A gerência de Recursos Humanos da Petrobrás, em resposta à cobrança da FUP, apresentou nesta terça-feira (01/12) uma nova contraproposta, anistiando as advertências e suspensões aplicadas aos cerca de 90 trabalhadores que participaram da greve de março. Além disso, a empresa realizou melhorias redacionais em várias cláusulas da contraproposta, em atendimento à cobrança da FUP. Foram mantidos todos os demais pontos da terceira contraproposta, apresentada no último dia 23.
O cancelamento das punições era o único condicionante na contraproposta para o indicativo de aceitação, conforme decisão unânime de todos os sindicatos da FUP, na reunião do Conselho Deliberativo, no dia 24. Ao avaliarem a contraproposta apresentada pela Petrobrás, os representantes dos 11 sindicatos filiados e das oposições de base (SE/AL, PA, RJ, RS, São José dos Campos e Litoral Paulista), assim como a direção colegiada da FUP, deliberaram, por unanimidade, que, resolvendo as punições, o indicativo deveria ser pela aceitação.
Nesta quarta contraproposta apresentada à categoria, a Petrobrás cancela as punições arbitrariamente impostas aos petroleiros que fizeram a greve de março. Em atendimento à decisão do Conselho Deliberativo, a FUP orienta os sindicatos a realizarem assembléias até o dia 10, com o indicativo de aceitação.
As principais conquistas da contraproposta, o balanço de todo o processo de negociação com a Petrobrás e as mobilizações da categoria serão divulgados nesta quarta-feira (02), em edição especial do boletim Primeira Mão.
“Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo”
Mais de dois mil trabalhadores de Linhares (ES) pararam pelo cancelamento das punições
A unidade e solidariedade dos trabalhadores do Sistema Petrobrás foram fundamentais para arrancar uma nova contraproposta da empresa, com a retirada das punições. No Espírito Santo, mais de dois mil trabalhadores, próprios e terceirizados, de todas as unidades de terra de Linhares pararam suas atividades nesta terça-feira (01/12), cobrando o cancelamento das punições. O indicativo relâmpago do Sindipetro-ES seguiu a estratégia adotada pela FUP e seus sindicatos de paralisações surpresa.
Segundo o sindicato, o movimento parou sete sondas terrestres (4 de produção e 3 de perfuração), além da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, Estação Lagoa Suruaca, Estação São Rafael e Estação Santa Luzia. Somam-se a esta paralisação, os trabalhadores da Proen, empresa que presta serviços para a Petrobrás em Linhares, que estão em greve há 17 dias.
Na sexta-feira, 27, os petroleiros de Cacimbas, Lagoa Suruaca e da Plataforma Peroá-1 (PPR1) já haviam cortado a emissão de PTs (Permissões de Trabalho), em mais uma paralisação surpresa pelo fim das punições.
Na Bahia, a solidariedade também fez diferença
Também na Bahia, os petroleiros da Rlam, Transpetro e Fafen realizaram mais uma operação padrão nesta terça (01) contra as punições arbitrárias da Petrobrás. Na segunda-feira, 30, eles já haviam interrompido por 24 horas a emissão e acompanhamento de PTs (Permissões de Trabalho). Ao longo das últimas semanas, a mobilização dos trabalhadores baianos foi essencial para fortalecer a FUP na mesa de negociação, fazendo a Petrobrás avançar no atendimento de reivindicações fundamentais, como o cancelamento das punições.
Outras mobilizações
Em Pernambuco, os trabalhadores do Center II, sede administrativa da Petrobrás, atrasaram o expediente na segunda-feira, 30, cobrando a suspensão das punições. Na sexta-feira, 27, houve atrasos também no Terminal de Suape (PE), no gasoduto de Jaboatão (PE) e no Terminal de Cabedelo (PB). Ainda na sexta-feira, 27, os trabalhadores da Regap (MG) cortaram a rendição no turno da zero hora. Neste mesmo dia, os trabalhadores da Reman (AM) e do TA Manaus suspenderam a emissão de PTs, assim como na Fazenda Belém, área de produção do Ceará. Na Replan e no Terminal de São Caetano do Sul (bases do Unificado-SP), também houve mobilização na sexta, 27, com operações padrões e manifestações dos trabalhadores do turno e do HA pelo cancelamento das punições.
Gestões junto ao governo
Na quinta-feira (26), durante a inauguração do gasoduto Coari-Manaus, os dirigentes da FUP e do Sindipetro-AM realizaram uma ação política decisiva para a retirada das punições. A Federação foi incisiva ao reiterar para o presidente Lula, o presidente da Petrobrás e a diretoria executiva da empresa que a reversão das punições era ponto condicionante para o fechamento da campanha reivindicatória da categoria. Os dirigentes sindicais também ressaltaram para o presidente Lula e o presidente da Petrobrás, José Gabrielli, que os petroleiros estavam em estado de greve e mobilizados, em solidariedade aos companheiros punidos arbitrariamente.