O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) identificou irregularidades no OSX-1, primeiro navio-plataforma da OSX, braço naval do conglomerado de Eike Batista. Construída em Cingapura, a unidade afretada pela OGX, petroleira do grupo, chegou ao Porto do Rio no dia 6 e tem seu início de produção na Bacia de Campos previsto até dezembro. A plataforma, no entanto, não poderá operar até sanar as falhas de segurança e saúde do trabalho apontadas em inspeção prévia realizada última quinta-feira por uma equipe de auditores e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Entre os problemas listados estão instalações elétricas e andaimes inadequados, equipamentos de proteção individual (EPI) sem certificado, falta de segurança em espaços confinados, falhas no sistema de combate a incêndio e gás e falta de treinamento para operação da caldeira.
Segundo a procuradora do Trabalho Flávia Veiga Bauler, que acompanhou a fiscalização, os ajustes são essenciais para garantir a integridade dos 80 trabalhadores que vão tripular a plataforma. No início de novembro, o MPT convocará uma audiência com representantes da OSX para propor a assinatura de um Termo deAjustamento de Conduta (TAC). A ideia é criar compromissos relativos à segurança permanente do equipamento.
Procurada, a OSX, em nota, informou que o OSX-1 está em fase final de testes no Rio, onde passa por inspeções de diversos órgãos públicos. Segundo a empresa, as exigências do Ministério do Trabalho estão previstas no cronograma que atenderá plenamente as condições legais de segurança e de saúde de sua tripulação.
Primeira de 48 plataformas a serem contratadas pela OGX até 2019, a OSX-1 custou US$610 milhões. Com capacidade de armazenamento de até 900 mil barris e deprodução de até 60 mil barris de óleo diários, ela atuará no campo de Waimea, no bloco BM-C-41 da Bacia de Campos, por 20 anos. A carteira de encomendas da OGX à OSX, do mesmo grupo, já supera os US$4,8 bilhões.
Acidente na OGX já matou dois em 2010
Em maio de 2010, ocorreu um acidente em Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro, em uma plataforma semi submersível operada pela Brasdril, que presta serviços para a OGX. A petrolífera, do empresário Eike Batista, é operadora integral do bloco BM-C-41, na parte sul da Bacia de Campos.
Neste acidente, dois trabalhadores morreram e outros dois ficaram feridos durante um teste com a baleeira da plataforma, que teria se desprendido e caido no mar. Um dos trabalhadores mortos era estrangeiro.