CONGRENF: Economistas avaliam cenário brasileiro e mundial

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Uma análise sobre o cenário econômico recente do Brasil e do mundo foi o tema de mesa na manhã de hoje no VII Congresso Regional dos Petroleiros. Os economistas Carlos Alonso Barbosa de Oliveira, doutor em Ciência Econômica e professor livre-docente da Unicamp, e Sérgio Eduardo Arbulu Mendonça, técnico e ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (Dieese), fizeram exposições que dão suporte para os debates dos delegados do Congrenf.

Oliveira destacou a necessidade de medidas do governo da presidente Dilma no sentido de proteger a indústria brasileira, além de reduzir juros e alterar a política de câmbio. “Sabemos que é difícil, que tem ocorrido avanços, mas é possível fazer mais”, disse.

Para ele, tudo indica que está próxima uma nova rodada de crise nos países desenvolvidos, e o Brasil precisa estar preparado para enfrentar as consequências.

O economista destacou como exemplo bem sucedido a opção da Petrobrás em investir na indústria naval brasileira, diferentemente do que fez a Vale do Rio Doce, que durante um tempo praticou a política do lucro a todo custo, sem compromisso com o País.

O outro participante da mesa fez um balanço dos avanços sociais do governo do presidente Lula. Mendonça afirmou que o Brasil vive um momento de “encontro com a sua história”, uma vez que sempre desfrutou de grande potencial econômico e demográfico, mas amargava indicadores desfavoráveis.

Ele avalia que, se for mantida a média de crescimento de 5% ao ano, o Brasil passará de oitava para quinta maior economia do mundo, atrás da China, do Japão, da Alemanha e dos Estados Unidos. Nos anos 90, o País havia caído para a 15ª colocação.

Outra comparação feita pelo economista é em relação à qualidade dos empregos. Nos anos 90, houve pouca geração de empregos e, quando ocorria, se dava de modo precário. Neste período, apenas dois a cada dez empregos eram com carteira assinada. Após 2004, esta relação mudou para oito formais a cada dez empregos gerados, chegando a nove em alguns períodos.

A expectativa do economista é a de que, nos próximos dez anos, “o Brasil viva o que Celso Furtado chamava de escassez relativa de mão de obra”, em razão do seu desenvolvimento. Com o fim da abundância de mão de obra, a qualidade dos empregos tende a melhorar. 

Mendonça adverte que é preciso aproveitar ainda uma “janela de oportunidade demográfica” nos próximos 20 anos, quando o País terá a maior parte da sua população formada por adultos em fase produtiva.