Em um esforço contínuo de conscientização e combate à violência de gênero, o Sindipetro NF, em Macaé, sediou, na tarde desta terça-feira (26), o Seminário “Violência contra a mulher: o silêncio que mata”, em alusão ao Agosto Lilás. A iniciativa foi organizada pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres de Macaé, em parceria com o sindicato, e teve como proposta o fortalecimento da rede de apoio e a articulação de estratégias de combate à violência de gênero.
A diretora do NF, Barbara Bezerra, fez a abertura do evento e destacou a relevância de debates como esse: “O Agosto Lilás é realizado em alusão a Lei Maria da Penha, que completa 19 anos em 2025. Precisamos cada vez mais dialogar, refletir e falar da importância do Agosto Lilás, mês de conscientização e combate à violência contra as mulheres”, afirmou a diretora, relembrando a importância de incluir os homens no debate: “Parece que falamos o tempo inteiro somente entre nós. O assunto é cultural, da sociedade e todos precisamos nos envolver e nos comprometer”, completou.
A secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Quelen Rezende, destacou a participação feminina como essencial para o crescimento econômico do país: “Em Macaé, 52% da população é composta por mulheres. Se pensarmos em uma perspectiva nacional, quem levanta esse país o tempo todo são as mulheres, inclusive através do empreendedorismo”, apontou.
O seminário teve início com o painel “Mexeu com uma, mexeu com todas”, mediado pela Diretora do NF, Bárbara Bezerra, e contou com a participação de Quelen Rezende, a Defensora Pública Dra. Ana Clara, a Tenente Thaís Melo (PMP), a vereadora Leandra Lopes e a técnica do CEAM, Andreza Oliveira.
O segundo painel teve como tema “Machismo estrutural e o papel dos homens na luta pelo fim da violência contra as mulheres”. Mediada pelo coordenador geral do NF, Sérgio Borges, a roda de diálogo incluiu o psicólogo Marcello Santos, do Projeto Refletir, e Gedir Manoel (PMP/Guarda Municipal).
Ao iniciar a conversa, Borges se emocionou ao lembrar como a violência contra a mulher está presente na nossa sociedade. “Minha família é marcada por um histórico de violências. E hoje eu vejo o quanto a falta de um exemplo e de perspectiva pode influenciar o nosso comportamento. Por isso acredito que todos nós, que buscamos um mundo melhor e mais justo para as gerações futuras, precisamos de vez em quando botar o dedo na ferida e fazer uma reflexão sobre o nosso papel enquanto homens e como podemos influenciar os outros que não estão dispostos a estar nesses espaços de diálogo”, afirmou.
A programação do evento foi encerrada com uma apresentação cultural da escritora Raila Maciel, autora do livro “Eu nunca falei sobre isso”.
