Em um só dia, 4 ocorrências no Farol

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Uma sucessão de ocorrêcias com helicópteros na última terça-feira, 8, expôs mais uma vez toda a fragilidade da política de segurança da Petrobrás. Foram inacreditáveis quatro situações que expuseram problemas com as aeronaves, com o heliporto e com a negligêcia geral da Petrobrás na área de SMS. Os casos ocorreram em um momento em que a categoria passa, também por vários acidentes em plataformas.

Os episódios foram flagrados pelo diretor do NF Cláudio Alberto de Souza, que estava no heliporto para a conversa habitual do sindicato com os petroleiros na hora do embarque para as plataformas da região.

Primeiro, o helicóptero da Sênior (SEH), das 9h, para a P-25, apresentou no solo a oscilação de pressão de óleo do rotor, após o embarque dos dez passageiros, que tiveram que ser removidos para outro voo, das 12h15.

Depois, a aeronave da Aeróleo (YCL), do voo das 12h30, que levaria 15 passageiros para P-35, apresentou vazamento de combustível no rotor momentos antes do embarque.

Em seguida, o helicóptero Sênior (SEE), das 12h30, para PCP-1, apresentou falha no gerador após embarque dos oito passageiros. E, por último, o Aeróleo (PLL) que havia acabado de realizar o voo de 9h, de P-53, com dez passageiros, foi colocado indisponível por ter sido identificada vibração no eixo do rotor de calda na inspeção entre voos.

Hora da reação

Estes casos têm, entre muitas outras causas passíveis de identificação, elementos que envolvem aspectos já denunciados fartamente pelo sindicato: problemas de projeto no heliporto, com a sua pista que permite apenas decolagens verticais, tempo insuficiente de intervalo entre os voos e condições inadequadas de manutenção, sem hangares, com a exposição contínua das aeronaves ao tempo e à corrosão.

Associados aos recentes e constantes acidentes e vazamentos ocorridos na Bacia de Campos, os episódios da terça-feira confirmam a tese do sindicato, de que está passando a hora de a categoria petroleira reagir com veemência contra este quadro de insegurança crônica.

Casos e mais casos

Falta de combustível vista apenas após decolagem

No último dia 27, uma aeronave da Sênior, prefixo PR-SEX, do horário 14h30 de São Tomé para P-52, fez um retorno ao aeroporto logo após a decolagem. Os trabalhadores relatam que foram levados para sala de briefing, onde ouviram a explicação do piloto para o caso. Segundo ele, depois da decolagem, foi verificado que o abastecimento de combustível não estava de acordo com o solicitado, em razão de uma falha de comunicação entre o controle de base e pessoal de reabastecimento.

Questionada pelo NF, a empresa afirmou que houve falha da tripulação em não conferir a quantidade de combustível para a missão, antes da decolagem, “e que mesmo sendo uma falha grosseira, assumiram o erro sem receios de represálias”.

“O combustível daria para completar a missão, todavia estaria consumindo a “reserva técnica”, prevista para situações especiais tal como alternar outra base para pouso”, disseram.

A empresa Sênior produziu relatório sobre o caso. Cópia do documento foi enviada pela Petrobrás, por e-mail, para o Sindipetro-NF. O relatório recomenda várias ações preventivas.

Vazamento e fogo na P-31

No domingo, 6, houve vazamento de gás na P-31, seguido de princípio de incêndio. Segundo a empresa, o problema ocorreu na linha de descarga do 3º estágio do TC-B, no flange da conexão a montante da SDV de saida daquele TC, a 20 cm da chapa-piso. A operação da unidade foi paralisada por meia hora.

“Houve o surgimento de chama, logo avistada e imediatamente debelada pelos operadores, que desarmaram a operação da plataforma (ESD-3) e acionaram manualmente o sistema de diluvio, não necessitando de intervenção da brigada”, informou, em nota, a companhia.

Foi instalada comissão para avaliar as causas do “incidente” e analisar sua abrangência.

Mangote partido na P-47

Na segunda, 7, o rompimento de um mangote de off-load, em P-47, provocou o vazamento de uma quantidade residual de óleo no mar. A suspeita é a de que o mau tempo tenha provocado o rompimento, durante operação de atracação.

Mais casos em P-51, P-12 e P-08

No dia 26 de Maio, vazamento de gás na P-51, em válvula próxima a um vent, provocou parada na produção. E na madrugada da segunda, 24, houve vazamento de gás no vent da linha de gás lift de P-12. A produção ficou paralisada até às 15h30 da terça, 25.

A P-12 foi uma das plataformas que enviou a lista de pendência ao NF. Nela, constaram denúncias de más condições de segurança, inclusive em outras linhas de gás da plataforma.

No último dia 21, a P-08 foi atingida por um barco, o Navegante Prada, e foi danificada a baleeira 01.