Confinados e incomunicáveis em P-18

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Além de serem mantidos em confinamento, em razão da natureza da atividade, petroleiros de plataformas estão agora passando por restrições impostas por gerências na hora de atender a ligações telefônicas externas.

O sindicato recebeu nesta semana denúncia de trabalhadores da P-18 sobre o assunto. Os petroleiros da unidade relatam que a gerência da plataforma “proibiu a sala de rádio de chamar seus trabalhadores para atender ligações externas”.

Os trabalhadores protestam: “Se alguém precisar falar com algum trabalhador a bordo, vai ficar querendo, eles alegam que é para não atrapalhar o bom andamento dos serviços. Filho doente, mulher internada, ninguém mais tem vida lá fora?”.

O sindicato cobrou explicações formais da gerência de RH sobre mais este absurdo na Bacia de Campos.

A gerência de RH da UO-BC afirma que “não existe proibição e, sim, regramento para evitar excessos e apenas para o pessoal que trabalha constantemente na atividade de campo, pois provoca a interrupção do trabalho, limpeza e retirada do EPI, deslocamento. Ou seja, deve ser usado com moderação como ocorre em qualquer canteiro ou planta industrial. Claro que isso não inclui ligações inadiáveis”.

A entidade não considera satisfatória a resposta da empresa. Segundo os trabalhadores o que está ocorrendo em P-18 é a proibição pura e simples. Além disso, mesmo com o “regramento” citado pelo RH, na prática, os trabalhadores ficam reféns de uma avaliação subjetiva das gerências sobre as ligações que deveriam ou as que não deveriam ser recebidas. Isso geraria a situação inaceitável de ter trabalhadores invadidos até mesmo em seus assuntos pessoais.

O NF questionou se esse modelo é adotado somente na Bacia de Campos e cobrou da empresa a exposição de uma política nítida sobre o assunto, para que os trabalhadores não fiquem sujeitos aos humores de cada gerente.