Mobilização terá medição paralela do tempo no Tecab

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Editorial

A urgência de um serviço de emergência

A Petrobrás divulgou nota para dar ciência da suspensão das operações de 12 helicópteros Super Puma EC 225 na Bacia de Campos, utilizados na região pelas empresas Aeróleo, BHS e Omni, como divulgou o Sindipetro-NF na semana passada. O procedimento é preventivo, em razão do pouso forçado de uma aeronave do mesmo modelo no Mar do Norte, no último dia 22.
O Sindipetro-NF considera altamente necessária e elogiável a iniciativa, além de ser uma rotina prevista pelas agências internacionais de aviação — que costumam acompanhar reciprocamente as determinações para manter aeronaves no solo quando há acidentes.
Mas — e com a Petrobrás sempre há um “mas” —, a nota da empresa não toca em um assunto vital para os petroleiros brasileiros: se o que aconteceu no Mar do Norte tivesse ocorrido no Brasil, o saldo, muito provavelmente, não teria sido o bem sucedido resgate de todos os oito passageiros e dois tripulantes. Ninguém se feriu. Na região onde houve o pouso forçado, na Escócia, há um aparato de emergência em prontidão ininterrupta especificamente voltado para o setor petróleo.
No Brasil, quando há uma emergência no mar, a Petrobrás precisa contar com o apoio da Marinha e com a sua própria estrutura não exclusivamente dedicada para fazer o resgate. A mobilização destes recursos e instituições podem custar preciosos minutos, ou até horas, de atraso no resgate, que se convertem em aumento potencial no risco de perder vidas.
O sindicato considera que não há outra explicação para a leniência da Petrobrás, em implementar uma estrutura de emergência exclusiva para a Bacia de Campos, a não ser a de que a empresa, simplesmente, é negligente para a com a segurança dos trabalhadores. Na visão anacrônica e autoritária dos gestores da companhia, não vale a pena “gastar dinheiro” para manter um serviço que não está diretamente ligado ao aparato produtivo.
Em nada avançou na Petrobrás a reivindicação feita pela entidade, à empresa e ao governo federal, de criação de um serviço de emergência permanente na região. A necessidade foi defendida pelo sindicato em audiência com o ministro da Defesa, Celso Amorim, em 11 de julho passado, mas até hoje a proposta não foi implementada.
Na época, o NF ouviu das autoridades da Marinha que a força militar dispõe de mão de obra necessária para o trabalho, mas faltam recursos para equipamentos e instalações — o que poderia ser viabilizado, por exemplo, por meio de uma parceria com a Petrobrás.
Na iminência do crescimento da exploração na camada pré-sal, a distâncias cada vez maiores da costa, o serviço de emergência exclusivo se torna cada vez mais imprescindível, assim como imprescindível é a mudança da mentalidade da Petrobrás em relação ao tema da segurança.

Mobilização terá medição paralela do tempo no Tecab

Ônibus do sindicato levarão trabalhadores dos turnos entre os próximos dias 5 e 8. Petroleiros registrarão o horário de entrada no portão da unidade, como sempre foi feito. Redução do tempo na passagem de serviço aumenta a insegurança

 Os petroleiros de Cabiúnas estão aprovando em assembleias a realização de mobilização na próxima semana. A última assembleia na base estava prevista para às 23h de ontem. O protesto vai durar da entrada do turno das 15h da segunda, 5, até a saída do turno às 7 horas da quinta, 8.
 Durante o protesto, com a utilização de ônibus fretados pelo Sindipetro-NF, a categoria vai resgatar a forma como sempre foi feita a passagem de serviço no terminal, com o registro do tempo da hora extra da troca de turno. Esse tempo será medido durante a mobilização. O quadro ao lado mostra impactos das medidas tomadas pela empresa.
Gerência autoritária
 Uma série de medidas recentes, tomadas pela gerência do terminal, têm gerado transtornos para os trabalhadores e, em muitos casos, configuram formas de retaliações contra as mobilizações na base. Entre as atitudes recentes que geram problemas na ambiência esteve, até mesmo, o arrombamento dos armários individuais dos trabalhadores, na última quarta, 24, em gesto autoritário e inaceitável.
Barra do Furado
 O Sindipetro-NF protocolou na sexta, 26, ofício na gerência do Tecab para cobrar providências em relação à denúncia publicada na edição passada do Nascente, sobre as precárias condições de trabalho dos operadores da Estação de Barra do Furado, que atuam sozinhos e expostos a riscos. “O sindicato obteve informação dos trabalhadores de que a empresa criou, arbitrariamente, uma comissão para apurar a situação da estação, sem participação do NF, numa tentativa de desqualificar a denúncia da entidade”, protesta o diretor sindical Gedson Almeida, lotado na base.  
 O caso também será levado pelo sindicato à comissão tripartite da NR-10 e, se necessário, aos órgãos fiscalizadores.

Procedimentos para a mobilização

1 – No início do turno todos  os trabalhadores procederão da seguinte forma:
a. Descer do ônibus parado pelo sindicato na entrada do terminal.
b. Marcar o ponto nas catracas do portão do terminal e ir para os vestiários.
c. Não marcar o ponto nos vestiários.
2 – No fim do turno todos os trabalhadores procederão da seguinte forma:
a. Realizar a passagem de serviço de forma criteriosa priorizando a segurança das operações, utilizando o tempo que for necessário.
b. Se o ônibus não aguardar, caminhar até o vestiário.
c. Realizar a higienização no vestiário adequadamente e priorizando a saúde, utilizando o tempo que for necessário.
d. Não marcar o ponto nos vestiários.
e. Dirigir-se, caminhando, para a portaria e marcar o ponto na catraca do portão.
f. Se o ônibus não aguardar, seguir para os ônibus do sindicato.

Os impactos para os trabalhadores

Medida da Transpetro    x  Efeito para os trabalhadores  
         
Troca do horário de entrada do turno e do ADM, desrespeitando compromisso de acatar a decisão em contrário dos trabalhadores em assembleia. x Provoca insatisfação geral. Interfere na vida pessoal dos trabalhadores.

Determinação de que os ônibus cheguem no horário exato. x Os ônibus trafegam ora lentamente pelo acostamento, ora correndo demais na rodovia para cumprir o horário. Risco de acidente e abordagem do veículo por ladrões.

Determinação de saída dos ônibus da área aos 20 minutos depois da hora de entrada.Redução do tempo disponível para a passagem de serviço. Risco para a segurança das operações.

Determinação de saída dos ônibus do terminal  aos 30 minutos depois da hora de entrada. x Redução do tempo de troca de roupa e higienização, que feita de forma inadequada pode provocar o risco de contaminação do ambiente familiar do trabalhador.

Mudança do local do ponto, passando a entrar e sair direto com o ônibus, de forma a registrar o ponto no vestiário.xDiscriminação com os trabalhadores do turno. Expor o terminal ao risco de entrada de pessoas não autorizadas. Tentativa de impedir o contato dos trabalhadores com o sindicato. Descumprimento do ACT e legislação vigente.

Espaço aberto

Um balanço das eleições municipais

Emir Sader**

As eleições municipais foram sobredeterminadas pelas eleições de São Paulo. Em primeiro lugar porque é o centro dos dois partidos mais importantes do Brasil nas últimas duas décadas. Em segundo, pelo peso que a cidade tem no conjunto do país – pelo seu peso econômico, por ser sede de dois dos 3 maiores jornais da velha mídia. Esse caráter emblemático foi reforçado porque o candidato opositor ao governo federal foi o mesmo candidato à presidência derrotado há dos anos, enquanto o candidato do bloco do governo federal foi indicado pelo Lula, que se empenhou prioritariamente na sua eleição. E pelo fato de que São Paulo era o epicentro do bloco da direita, que se estendia ao Paraná, Santa Catarina e aos estados do roteiro da soja, no centro oeste do Brasil
As eleições municipais tiveram claros vencedores e derrotados. O maior vencedor foi o governo federal, que ampliou o numero de prefeituras conquistadas pelos partidos que o apoiam, mas principalmente conquistou cidades importantes como São Paulo e Curitiba, arrebatadas ao eixo central da oposição. Ao mesmo tempo que a oposição seguiu sua tendência a se enfraquecer a cada eleição, ao longo de toda a ultima década, perdendo desta vez especialmente a capital paulista, mas também a paranaense e em toda a região Sul, Sudeste e Centro Oeste, em que os tucanos não conseguiram eleger nenhum prefeito nas capitais.
No plano nacional, avança claramente a base aliada, com dois dos seus partidos fortalecendo-se: PT e PSB e enfraquecendo-se relativamente o PMDB. Houve uma certa fragmentação no interior da base aliada e mesmo no bloco opositor, mas nada que mude a tendência, que se consolida ao longo da década, da hegemonia do bloco governamental, apontando a que nas eleições de 2014 Dilma apareça como a franca favorita.
A eleição de São Paulo se dá na contramão da tendência que se havia consolidado nas eleições presidenciais de 2006 e 2010, em que o Nordeste, de bastião da direita, se havia tornado bastião da esquerda, pelo voto popular dos maiores beneficiários das politicas sociais que caracterizam o governo federal desde 2003. Por outro lado, se havia deslocado o bastião da direita para os estados mais ricos do sul, do sudeste e do centro-oeste, com São Paulo – onde os tucanos tinham a prefeitura e o governo do Estado – como eixo fundamental desse bloco opositor.
A derrota em São Paulo, a nova derrota do seu ex-candidato duas vezes à presidência e a incapacidade de eleger sequer um prefeito em toda essa região, demonstra como a direita se enfraquece também onde concentrava seu maior apoio.
Por outro lado, somando erros do PT e campanhas com forte apoio de governos estaduais que detem, aliados do governo derrotaram o PT em várias cidades importantes entre elas Belo Horizonte, Recife, Salvador e Fortaleza, como as mais significativas. Somente em um caso – Salvador – essa derrota se deu para a direita. Revela erros – em alguns casos gravíssimos do PT, como Salvador e Recife – do PT e limitações da ação de Lula e de Dilma para compensar esses erros. Um grande chamado de atenção sobre fraquezas do PT, sem que afete em nada a projeção eleitoral presidencial para 2014.
A derrota em São Paulo é um golpe duro para os tucanos, que sempre contavam com um caudal grande de votos paulistas para ter chances de compensar os votos do nordeste dos candidatos do PT e agora se veem enfraquecidos em toda a região onde antes triunfavam. Eventuais candidatos presidenciais como Aécio – quase obrigado a se candidatar, embora com chances muito pequenas de um protagonismo importantes, quanto mais ainda de vencer – ou Eduardo Campos – sem possibilidades de se projetar como líder nacional foram dos marcos do bloco do governo, que já tem Dilma como candidata para 2014 -, são objeto de especulações jornalísticas, à falta de outro tema, mas tem reduzidas possibilidades eleitorais.

* Versão editada em razão de espaço. Íntegra publicada originalmente e disponível em www.cartamaior.com.br
** Sociólogo e professor.

Figuraça da semana

Comentaristas da Globonews

O programa mais divertido da noite do último domingo foi assistir na Globo News a cobertura da apuração das eleições. Ninguém conseguia disfarçar o clima de luto no estúdio em razão da vitória de Fernando Haddad (PT) sobre José Serra (PSDB) em São Paulo. Só faltou dizer que Lula havia sido o grande derrotado das eleições. Mas não se cansaram de repetir que Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco desconhecido em quase todo o País, é a grande promessa para as próximas eleições presidenciais. Os comentaristas da Globonews ainda não estavam em pânico, mas mostraram-se mais engraçados do que o programa que leva este nome, na Band.

Acidente na P-35

Afastado, mas “sem afastamento”

 Na sexta, 26, a diretoria do Sindipetro-NF recebeu denúncia de que um pintor da Engevix se acidentou no dia 20, na P-35, mas teve seu acidente considerado como “sem afastamento” e permaneceu a bordo da unidade sem trabalhar.
 A direção do NF acionou o RH da Petrobrás e o Gerente Geral da UO-BC decidiu criar uma comissão para apurar o que havia acontecido. O Diretor sindical, Valdick de Oliveira, foi indicado pelo NF para participar dessa comissão.
 O pintor foi desembarcado no sábado, 27, pela manhã e ainda no aeroporto foi ouvido pela comissão, composta pelo sindicalista, uma médica do trabalho e um gerente. Na segunda, 29, a comissão embarcou em P-35 com a finalidade de ouvir os trabalhadores a bordo e avaliar o que de fato aconteceu.
 O trabalhador foi atingido no calcanhar por uma estrutura de uma cama, quando estava no local de trabalho.

Segurança de voo

Defeito impede pouso de AW 139

Caso foi na SS-68. Trem de pouso dianteiro não funcionou e aerovave voltou para terra

 Um defeito no trem de pouso dianteiro impediu no último dia 25 que um helicóptero AW 139, prefixo PR-OMJ, pousasse na sonda SS-68, na Bacia de Santos. O voo era operado pela Omni. A aeronave teve que retornar para o aeroporto de Jacarepaguá, no Rio, onde fez um pouso de emergência. Havia oito passageiros e dois tripulantes a bordo. O voo levava trabalhadores da Petrobrás e da empresa ROV para unidades localizadas na Bacia de Santos e no Norte Fluminense.
 Houve grande apreensão entre os trabalhadores, que voaram no retorno da sonda para o aeroporto sem saber se a tripulação teria sucesso no pouso de emergência em terra — o que, felizmente, acabou acontecendo. Leia mais sobre o caso emhttp://bit.ly/TUmMCY.

Acidente na PCP-3

Petroleiro tem dedo esmagado

 O petroleiro Mário Luiz Ferreira da Fonseca, da Perbras, sofreu acidente a bordo da sonda SPM-15, acoplada à plataforma PCP-3, no última sexta, 26.
 O trabalhador teve um dedo médio esmagado por um parafuso que caiu da parte superior de um espaçador, de uma altura de 4,5  metros. 
 O diretor do NF Cairo Garcia foi indicado para representar o NF na comissão de apuração.

Estado de Greve na Halliburton

Categoria aprova indicativos do NF e rejeita proposta. Na BJ, acordo é aprovado

 Na manhã desta terça, 30, os trabalhadores da Halliburton realizaram assembleia na porta da empresa para avaliar o indicativo do Sindipetro-NF de rejeição da última proposta apresentada, que não avançou nos pontos reivindicados pela categoria.
 Os trabalhadores acataram o indicativo do sindicato por unanimidade e aprovaram Estado de Greve e Assembleia Permanente. No dia 7 de novembro, às 10 horas, haverá uma reunião no Rio de Janeiro com representantes da FUP, Sindipetro-NF e da empresa para levar o resultado das assembleias em todo o País.
Acordo na BJ
 Na BJ Services, os petroleiros aprovaram, com margem apertada, proposta da empresa de Acordo Coletivo. O NF havia dado indicativo pela rejeição. Foram 60 votos a favor e 44 contrários na assembleias da segunda, 29. A categoria teve reajuste salarial de 5,5% e conquistou plano previdenciário e mais uma dobradinha — da sexta-feira santa —, mas passou a ter o desconto legal de 6% referente ao vale transporte.

Insegurança crônica

Morre 12ª vítima da insegurança no ano

Caldeireiro sofreu traumatismo craniano durante manutenção em refinaria

Da Imprensa da FUP

 Enquanto os gestores da Petrobrás fazem de conta que está tudo bem com o SMS, mais um trabalhador paga com a vida a inércia e a falta de vontade política da empresa em alterar a cruel rotina de acidentes e doenças que matam, mutilam e incapacitam dezenas de petroleiros a cada ano. A mais recente vítima deste cenário de horror foi o caldeireiro Sérgio Henrique de Faria Bandeira, da empresa Manserv, que presta serviços para a Petrobrás. Ele morreu na madrugada desta terça-feira, 30, após ter se acidentado gravemente na segunda, 29, na Revap, onde executava um trabalho de manutenção.
 As informações preliminares são de Sérgio Henrique teria sofrido uma queda que causou traumatismo craniano. Ele é a terceira vítima fatal da insegurança na Petrobrás, em um intervalo de apenas 12 dias.
Doze mortes
 Segundo foi divulgado pelos gerentes da Petrobrás na reunião de ontem do Grupo de Trabalho Paritário de SMS, só este ano já haviam ocorrido 11 óbitos de trabalhadores na empresa. Os dados dispostos pela FUP e seus sindicatos eram de oito fatalidades, incluindo o técnico de operação da Rlam, que faleceu no último dia 18, vítima de leucemia mielóide aguda causada pela exposição ao benzeno.
 Portanto, levando em conta as informações da própria Petrobrás (que deveriam ser constantemente atualizadas para a FUP), já tivemos, até o momento, 12 companheiros mortos só este ano, em função da falta de uma política de SMS comprometida de fato em zelar pela vida e saúde dos trabalhadores.

FUP pode deixar GT de SMS

Em reunião com a FUP no último dia 29, no Grupo Paritário de SMS, os representantes da Petrobrás se recusaram a apresentar a avaliação das práticas de segurança da companhia e as impressões tiradas da visita feita à petrolífera norueguesa, Statoil, em agosto deste ano.  A FUP também voltou a cobrar o fim das subnotificações de acidentes.
 Diante deste e outros fatos que comprovam a inércia e o desinteresse da empresa em avançar, de fato, nos trabalhos do Grupo Paritário de SMS, que se reúne desde setembro do ano passado, a FUP resolveu se retirar da reunião e discutir com a direção colegiada da Federação a possibilidade de interromper a continuidade das reuniões do GT. Para a FUP, o GT não pode ser uma via de mão única, por isso, a Federação não vai aceitar que a empresa utilize o grupo para dizer que está discutindo com os trabalhadores, melhores práticas de saúde e segurança.

Curtas

Questão indígena
Índios da comunidade guarani-kaiowá comemoraram o anúncio feito nesta semana, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que garantem a permanência provisória da tribo na aldeia Pyelito Kue, na Fazenda Cambará, em Iguatemi (MS). Eles comoveram o mundo com o anúncio de que resistiriam até a morte.

Luto
Técnico de Segurança da Petrobrás na Bacia de Campos, Gérson das Dores, 51 anos, morreu no domingo, 28, em razão de um acidente de carro, na RJ 106, em frente ao supermercado Atacadão, em Macaé. As informações iniciais foram as que o trabalhador teria passado mal ao volante. O petroleiro, que deixa três filhos, trabalhou no flotel Cidade de Quissamã. O Sindipetro-NF registra as suas condolências aos familiares, amigos e colegas de trabalho do companheiro.

Curtinhas
** A versão impressa da nova edição da revista Imagem, número 36, estará disponível nas sedes do Sindipetro-NF, em Campos e em Macaé, a partir da próxima semana. A versão online já está disponível em www.sindipetronf.org.br. Entre os destaques deste número está matéria sobre a falta de saneamento básico nas ricas cidades dos royalties.
** Entrevista com o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, destaca importância do Encontro Nacional do Macrossetor Indústria da CUT para potencializar campanha Petrobrás 100% pública. Leia em www.fup.org.br.

Normando

Petrobrás sobe na lista das piores

Normando Rodrigues*

Em paralelo às famosas “pesquisas de ambiência”, nas quais a resposta dos empregados é utilizada até como critério de concessão de níveis e de retaliações,  outro indicador coloca a Petrobrás entre as maiores do Brasil: o das empresas com mais ações na Justiça do Trabalho.
Na estatística do Conselho Nacional de Justiça, relativa ao ano de 2010, a Petrobrás ocupava a 7ª posição dentre as empresas com mais processos na Justiça do Trabalho, no País inteiro. Confrontados com essa realidade, seus gestores de mão de obra argumentaram que o número era proporcional ao número de empregados. Uma meia verdade.
Meia verdade porque: (a) a Petrobrás, em 2010, era a 8ª maior empregadora do País; (b) a Justiça do Trabalho é, sabidamente, uma Justiça de desempregados, e a rotatividade de pessoal da Petrobrás ainda fica bem abaixo da média do mercado.
Além disso, esse tipo de amenização do dado — ótimo para o mundo cor-de-rosa dos gestores, onde não morrem trabalhadores — ignora o que de mais grave ele revela: a Petrobrás está no mesmo patamar de violação de leis trabalhistas que setores bem menos sofisticados, como o de supermercados e a construção civil.
E o que está ruim sempre pode piorar! Em 2011, sendo o 6º maior empregador do Brasil, a Petrobrás passou a ser a 4ª empresa mais demandada na Justiça do Trabalho! Detalhe macabro: parcela significativa das ações trata de assédio moral, endêmico em sua viciada estrutura de poder.
Aposto que os gestores de pessoal, se consultados, darão a mesma resposta do Secretário de Segurança do PSDB em São Paulo, quando indagado sobre a atual onda de violência: nossa estratégia está correta!

* Assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP. 
[email protected]