Em março de 2001, as explosões na P-36 causaram a morte de 11 trabalhadores, tal qual ocorreu recentemente no Golfo do México com a plataforma da BP. Dezessete anos antes, um outro acidente já havia causado a morte de 37 trabalhadores na Bacia de Campos: a explosão da plataforma de Enchova. Considerado o pior desastre da história da Petrobrás, este acidente completa 26 anos no próximo dia 16, quando a FUP e seus sindicatos realizarão atos e protestos em memória de todos os petroleiros mortos em acidentes de trabalho. Nos últimos 15 anos, 283 vidas foram ceifadas para que a produção e o lucro da empresa seguissem em frente. Diversos gestores passaram pela Petrobrás neste período sem que mudanças drásticas fossem tomadas para impedir esta matança de trabalhadores.
Tratados como tragédias, acidentes de grandes proporções, como o da P-36 e o de Enchova, são precedidos por uma série de incidentes e situações de risco que deveriam ter servido de alerta para a Petrobrás. O que vemos no dia-a-dia, no entanto, é justamente o contrário. Os gestores da empresa, além de permitirem absurdos, como plataformas operando em péssimas condições de segurança, ainda são premiados com polpudas bonificações. Por isso, não podemos jamais permitir que os trabalhadores mortos em acidentes na empresa sejam esquecidos. A FUP e seus sindicatos continuarão na luta, exigindo um basta aos acidentes e condições decentes de trabalho para todos, principalmente, os terceirizados, que são a grande maioria das vítimas da insegurança na Petrobrás.