O Sindipetro-NF se reuniu ontem (quarta, 6) com a Petrobrás para cobrar soluções para os problemas enfrentados pelos petroleiros e petroleiras sobre alimentação a bordo de plataformas. A entidade recebe com frequência relatos sobre falta de qualidade e irregularidade na oferta de itens.
O sindicato foi representado pelos diretores Marcelo Nunes, Johnny Souza, Alexandre Vieira e Tezeu Bezerra (também diretor da FUP), no encontro com representantes da UN-BC, UN-ES, SMS Corporativo e Setor de Suprimentos e Contratação.
“Discutimos as melhorias nas condições de vida a bordo, de uma forma geral. Cobramos melhorias nos contratos, nos salários, na qualificação dos trabalhadores de contratos de hotelaria”, explica Tezeu.
Os sindicalistas cobraram ainda a realização de uma pesquisa junto aos trabalhadores e trabalhadoras, para verificar o nível de satisfação da categoria em relação à alimentação e hotelaria.
Uma das reivindicações que o sindicato recebe com frequência é a do retorno dos momentos de confraternização com pizza e churrasco a bordo, que, em um trabalho confinado em alto mar, representam muito mais do que comida.
“Não é o alimento pelo alimento. É a confraternização, é a ambiência. Pense você em terra, durante 14 dias, sem confraternizar, sem ir a um barzinho por exemplo. A bordo não tem barzinho. Os momentos da pizza e do churrasco cumprem esse papel”, explica Vieira.
Os sindicalistas cobraram ainda da empresa uma atuação mais global em relação ao bem estar a bordo, inclusive com a inclusão, nos contratos, de um educador físico. Eles lembram que a saúde a bordo não diz respeito apenas à alimentação, mas a toda a socialização, apoio psicológico e estímulo à atividade física.
Primeirização da fiscalização
Outra cobrança do sindicato foi pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho em sua previsão de que os técnicos de enfermagem sejam profissionais próprios da Petrobrás. Entre outras atribuições, são estes profissionais que fazem a fiscalização do contrato de hotelaria.
Na avaliação da entidade, a fiscalização tem mais peso institucional quando é feita por profissionais da Petrobrás. “Não pela qualidade dos trabalhadores, mas pelo peso da empresa”, afirma Vieira.
O sindicato alertou que, se não forem tomadas medidas para acabar com a terceirização dos técnicos de enfermagem, a entidade vai entrar com uma ação de descumprimento de Acordo Coletivo.
O Sindipetro-NF reafirma a importância dos relatos dos trabalhadores para subsidiar as cobranças da diretoria junto à Petrobrás e aos órgãos fiscalizadores. Informações podem ser enviadas para [email protected]. É garantido o sigilo sobre a identidade do denunciante.