Petrobrás mata

Em defesa da vida

Uma história macabra, com cenas de sangue, terror e suspense. Na Petrobrás, parece que todo dia é sexta-feira 13. E daquelas horripilantes! Mutilações, esmagamentos, queimaduras, eletrificações, intoxicações por gases… Parece até enredo de filme de terror, mas é a realidade nua e crua dos trabalhadores que atuam no Sistema Petrobrás. Nos últimos dez anos, foram 195 mortes por acidentes de trabalho na empresa, sendo que 163 com trabalhadores terceirizados. 
Quando não matam, os acidentes mutilam. Os trabalhadores que escapam desta barbárie correm o risco de engrossar a lista dos que adoecem. Doenças ocupacionais graves e crônicas, causadas por agentes químicos e nocivos. Há ainda os casos rotineiros de petroleiros circulando enfaixados ou engessados pelas refinarias, terminais, plataformas e escritórios. 
Tudo isso acontece na Petrobrás, empresa que coleciona recordes e títulos que engrandecem e orgulham o povo brasileiro. Essa grandiosidade, no entanto, tem sido construída às custas da saúde e, muitas vezes, das vidas e sangue dos trabalhadores, principalmente os terceirizados. 
A pauta de reivindicações da categoria tem uma série de cláusulas que alteram essa realidade, mas a Petrobrás nega-se a atendê-las. Nesses dois meses de negociação com a FUP, não houve nenhum avanço significativo em relação às reivindicações de saúde, segurança, efetivos, igualdade de condições de trabalho para os terceirizados, entre outras questões sociais.
Nesta sexta-feira 13, os petroleiros vão exigir um basta ao horror de mortes, acidentes e doenças ocupacionais. Chega de terceirização de riscos e de insegurança! Os trabalhadores não podem viver sob o medo diário de não saberem se chegarão sãos e salvos em casa ao final do expediente. 
Esse terror tem que acabar! A categoria exige um basta à política macabra do SMS, que tem ceifado a vida de dezenas de companheiros, como o personagem Jason do clássico filme de terror “Sexta-feira 13”.

FUP convoca dissidentes a construírem a unidade na luta e na organização

 “A verdadeira unidade é fortalecer  a organização dos trabalhadores”, tem reafirmado a FUP aos seis sindicatos dissidentes. No entanto, a convocatória de unidade feita pela Federação tem sido ignorada pelos dirigentes destas entidades, cuja postura continua sendo dividir a categoria.A divisão só tem servido para fortalecer a Petrobrás. Os equívocos e inconseqüências dos dissidentes, também. Chamam a FUP para a unidade, mas continuam incentivando a divisão, com ataques e acusações levianas contra a Federação. Propõem calendários de luta unificados, mas até agora não somaram-se às mobilizações apontadas pela FUP, como as paralisações surpresa e a luta pelo extraturno. 
Como se não bastasse tudo isso, os sindicatos dissidentes ainda atribuem à Federação os fracassos de suas estratégias equivocadas. Se os trabalhadores rejeitam seus indicativos de greve, a culpa é da FUP. Se a Petrobrás se nega a avançar na negociação, a culpa é da FUP. Enquanto isso, o patrão deita e rola. 
A cada pseudo chamamento de unidade dos dissidentes, a Federação tem reafirmado o seu compromisso histórico com a unificação da categoria petroleira, bandeira, aliás, que é a própria razão de sua existência. A FUP nasceu para unificar os petroleiros, respeitando a diversidade de opiniões que sempre marcou a categoria. Por isso é a entidade que tem um dos estatutos mais democráticos da história do movimento sindical brasileiro. 
Mesmo assim, os dissidentes, por questões meramente políticas, insistem em construir uma entidade paralela, fruto unicamente de uma disputa partidária, que não interessa à categoria. Pelo contrário, acirra a divisão, fortalecendo a Petrobrás na relação capital x trabalho. 
Quem perde são os trabalhadores. Tanto é verdade, que, se dependesse dos seis sindicatos dissidentes, a campanha reivindicatória já teria sido concluída, do jeito que está. Prometeram o céu aos trabalhadores, através de uma pauta ilusória (construída mais para marcar posição do que para conquistar), depois roeram a corda para não se enforcarem e ainda exigem que a FUP jogue o bote salva-vida para que, ao final da campanha, saiam como vítimas e a Federação como vilã. Os trabalhadores já estão cansados dessa ladainha, que só serve aos propósitos da Petrobrás. 
A FUP defende a unidade para valer e não de fachada. A unidade envolve organização sindical, pautas de reivindicações, estratégias de negociação e agendas de luta. Para isso, é fundamental que os sindicatos dissidentes retornem à Federação, respeitem as divergências e unam forças na luta da classe trabalhadora. Nossa disputa tem que ser com o patrão, não entre nós. 
A FUP continua aguardando que os dissidentes participem das mobilizações convocadas, somando-se aos atos desta sexta-feira 13 e ajudando a construir formas alternativas de mobilização com a categoria, para que possamos conquistar um acordo único de trabalho, com os avanços que os petroleiros esperam. Esse é o desafio que está posto.

Petroleiros em estado de greve!

Negociação com a Petrobrás recomeça segunda, 16

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás estão em estado de greve e também aprovaram assembléias permanentes. A categoria, portanto, está preparada para atender os indicativos de paralisação surpresa, conforme estratégia aprovada pelo Conselho Deliberativo da FUP. Em resposta à cobrança da Federação, a Petrobrás concordou em retomar a negociação do acordo coletivo na segunda-feira, 16. 
Os petroleiros estão a postos, como soldados na guerra, intensificado a luta para pressionar a empresa a avançar em reivindicações fundamentais: o restabelecimento do extratuno (dobradinha), garantia de condições seguras de trabalho, melhorias na AMS, mudanças na política de terceirização, cancelamento das punições, entre outras bandeiras da categoria. Além de ampliarem as reuniões de qualificação de greve, os trabalhadores estão se mobilizando, com atrasos e cortes na rendição dos turnos, paralisações surpresa, operações padrões, suspensões de Permissões de Trabalho (PTs), entre outras estratégias de luta.  

Mobilizações a pleno vapor
No dia 07, foram realizadas novas paralisações nos turnos, pelo pagamento das horas extras trabalhadas nos feriados (extraturno/dobradinha). Desta vez, as mobilizações foram em função do feriado do Dia de Finados (02 de novembro) e atingiram refinarias, terminais e áreas de E&P. Na Regap, estão sendo feitos cortes surpresa na rendição do turno. Nas plataformas da Bacia de Campos, as mobilizações surpresa estão a pleno vapor e voltaram a ocorrer nos dias 08 e 09. Na Bahia e no Unificado-SP, os trabalhadores têm feito atrasos no expediente e operações padrões.

50 mil trabalhadores na marcha das centrais

A Marcha da Classe Trabalhadora já é a maior e mais importante mobilização de massa do Brasil. No dia 11, a CUT e demais centrais sindicais levaram para Brasília 50 mil trabalhadores. Foi a maior de todas as marchas realizadas, desde que as centrais resolveram unificar a agenda de lutas há seis anos, por uma política de valorização do salário mínimo. Com exceção da Conlutas (agrupamento dos sindicatos controlados pelo PSTU), todas as demais representações sindicais do país estiveram presentes à marcha, entre elas a FUP e seus sindicatos. A ausência dos “semlutas” reforça mais ainda os objetivos sectários, antidemocráticos (contra tudo e contra todos) e divisionistas destes militantes.
Jornada e pré-sal – além das centrais sindicais, movimentos sociais de massa, como o MST e a UNE, também reforçaram a unidade da marcha, que teve como principal bandeira de luta a redução da jornada de trabalho de 44h para 40 horas semanais, sem redução de salários. Outro eixo de destaque  foi a estatização de todo o petróleo e gás do país, referendando a defesa dos projetos de lei que a FUP e os movimentos sociais construíram e que estão em tramitação na Câmara e no Senado. 
A marcha também cobrou dos parlamentares e do governo empenho para aprovação no Congresso dos projetos que prevêem reajuste nas aposentadorias; o fim do fator previdenciário; garantia de condições dignas de trabalho para os terceirizados; atualização dos índices de produtividade da terra; ratificação das Convenções 151 (que dispõe sobre e negociação coletiva no serviço público) e 158 (que coíbe a demissão imotivada) da OIT.

Ato contra os interditos proibitórios

A marcha terminou com um grande ato público, em frente ao STF, onde a militância sindical, de megafone em punho, exigiu um basta aos interditos proibitórios e demais ataques ao direito de greve e à liberdade sindical.