Sindicatos, entidades dos movimentos sociais e partidos políticos voltam a mobilizar os moradores de Campos dos Goytacazes em um ato público contra o governo Bolsonaro. O protesto será realizado nesta sexta-feira (12), às 10h, no Pelourinho, no Calçadão do Centro.
Os organizadores do novo protesto “Fora, Bolsonaro” no município mudaram o formato da manifestação em relação às mais recentes, realizadas na Praça São Salvador. Desta vez, o objetivo é promover um diálogo por meio de um café da manhã servido à população.
“Nós decidimos que vamos ter uma concentração no Sindicato dos Bancários, às 8h, sairemos em torno de 9h em caminhada até o Pelourinho, onde já estará uma equipe fazendo uma ouvidoria com a população em um café da manhã para marcar a questão da fome, da miséria. A expectativa é a de que a gente tenha bastante gente”, explica a diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe), Odisseia Carvalho.
Na última sexta-feira, em reunião dos organizadores, na sede do Sindicato dos Bancários, ficou definido que a realidade de fome e miséria também será marcada de forma solidária no final da tarde do dia anterior ao protesto, com a distribuição de quentinhas para a população em situação de rua, na Praça São Salvador.
Os organizadores têm destacado a grande adesão de entidades ao protesto. Estão envolvidos sindicatos e associações que representam categorias como a dos bancários, metalúrgicos, profissionais da educação, petroleiros, químicos, docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense, técnicos, trabalhadores da Justiça, saneamento, servidores públicos, entre outras.
A vice-presidente da Aduenf (Associação dos Docentes da Uenf), Luciane Soares da Silva, é uma das lideranças que ressaltam o crescimento da adesão: “A reunião foi muito exitosa porque reuniu um número muito grande de sindicatos. Temos conseguido fortalecer esse trabalho de reunião. Isso se torna cada vez mais importante porque a ideia é que a gente consiga fortalecer a luta contra esse governo, principalmente nesse momento em que explode a fome, a miséria, o preço dos combustíveis.”, afirma.
“As expectativas são as melhores. É sempre muito válido conseguir esse diálogo com a população. O Betinho [sociólogo Herbert de Souza] já lembrava que alimentar as pessoas é uma forma de construção e resistência política. Acho que a gente atualiza isso nesse momento”, destaca Luciane.
Rumo aos protestos do dia 20
O ato público desta sexta-feira, em Campos dos Goytacazes, antecipa o clima de mobilizações para os protestos nacionais do próximo dia 20, Dia da Consciência Negra, que também será marcado por manifestações contra o governo Bolsonaro.
“Junto com o do próximo dia 20, são os dois últimos atos “Fora, Bolsonaro” do ano e é preciso chegar àquelas pessoas que percebem que há algo muito errado no Brasil, mas que nem sempre nós conseguimos atingir a essa população. Então a expectativa é essa, conseguir conversar com uma população que circula pelo Centro”, complementa Luciane.