruzados desde à zero hora, com forte participação da categoria. O coordenador geral da FUP, João Antônio de Moraes, está em Mossoró, acompanhando a greve.

Em Pernambuco, os trabalhadores do Terminal de Suape aderiram integralmente à greve e suspenderam todas as emissões de PTs. Todos os trabalhadores do administrativo cruzaram os braços e a operação do terminal está sendo realizada com o quadro mínimo de efetivo. O mesmo ocorreu na Refinaria Abreu e Lima e no Gasoduto de Jaboatão, na Paraíba.

No Ceará, os trabalhadores suspenderam a emissão de Permissões de Trabalho (PTs) por 24 horas na Lubnor e nas plataformas marítimas. O mesmo ocorreu na UBQ Quixadá e unidades da Transpetro, onde os trabalhadores também atrasaram em duas horas a entrada. Em Fazenda Belém, os trabalhadores do Administrativo mantêm suas atividades paradas durante todo o dia.

No Rio Grande do Sul, devido ao incêndio que matou e feriu centenas de jovens na cidade de Santa Maria, o Sindicato adiou a paralisação de 24 horas e realizou um ato em frente à Refap em solidariedade às vítimas da tragédia.

Na Bahia, os trabalhadores farão um greve de 24 horas surpresa, que poderá ser iniciada a qualquer instante a partir desta segunda-feira, 28.

O impasse em torno da PLR

Desde meados de dezembro, os petroleiros estão mobilizados, cobrando da Petrobrás a negociação dos valores integrais da PLR 2012, para impedir que a empresa continue definindo de forma unilateral o provisionamento, como tem feito nos últimos anos, sem qualquer negociação com a categoria.  Os trabalhadores querem regras e critérios transparentes, democráticos e justos.  A proposta de adiantamento da PLR que foi apresentada pela Petrobrás no final do ano passado foi massivamente rejeitada pela categoria, que, além de não aceitar redução dos valores, exige que a empresa negocie os valores integrais.

No dia 16 de janeiro, a FUP se reuniu com o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST) para cobrar do governo uma solução para o impasse em que se encontra a negociação da PLR 2012.