Teletrabalho na Petrobrás: 92% dos petroleiros em home office querem regramento negociado com os sindicatos, aponta pesquisa da FUP

[Imprensa FUP]

Em reunião do GT do Teletrabalho, ocorrida na manhã desta quarta-feira, 14, a FUP apresentou à Petrobrás os resultados da pesquisa realizada com os empregados que estão em trabalho remoto. Os dados compilados apontam que 92% dos entrevistados querem que o regramento seja negociado com os sindicatos, 87% entendem que é preciso uma regra mais transparente sobre os critérios de quem pode ou não estar em teletrabalho e 81% querem previsibilidade sobre o tempo de permanência. Outros pontos relevantes: 86% dos trabalhadores em home office são favoráveis ao controle da jornada, tanto para os que têm horário fixo, quanto flexível, e que 54% preferem permanecer no teletrabalho integral após a pandemia da Covid-19.

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 de agosto e 25 de setembro de 2020 e contou com a participação de 1.242 petroleiros e petroleiras que responderam o questionário elaborado pela FUP. Os dados extraídos do levantamento revelam ainda que 43% dos respondentes não são sindicalizados, 85% são empregados da holding, 14,7% são da Transpetro e o restante da TBG.

Os resultados da pesquisa confirmam a importância das premissas do regramento do teletrabalho que regem a pauta sobre o tema que foi deliberada pelos petroleiros no Congresso da FUP, em 2020, e amplamente discutida com a Petrobrás durante a negociação do Acordo Coletivo e nos debates travados no GT. Na reunião desta quarta, a FUP chamou atenção para este fato e tornou a questionar as regras implementadas pela Petrobras com base no projeto piloto da empresa e que não expressam as necessidades e reivindicações dos trabalhadores.

Ao mapear o perfil dos petroleiros que estão em teletrabalho e as principais dificuldades e facilidades deste regime, a pesquisa também apontou preocupações que a FUP e os sindicatos já haviam apresentado à Petrobrás, como a necessidade de previsibilidade de duração do teletrabalho e de controle da jornada. Entre os trabalhadores que responderam o questionário, 91% informaram que conseguem seguir um horário referencial para início das atividades corporativas da empresa, mas 33% apontaram dificuldades em manter um horário de referência para encerrar o expediente de trabalho. A pesquisa também revelou que 47% dos entrevistados estão trabalhando mais no regime de teletrabalho e que 12% não conseguem manter a jornada regular devido ao excesso de demandas.

Os representantes da Petrobras reconheceram a qualidade e a abrangência da pesquisa feita pela FUP e informaram que vão avaliar os resultados apontados, bem como as questões levantadas pelas entidades sindicais na reunião.

> A integra da pesquisa pode ser acessada aqui