Projeções do DIEESE mostram o impacto negativo das tarifas impostas contra o Brasil pelo governo dos Estados Unidos, se nenhuma iniciativa fosse adotada pelo governo federal para minimizar os prejuízos.
O estudo revela que a classe trabalhadora seria a principal impactada pelo chamado tarifaço, visto que a medida tem potencial para afetar 726 mil postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos pela redução da renda, e também a Previdência, o FGTS e as negociações coletivas em um período de um ano.
Além de demonstrar o alcance do tarifaço, estabelecido de forma unilateral pelos Estados Unidos, o estudo pretende chamar a atenção para a necessidade de que os recursos necessários para mitigar os efeitos sejam garantidos. Na última quarta (13), o governo federal anunciou um plano para mitigar as consequências do tarifaço.
Potencial de impacto nos empregos e na economia em um ano
Segundo o DIEESE, na indústria os segmentos metalúrgico, de alimentos, madeira, químico e vestuário/calçados são os potencialmente mais afetados. Além disso, frutas, carnes e outros tipos de alimentos podem enfrentar problemas. Mesmo antes do dia 6 de agosto – data em que a taxação entrou em vigor, alguns segmentos já haviam efetivado as primeiras demissões.
Potencial de impacto – negociações coletivas
Em uma análise detalhada, o Dieese destacou que 3.075 empresas exportadoras para os Estados Unidos estão atualmente em processo de negociação coletiva. O estudo aponta que a maioria dessas empresas (1.933) pertence ao setor industrial, e estão distribuídas em 1.459 sindicatos.
A pesquisa do Dieese destaca ainda que o pico das negociações, as chamadas datas-base, acontece entre os meses de setembro e novembro. Este período, crítico para os trabalhadores, engloba setores diretamente afetados pela nova política tarifária dos EUA, o que aumenta a pressão sobre os sindicatos para garantirem os direitos e salários dos trabalhadores.
Acesse aqui o estudo completo do DIEESE.