O ex-presidente da Petrobrás Roberto Castello Branco, o primeiro da linhagem bolsonarista na companhia, disse em uma conversa privada, por meio do aplicativo whatsapp, que o celular corporativo que utilizava na empresa têm provas contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, sem revelar quais seriam. A revelação foi publicada na noite de ontem, pelo Portal Metrópoles (aqui).
A matéria, do repórter Samuel Pancher, afirma que “durante uma discussão em um grupo de economistas, o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirmou que devolveu seu celular corporativo à estatal, ao deixar o comando da empresa, com material que, segundo ele, poderia incriminar o presidente Jair Bolsonaro (PL)”.
O portal reproduz um trecho da conversa atribuído a Castello Branco, onde afirma que “se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”.
O ex-presidente da estatal se dirigia ao ex-presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, em diálogo sobre os preços dos combustíveis que o portal afirma ter ocorrido ao longo do último sábado, 25.
“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, disse Castello Branco.
“Psicopata”
“Em outro trecho da discussão, Roberto Castello Branco classifica Bolsonaro como “psicopata” ao relatar uma teoria conspiratória que teria sido dita a ele pelo chefe do Executivo federal”, revela ainda o Metrópoles.
“Já ouvi de seu presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”, afirmou Castello Brando, ainda de acordo com o portal.
“Sindicalismo petroleiro radical”
Sobrou até para o sindicalismo. Em sua conta pessoal no Twitter, o repórter Samuel Pancher publicou vídeo que reproduz as falas de Castello Branco, e, em um trecho, ele chama o sindicalismo petroleiro de radical, que estaria tendo o discurso aproveitado pela extrema-direita.
“Essa ´gente do Governo´ transmite o discurso da extrema direita juntamente com o do sindicalismo petroleiro radical da Petrobras para atacar a companhia”, disse Castello, de acordo com Pancher.
Citados não negam
O Metrópoles disse ter entrado em contato com Roberto Castello Branco, que não quis falar sobre o assunto, mas não negou a existência da conversa. Também procurado pelo portal, Rubem Novaes teve a mesma reação: não quis comentar, mas não negou que o diálogo tenha ocorrido.