Os crônicos e graves problemas de hotelaria nas plataformas, especialmente os relacionados à alimentação dos trabalhadores, foram tratados, na manhã de hoje, em reunião online entre diretores do Sindipetro-NF e gestores da Petrobrás. A entidade, que tem registrado diversos casos de falta de alimentos e de qualidade precária em unidades da Bacia de Campos, fez um relato das denúncias da categoria e cobrou da companhia ações mais efetivas para solucionar a questão.
Representaram o Sindipetro-NF na reunião o coordenador geral do sindicato, Tezeu Bezerra, e os diretores Alexandre Vieira, Johnny Souza, Benes Júnior e Marcelo Nunes. De acordo com relato de Vieira, os sindicalistas pontuaram a necessidade de urgência na resolução dos casos, visto que eles impactam na saúde e na segurança dos trabalhadores, descumprindo normas regulamentadoras.
“É algo que é urgente. Pois afeta todos os trabalhadores, pois a alimentação de baixa qualidade ou variedade influencia no estado mental das pessoas, causando processos de entristecimento, desânimo, que afetam negativamente o foco das pessoas. Podendo causar acidente e estados depressivos. Não é à toa que vemos o trabalhador dar tanta importância à quantidade de churrasco e pizza. Pois são os poucos momentos que a comida lhe traz alegria. A isso se soma a questão da falta de lazer a bordo, pois as áreas de lazer como piscinas e quadras, hoje estão todas fora de uso”, relata Vieira.
O sindicalista também afirma que a entidade avalia como positiva a criação do Indicador de Gestão de Risco Sanitário das Instalações (IGRSAI), e que, para compor este índice, sugere a inclusão do quesito alimentação, com uma avaliação diária sobre a qualidade (evitando eventual burla por parte das contratadas, que podem melhorar a qualidade apenas em período de avaliação).
Ainda segundo Alexandre Vieira, o sindicato indica o quesito Climatização PMOC (Plano de Manutenção e Controle) não pode ser o único indicador, defendendo uma medição da temperatura regular, pois a adequação da temperatura é uma exigência da NR37.
Outro ponto diz respeito à higienização de ambientes e roupas. O sindicato defende que esse quesito leve em conta também os períodos de troca e lavagem de rouparia, bem como a qualidade e troca periódica de colchões e travesseiros, igualmente regulada pela NR37.
“Por fim, sugerimos que sejam criadas junto a entidades de referência em cozinha industrial, cursos de aperfeiçoamento custeados pela Petrobras. Onde os trabalhadores envolvidos no preparo dos alimentos sejam treinados para se qualificarem a entregar a qualidade esperada”, adiciona Vieira.
O Acordo Coletivo de Trabalho prevê que a empresa deve fornecer uma alimentação adequada às necessidades biológicas e culturais dos empregados, dando ênfase aos alimentos regionais. A Companhia deve ainda assegurar que a mesma alimentação para todos os usuários dos restaurantes das unidades em que esse serviço é oferecido pelas companhia.