Sindipetro-NF pede interdição da P-31 na DRT

O Sindipetro-NF ingressou hoje com pedido na DRT (Delegacia Regional do Trabalho) para que seja interditada a plataforma P-31, na Bacia de Campos. A entidade foi informada que a unidade mantém, desde o final de junho, quando recebeu uma inspeção da Marinha sobre suas condições de segurança, um procedimento para monitorar um vazamento em uma linha de gás de seis polegadas que existe há pelo menos oito meses.

O documento obtido pelo sindicato mostra como a gerência se “acostumou” com o vazamento, dando instruções para conviver com o problema, monitorando-o de hora em hora — visualmente apenas, sem nenhuma medição — e avaliando se é necessário despressurizar a linha para colocar mais uma das inúmeras braçadeiras que há na unidade. Além do procedimento, o sindicato teve acesso a diversas fotos que mostram o estado deteriorado da unidade, com elevada corrosão em linhas, guarda-corpos, válvulas e demais equipamentos.

Junto a outras ações para mascarar a situação da unidade, o objetivo do procedimento foi mostrar para a Marinha que algo estava sendo feito em relação àquele vazamento. 

Admitindo nas entrelinhas uma situação caótica, o documento orienta os operadores a manterem sempre à mão “braçadeira de 6“, estojos, chaves combinadas e borrachas vazadas” para conter a qualquer momento um vazamento. Virou o kit do operador na plataforma.

Durante a vistoria da Marinha, que durou apenas duas horas, a produção chegou a ser reduzida, para que várias linhas que estão com problemas não fossem utilizadas e deixassem à mostra o estado lastimável de operação. 

O documento só falta orientar os petroleiros a rezarem para que o pior não aconteça. Até porque isso não seria necessário, já que cada um, à sua maneira, provavelmente faz isso todos os dias.

O sindicato havia recebido relato sobre situação semelhante na P-09. Também foi denunciada à DRT o caso da P-33, igualmente com fotos das condições inseguras e relatos dos trabalhadores.

A entidade orienta a todos os petroleiros que relatem os casos ao NF, com o envio do máximo de documentação possível. É preciso mostrar todas as evidências sobre a situação de insegurança da Bacia de Campos que, na avaliação da entidade, está perto de vivenciar uma nova tragédia.