As mobilizações deste sábado, dia 17, pelo restabelecimento do extraturno (dobradinha), começaram pela manhã nas principais unidades operacionais das bases sindicais da FUP. Nas refinarias e terminais, estão sendo realizados atrasos nas trocas de turno. Na Bacia de Campos, os trabalhadores de 26 plataformas estão realizando uma operação padrão que foi indicada pelo sindicato na véspera do movimento para surpreender a empresa. Coincidentemente, a página do Sindipetro-NF sofreu invasão de hacker poucas horas após a divulgação do indicativo. O sindicato está apurando o fato e lançou de forma emergencial um blog para manter a comunicação com os trabalhadores: http://sindipetronf.blogspot.com/
Nas plataformas do Rio Grande do Norte, os trabalhadores cortaram as emissões das permissões de trabalho. Na Regap, em Minas Gerais, os petroleiros estão realizando atrasos na entrada do expediente desde terça-feira, 13. Amanhã, 18, haverá cortes na rendição do Grupo 1 do turno da refinaria.
As mobilizações deste sábado tiveram adesão dos trabalhadores da Reman (Amazonas), Rlam (Bahia), Repar (Paraná), SIX (PR), Terminal de Paranaguá (PR), Pólo Guamaré (Rio Grande do Norte), Terminal de Suape (Pernambuco), Replan (Unificado-SP), Recap (Unificado-SP), Terminais de Guararema, Barueri, São Caetano, Guarulhos (bases do Unificado-SP), Lubnor (Ceará), além das plataformas da Bacia de Campos (Norte Fluminense) e do Rio Grande do Norte, entre outras bases da FUP.
A disposição de luta dos petroleiros é um recado claro para a Petrobrás: a categoria intensificará as mobilizações por um acordo coletivo que atenda as principais reivindicações dos trabalhadores. O pagamento dos feriados trabalhados para os trabalhadores do turno é um direito legítimo que foi usurpado durante o governo do tucano FHC. A luta por esta e outras reivindicações continuará e se intensificará durante a negociação do acordo coletivo.
Enquanto isso, sindicatos dissidentes suspendem greve, após chamado da Petrobrás para dar continuidade à negociação
Causou estranheza à direção da FUP o fato dos sindicatos dissidentes terem suspendido a greve por tempo indeterminado que, segundo suas próprias informações, teve adesão dos trabalhadores do Litoral Paulista, Sergipe/Alagoas, Pará e Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul e em São José dos Campos, os petroleiros rejeitaram a greve. Mais estranho ainda foi o fato dos dissidentes terem suspendido a greve por conta do agendamento de uma reunião com a Petrobrás. Pelo que tudo indica, estes sindicatos não aprenderam a lição da greve de março, quando a FUP negociou com a Petrobrás mantendo os trabalhadores em greve e só concluiu o movimento no quinto dia, conforme aprovado em assembléia, após ter conquistado na luta um acordo vitorioso, com avanços nos quatro pontos negociados.