Após o Conselho Deliberativo da FUP ter rejeitado a contraproposta de acordo coletivo apresentada pela Petrobrás no dia 29 de setembro e ter cobrado avanços no processo de negociação, a empresa voltou a reunir-se com a Federação e seus sindicatos nesta terça-feira, 20. Novamente, a Petrobrás propõe uma contraproposta que não reverte as punições aplicadas arbitrariamente aos trabalhadores que realizaram a greve de março, nem contempla as principais reivindicações da categoria.
A contraproposta apresentada mantém o reajuste de 4,36% na tabela salarial e na tabela do Grande Risco da AMS e eleva de 1,5% para 2% o aumento real médio na RMNR, que passa de 5,93% para 6,45%. A empresa também alterou o abono proposto, que sobe de 60% para 80% de uma remuneração normal.
Os dirigentes da FUP ressaltam que essa nova contraproposta é inaceitável e que a Petrobrás tem plenas condições de avançar no processo de negociação. A Federação refutou a postura da empresa de provocar os trabalhadores com uma contraproposta reduzida em um momento em que apresenta resultados excepcionais e está prestes a crescer muito mais ainda com a exploração do pré-sal.
A FUP tem ressaltado em todas as rodadas de negociação que o cancelamento das punições decorrentes da greve de março é questão central desta campanha e ponto condicionante para a assinatura do acordo coletivo. Além de não propor nada neste sentido, a Petrobrás também continua sem atender a maioria das reivindicações da categoria.
A direção colegiada da FUP se reúne para discutir e definir os encaminhamentos em relação à campanha reivindicatória. Os sindicatos estão intensificando as mobilizações e realizando seminários regionais de qualificação de greve para debater com os trabalhadores novas formas de paralisações. Nas mobilizações pelo extraturno, os petroleiros das refinarias, terminais e plataformas deram uma mostra de que estão dispostos a arrancar na luta o atendimento de suas principais reivindicações. As mobilizações prosseguem ao longo da semana, com os trabalhadores se manifestando em defesa de um acordo coletivo que traga avanços para a categoria.