Golpe e truculência na eleição do Sindipetro São José dos Campos

Dissidentes fraudam pleito em mais um ataque à democracia sindical

Seguranças empunhando armas de fogo, crianças e mulheres sem teto servindo de escudo humano, intimidações e ameaças de confronto… Estas cenas marcaram, vergonhosamente, o encerramento das eleições no Sindipetro São José dos Campos. O dia 26 de fevereiro mancha a história da organização dos petroleiros e jamais será esquecido pelos trabalhadores que, lamentavelmente, testemunharam as cenas de truculência, autoritarismo e golpe à democracia sindical.
Apesar da eleição não atingir o quórum de dois terços dos associados do sindicato, os Semlutas/PSTU  impuseram, de forma ameaçadora e truculenta, a abertura das urnas para contagem dos votos. Atropelaram as regras que suas próprias lideranças haviam estabelecido em documento registrado em ata pela Comissão Eleitoral, em comum acordo com as duas chapas que participaram do pleito. A ata deixa claro que só haveria apuração dos votos se fosse atingido o quórum de dois terços dos eleitores, o que não aconteceu.
 Para garantir a segurança das urnas e o respeito às regras eleitorais registradas em ata, a FUP e a Chapa 2 (que faz oposição à atual diretoria do Sindipetro) permaneceram na sede do sindicato durante toda a noite quinta, 25, e a madrugada de hoje, 26. Os Semlutas/PSTU, que têm maioria na Comissão Eleitoral, com medo de perderem a eleição no segundo escrutínio, se utilizaram de terrorismo e violência para abrir as urnas na marra.
Na manhã desta sexta-feira, 26, escoltados por 12 seguranças fortemente armados, eles usaram crianças e mulheres do Movimento Sem Teto de São José dos Campos como escudos humanos para intimidar e encurralar os integrantes da Chapa 2 e os dirigentes e militantes da FUP, que exigiam o cumprimento das regras eleitorais. Preocupados com a segurança das mulheres e crianças, que foram enfileiradas na frente dos militantes de outras categorias ligadas aos Semlutas/PSTU, bem como dos seguranças armados, a FUP e a Chapa 2 decidiram se retirar do sindicato para evitar o confronto. 
É extremamente grave o que aconteceu em São José dos Campos, expondo, mais uma vez, as práticas truculentas e autoritárias de pessoas que se dizem líderes sindicais. Eles continuam provando que não têm a menor responsabilidade com as entidades sindicais às quais impuseram a desfiliação da FUP. As cenas vividas nesta sexta-feira, 26, nos remetem, tristemente, aos piores e mais dramáticos episódios das ditaduras fascistas. Quem presenciou o que ocorreu em São José dos Campos jamais esquecerá.  A organização petroleira e a própria democracia sindical correm sérios riscos. A categoria não pode permitir ataques como estes, nem ficar à mercê de pseudo lideranças sindicais sem o menor compromisso e respeito com a história dos petroleiros.

Resultados fraudados

Assim como impuseram, com truculência, a abertura das urnas, mesmo sem o quórum de dois terços dos eleitores, não será surpresa para ninguém se o PSTU/Semlutas maquiarem os resultados da suposta apuração em favor da Chapa 1. Será mais uma fraude, pois a suposta apuração foi feita de forma unilateral pela Chapa 1 e sem qualquer tipo de fiscalização.

Dilma defende fortalecimento do Estado e nacionalização da Indústria do petróleo

Referendada por unanimidade no IV Congresso do PT como pré-candidata à Presidência da República, a ministra Dilma Rousseff defendeu o fortalecimento do Estado e da democracia no discurso de saudação aos militantes e delegados do partido. “Hoje estamos construindo um novo país na democracia (…) um país que não tolera mais a injustiça social. Que descobriu que só será grande e forte se for de todos (…) vamos manter e aprofundar aquilo que é marca do Governo Lula, seu olhar social, seu compromisso social”, ressaltou.

Soberania do pré-sal
A ministra citou várias vezes a importância estratégica do pré-sal no desenvolvimento social do Brasil e o seu compromisso com a nacionalização do setor petróleo: “Tudo que puder ser produzido no Brasil deve ser —e será– produzido no Brasil. Sondas, plataformas, navios e equipamentos aqui produzidos, para a exploração soberana do Pré-sal. Essa decisão vai gerar emprego e renda para os brasileiros. Emprego e renda que virão também da produção em indústrias brasileiras de fertilizantes, combustíveis e petroquímicos derivados do óleo bruto. Assim, com este modelo soberano e nacional, a exploração do Pré-sal dará diversidade e sofisticação à nossa indústria. Os recursos do Pré-sal, aplicados no Fundo Social, sustentarão um grande avanço em nossa educação e na pesquisa científica e tecnológica. Recursos que também serão destinados para o combate à pobreza, para a defesa do meio ambiente e para a nossa cultura”.

FUP defende monopólio estatal do petróleo

O coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, esteve presente ao IV Congresso Nacional do PT, onde defendeu a total soberania sobre o petróleo brasileiro, conforme propõem os movimentos sociais nos projetos de lei apresentados no Congresso Nacional. A FUP divulgou para os delegados e militantes um manifesto defendendo a volta do monopólio do Estado na indústria nacional de petróleo, através da Petrobrás 100% pública e estatal.
O congresso celebrou os 30 anos de existência do PT e deu posse aos novos integrantes do Diretório Nacional, eleitos em novembro, cujo presidente é o ex-senador José Eduardo Dutra, que já foi líder sindical petroleiro (quando trabalhava na Petromisa, subsidiária da Petrobrás extinta no governo Collor), dirigente nacional da CUT e presidente da Petrobrás e da BR Distribuidora.

FUP, CNQ e sindicatos do ramo se mobilizam em defesa dos trabalhadores

Dirigentes da FUP reuniram-se no último dia 23/02 em São Paulo, com o Grupo de Trabalho do Setor Petroquímico da CNQ-CUT. Os sindicalistas debateram a reorganização e desafios dos trabalhadores após a aquisição da empresa Quattor pela Braskem e as conseqüências do monopólio privado do setor petroquímico para o país e a população.
Além de representantes da CNQ e da FUP, participaram também do encontro dirigentes do Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, Sindicato dos Químicos do ABC, Sindipolo-RS, Sindicato dos Petroquímicos de Duque de Caxias (RJ) e da Oposição Petroleira de Alagoas e Sergipe.
A CNQ e a FUP agendarão reuniões com representantes da Petrobrás, do BNDES e do governo, assim como audiências públicas no Congresso Nacional, para apresentar as reivindicações dos petroquímicos. Os sindicalistas irão também ampliar as ações das redes de trabalhadores do setor de forma unificada em torno de pontos comuns, como defesa de direitos, Fundos de Pensão, saúde e segurança, entre outros.
Outra deliberação é a intensificação da luta nas bases petroquímicas, em solidariedade aos trabalhadores da Braskem no Rio Grande do Sul, que estão sem acordo coletivo deste outubro de 2009. A empresa insiste em retirar direitos e rebaixar salários.

Trabalhadores do setor privado:  FUP realiza seminário terça (02) e quarta (03)

Nos dias 02 e 03 de março, a FUP realiza no Rio de Janeiro o Seminário Nacional de Planejamento das Secretarias do Setor Privado, com participação dos sindicatos filiados e oposições reconhecidas. O evento será no Hotel Ok, no Rio de Janeiro, e não mais na sede da FUP, como estava previsto inicialmente. Além de planejar as campanhas e calendários de luta dos trabalhadores do setor privado para 2010, o seminário fará um balanço das negociações passadas e discutirá questões como previdência complementar, acordos nacionais pendentes, precarização das condições de trabalho dos terceirizados no Sistema Petrobrás, antecipação das agendas de negociação do segundo semestre, entre outros pontos de pauta.