Aos Companheiros da Bacia de Campos

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Aos companheiros da Bacia de Campos

 

A Petrobrás iniciou neste sábado, 25, mais uma farsa na sua política de segurança. Obrigada que foi, pela Justiça, a implantar Cipas por plataformas, após representação feita pelo Sindipetro-NF, a empresa começou um processo eleitoral que tem a sua legitimidade manchada em razão da não aceitação de candidaturas de companheiros de PRA-1, punidos em consequencia da participação na greve de março.
A empresa, que não tinha o direito de punir, também não tem o direito de impedir a participação destes trabalhadores na Cipa. 
Eles estão entre os que sofrem a perseguição da empresa justamente por se mostrarem combativos e se preocuparem com a segurança dos companheiros – perfil que o sindicato considera ideal para a Cipa. Durante a greve, eles resistiram à entrega da unidade à equipe de pelegos, despreparados para a operação, que foi embarcada pela gerência. Agiram, portanto, com bom senso e zelando pela segurança da plataforma.
Mesmo injustamente afastados, os companheiros se candidataram e tiveram suas inscrições aceitas pela Petrobrás. Às vésperas da votação, no entanto, a empresa voltou atrás, cancelando as candidaturas dos trabalhadores – desrespeitando a NR-05, que garante a liberdade de qualquer trabalhador candidatar-se, além das demais leis e normas internacionais que garantem o direito à greve e à organização dos trabalhadores.
Esta eleição para as Cipas das plataformas deve ser a celebração de um avanço importante para a categoria, e o sindicato quer que este espírito se restabeleça, com a aceitação das inscrições das candidaturas.
Enquanto isso não ocorrer, o indicativo do Sindipetro-NF para assembleias que a categoria realiza até a quarta, 29, é a de aprovação de um posicionamento coletivo dos petroleiros da Bacia de Campos no sentido de não participarem das eleições. Não podemos legitimar um pleito onde a Petrobrás diz quem pode e quem não pode se candidatar, numa tentativa de golpe que apenas confirma a prática autoritária da gestão da empresa.
Neste momento em que a Petrobrás se vê chamada, a partir da ação dos trabalhadores e do seu sindicato, a dar explicações à DRT sobre dezenas de pendências em várias plataformas da Bacia de Campos, este posicionamento da categoria tem um importante papel político, que é o de mostrar para a empresa que é preciso uma guinada em sua política de SMS.
Na última sexta-feira, por exemplo, equipe de inspeção formada pelo Sindipetro-NF e pela DRT foi “recepcionada” em P-40, no convés de carga, por uma nuvem de óleo diesel oriunda do um suspiro de um tanque – um problema registrado na ata da Cipa há mais de cinco anos. Isso ilustra o fracasso da política de segurança da Petrobras e a importância da fiscalização do trabalhador, que quanto mais próxima do local de trabalho mais eficiente pode ser.
A Cipa por plataforma é uma conquista histórica nesta direção, de aproximar os instrumentos de fiscalização do local aonde os problemas ocorrem, dotando os trabalhadores de mais um mecanismo de pressão sobre a empresa. Mas o atual processo de implantação deve ser legítimo e democrático, e a categoria não vai aceitar este boicote da empresa à sua correta formatação. 
Além dos casos de PRA-1, há informações não confirmadas de que outras candidaturas de trabalhadores não foram aceitas. O NF solicita aos companheiros que eventualmente estejam na mesma situação, ou que saibam de outras ocorrências, que comuniquem imediatamente à entidade ([email protected]).
O sindicato vai apresentar denúncia à DRT, nesta segunda, 27, sobre esta tentativa da Petrobrás em fraudar a eleição da Cipa. Mas os petroleiros sabem que é na mobilização que as lutas se travam. Precisamos mostrar que a indignação da categoria é geral, e que os petroleiros punidos contam com a total solidariedade de todos os companheiros. “Mexeu com o meu companheiro, mexeu comigo”, esta é a tradição petroleira que, mais uma vez, será honrada.

Saudações sindicais

Diretoria Executiva do Sindipetro-NF
Macaé, 26 de Julho de 2009