Com uma programação intensa e recorde de participantes, o Congresso Petrobrás de SMS 2024 encerra hoje no CENPES, no Rio de Janeiro. Durante três dias, o evento reuniu profissionais, especialistas e lideranças para debater Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
As palestras de hoje, dia 7, último do congresso, têm foco no tema Segurança e, enquanto os palestrantes reforçavam os compromissos da Petrobrás com a sustentabilidade e a integridade operacional nas suas falas, a presidente do Sindipetro Rio Grande do Sul e diretora da Federação Única dos Petroleiros, Miriam Cabreira, trouxe uma importante reflexão sobre a cultura de segurança dentro da Petrobrás durante o painel “Evolução e Desafios da Segurança nas Operações”.
Em sua fala, Miriam destacou a necessidade de uma abordagem mais integrada entre as políticas de SMS e as práticas reais da companhia. “Percebemos o quanto a Petrobrás produz e se esforça na implementação de conhecimento em Segurança, Meio Ambiente e Saúde, mas também o quanto ainda precisamos mudar a nossa cultura organizacional em relação a esses temas. Há algum tempo, a empresa operava sob uma política de consequências, onde o empregado, ao invés de se sentir seguro para reportar incidentes, acabava omitindo situações que deveriam ser registradas para assegurar a segurança operacional.”
A intervenção de Miriam ganhou ainda mais relevância diante das recentes perdas de vidas dentro da Petrobrás, destacadas durante o evento. Ela também trouxe à tona a importância de investigações transparentes em casos de acidentes, ressaltando divergências em relação à visão da empresa sobre a necessidade de apuração. “Em alguns desses casos, inclusive, discordamos da posição da Petrobrás de não fazer investigação, pois acreditamos que isso deveria ser feito para garantir a devida análise e aprendizado”, pontuou.
Miriam também enfatizou que as políticas de SMS não devem ser tratadas apenas pela diretoria de SMS, mas de forma abrangente, considerando a interseção com outras áreas, como a de integridade. “Nossa preocupação é que as políticas de SMS sejam implementadas de forma ampla e não apenas sob responsabilidade da diretoria de SMS. Muitos desses pontos estão relacionados à integridade, que é outra área da companhia. O que quero destacar aqui é que precisamos integrar mais essas abordagens com a realidade que está sendo discutida nos painéis. Afinal, mudar uma cultura, especialmente em uma organização tão grande, não é um processo rápido e exige esforços contínuos.”
O diretor da FUP e Sindipetro NF, Raimundo Teles frisou a relevância da participação institucional da FUP em eventos como este Congresso, especialmente por seu conhecimento aprofundado e experiência acumulada na área de SMS. A presença ativa em congressos oferece uma oportunidade única para a FUP apresentar pesquisas e temas discutidos internamente, além de contribuir com boas práticas e avanços no setor. A sugestão de ocupar um dos estandes em eventos futuros também reforça a visibilidade e o compromisso da FUP com o setor, permitindo maior interação com outros profissionais e organizações, e fortalecendo seu papel como referência em SMS.
No encerramento do Congresso, João Felchak, diretor do Sindipetro PR/SC e da FUP, fez uma reflexão importante, destacando a necessidade de transformar o conteúdo apresentado nas palestras e painéis em ações concretas. Ele ressaltou que é essencial que os princípios e diretrizes de SMS discutidos durante o evento sejam realmente implementados na prática do cotidiano das operações, para que não fiquem apenas no discurso. “Que de fato seja praticado o SMS”, salientou Felchak, reforçando o compromisso de tornar a segurança numa realidade prática em todo o Sistema Petrobrás.
O congresso, que também contou com a palestra do Dr. Drauzio Varella sobre saúde preventiva e mental, reuniu mais de 3.600 participantes presenciais e 5.000 online diariamente, refletindo a relevância do tema e do avanço contínuo das práticas de segurança.